O que fica quando tudo vai embora?

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Damos adeus a uma das vozes mais emblemáticas do país. Ele não cantava, mas fez da voz a sua maior marca.
Que marca deixaremos quando formos embora? Lembro de quando recebi o diagnóstico do câncer de mama em 2021 aos 39 anos e me fiz esta pergunta: Qual é a minha marca? O que ficará de mim?
É claro que quem tem filhos deixa um legado, mas não me refiro a pessoas, bens materiais ou um livro. Me refiro ao nosso maior símbolo. Aquilo que fica em cada pessoa que cruza o nosso caminho. Aquela história que irão contar sobre nós.
Tem pessoas que nem pensam nisso. Eu mesma pensava muito pouco até março de 2021.
Alguns dirão: “eu não estarei mais aqui, por que deveria pensar nisto?”

A minha sugestão não vem de pensar no pós-morte, mas sim em vida. Qual marca deixamos nas pessoas hoje? Se falarem sobre você, o que falarão?
Ou melhor, o que você fala de você sobre você para você mesmo?
Muitos ainda associam marca pessoal com algo sem valor, porém, o valor está em reconhecer que esta mesma marca dita sem valor é contada inúmeras vezes para nós mesmos, naquela voz silenciosamente ensurdecedora que ecoa dentro de nós quando estamos sozinhos. Esta história tem nome, ela se chama autoestima.
A estima por nós mesmos.
Pensar na morte machuca, portanto, penso que se pensarmos apenas na marca que quero deixar hoje já mudará o meu dia. Fará o meu dia ser bom. Afinal, nunca saberemos quando o final chegará, apesar de ser uma certeza.
Ao abrirmos os olhos amanhã, ao menos teremos feito uma última coisa boa, todos os dias.
Que o Cid Moreira possa sempre nos lembrar com o seu “boa noite” em voz grave que a nossa única missão é ter feito do nosso dia um dia bom.
Que o Cid e todos nós possamos chegar no nosso destino e dizer “é Fantástico” viver.

Michelle Manfroi
@avisagista

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