Para algumas mulheres, as cólicas podem ser tão intensas que se tornam um impeditivo para a realização de suas atividades diárias. Portanto, nem sempre podem ser consideradas normais. Segundo a ginecologista obstetra Ritajaína de Lima Freitas, do Hospital São José, da Rede de Saúde da Divina Providência, a causa deste problema pode ser endometriose.
As mulheres afetadas costumam relatar fortes dores relacionadas ao período pré-menstrual e aos primeiros dias do fluxo. “Elas precisam ser cuidadas, acolhidas e compreendidas”, explica Ritajaína. “Não se deve normalizar a dor excessiva”, esclarece.
Alguns exames podem ser realizados para auxiliar no diagnóstico, porém, em alguns casos, somente o exame clínico já é suficiente. Apesar de o diagnóstico definitivo ser realizado por videolaparoscopia, nem sempre ela é necessária.
“A cólica menstrual costuma durar cerca de dois dias e ceder com a prescrição de analgésicos. Portanto, quem sente muita cólica, independente da idade, é fundamental procurar um especialista e relatar o caso, para juntos encontrar a melhor alternativa e ter mais qualidade de vida”, comenta Ritajaína. E mesmo que a paciente não tenha sintomas, também é possível ter endometriose, uma das principais causadoras de infertilidade.
Reações inflamatórias
Pela ação dos hormônios, a endometriose desencadeia reações inflamatórias em todos os órgãos nos quais há a presença de tecido endometrial. E uma das principais manifestações desse processo são os sangramentos.
Para desespero das pacientes, este é um processo que se repete mensalmente. No ápice das crises, muitas delas relatam a sensação de que é como se seus órgãos estivessem contorcidos.
Como aliviar as dores
Se o incômodo provocado pelas cólicas está afetando a qualidade de vida da mulher, é essencial a busca por um especialista. Para casos mais leves, como já dito, o uso de analgésicos, combinado com a fisioterapia pélvica, tende a ser eficaz.
“Para pacientes com dores mais intensas e frequentes pode até ser indicado um procedimento cirúrgico. Cada caso tem suas peculiaridades. Por isso a necessidade de conversa e acompanhamento de um profissional”, comenta a ginecologista.