A proposta é de autoria do vereador Ezequiel Vargas (PL) e presta homenagem ao jovem motoboy de 19 anos morto no trânsito
Foi aprovado, em sessão marcada por comoção, o projeto de lei que denomina como Rua Guilherme Joaquim da Silva a via anteriormente identificada como Rua 42C, no bairro Guajuviras, em Canoas. A proposta é de autoria do vereador Ezequiel Vargas (PL) e presta homenagem ao jovem motoboy de 19 anos, morto no trânsito no início deste ano.
A votação contou com a presença de familiares, amigos, colegas de profissão e representantes de movimentos pela paz no trânsito. Em silêncio respeitoso, muitos seguravam pequenos patos de borracha, que é um símbolo que passou a representar a mobilização organizada pela mãe de Guilherme desde sua morte, ocorrida em 31 de janeiro, quando ele foi atropelado de forma deliberada por um motorista, na divisa dos bairros Jardim Atlântico e Guajuviras.
“Hoje não se trata apenas de um projeto. Não é mais uma rua que vamos batizar em nossa cidade”, afirmou o vereador Ezequiel, emocionado. “Quem se lembra do acidente sabe o impacto dessa história. E a mãe do Gui… a voz dela é eterna. Por isso optamos por não exibir o vídeo aqui, em respeito a ela.” Durante a fala, o parlamentar relembrou o momento em que soube do crime, ainda durante uma sessão da Câmara. “Vários colegas se colocaram à disposição, foram até a manifestação em frente à delegacia. Foi ali que me veio à memória quem era o Gui e quem era o Fran. Meus pais são pastores, e a gente já tinha caminhado junto. Essa dor também foi sentida pela minha família.”
O projeto aprovado não apenas oficializa a nova denominação da via pública, mas busca estabelecer um marco simbólico de conscientização. A justificativa do texto legislativo destaca o caráter pedagógico da homenagem: um lembrete permanente sobre os riscos da violência no trânsito e a necessidade de atitudes mais empáticas e responsáveis por parte dos condutores.
A mãe de Guilherme, que preferiu não discursar, foi acolhida por todos os presentes. Ela tem se engajado em ações nas redes sociais e eventos públicos em defesa da paz no trânsito, tendo escolhido o patinho, que Guilherme carregava na moto, como símbolo de sua luta.
“Ela perdeu o filho, está sofrendo e ainda vai sofrer muito, mas conseguiu transformar essa dor em um movimento. E isso precisa ser reconhecido”, completou Ezequiel. “Hoje, o nome do Gui se torna um ponto de memória em nossa cidade. Mas que seja também um ponto de partida: para um trânsito mais humano, para uma cidade mais consciente.”