O primeiro a usar, em Canoas, que a política ama a traição…, foi Jairo Jorge, ele plagiou Leonel Brizola, usou isso no ápice da ruptura dos dois políticos que se elegeram juntos em 2020. Ele se referia ao seu vice-prefeito Nedy de Vargas Marques, e completou a frase, …mas abomina os traidores.
Jairo e Nedy não andam mais juntos, são adversários políticos e os dois grandes inimigos no pleito se aproxima. As traições de última hora foram o que mais aconteceu na janela eleitoral e continua em curso, agora as traições são dentro das agremiações, como não podem mudar mais de partido, todos se tornaram inimigos íntimos, a batalha agora e pelas coligações partidárias e quem eles irão apoiar para a majoritária para eleição a Prefeitura.
É aí que está morrendo o perigo, as traições tão amadas começaram a tomar cor do desejo, no baile político não existe amor, existe, sim, contas matemáticas. Quem me oferece mais pode me usar, como na velha cena da novela Gabriela, onde o Coronel Jesuíno (José Wilker) dizia: se prepare, deite que vou lhe usar. Tamanho foi o disparate de poder que acabou traído, assim é na política, você aí, sim, você!
Cuidado, você será usado, se vai trair? Só o tempo dirá, mas se fizer, lembre-se: a política ama a traição.
Na terra do golpe em cima de golpe, o pialo trocado é carinho.
Nessa janela a ideologia passou longe, os interesses nas mudanças seguem estimativas, será que poderei me eleger nessa agremiação? Essa é a pergunta, o que importa é se eleger, princípios foram mortos no esquecimento. Aumentamos a Câmara de Vereadores para 14 bancadas, quanto isso irá custar para o erário?
Serão oito meses que pagaremos o inchaço do legislativo, com novos cargos e outros gastos. E é no baile de cargos, que se estenderá por meses, cargos são moeda de troca, como uma bela cantada e oferecer uma “dose” para poder comprar e usar um cabo eleitoral.
Li em um artigo, não lembro de quem, mas é interessante a interpretação do colunista, ele diz: a política lembra um texto de Carlos Drummond de Andrade em “A Quadrilha”, onde João amava Teresa que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili, que não amava ninguém: no jogo da política, amor não há.
Nessa dança, parceiros fazem cálculos.