Falar sobre mau hálito ainda é um tabu, mas o tema merece ser levado a sério. A odontóloga do Sesc Canoas, Paula Correa (foto), explica que a halitose – nome técnico dado ao odor desagradável exalado pela boca – é um problema comum e que pode indicar alterações simples ou até condições mais sérias de saúde.
“O mau hálito é muito mais frequente do que se imagina. Estima-se que cerca de 30% da população brasileira sofra com o problema de forma recorrente”, afirma Paula Correa. “Na maioria dos casos, é tratável e pode ser resolvido com cuidados simples de higiene, mas também pode indicar desequilíbrios no corpo que precisam ser investigados.”
A principal causa da halitose está na decomposição de restos alimentares por bactérias que se acumulam na língua, gengiva ou dentes. Essas bactérias produzem substâncias conhecidas como compostos sulfurados voláteis, responsáveis pelo odor característico.
“Cerca de 80% dos casos têm origem na língua, e não nos dentes. Por isso, a limpeza dessa região é fundamental”, explica a odontóloga. “A escovação insuficiente, o uso incorreto do fio dental e a falta de higienização da língua favorecem a proliferação bacteriana.”
Além da má higiene bucal, outros fatores podem contribuir para o mau hálito, como jejum prolongado, baixa produção de saliva, tabagismo, consumo de álcool e algumas doenças — entre elas, diabetes, sinusites, amigdalites e distúrbios gástricos ou hepáticos.
Segundo Abreu, Domingos, & Dantas, 2011; Ciarcia et al., 2019; Dal Rio et al., 2007; Rodrigues, 2009 o cheiro adocicado do hálito pode indicar diabetes descompensado, enquanto odores mais fortes e persistentes podem estar relacionados a problemas no estômago ou fígado. “O hálito pode refletir o estado geral de saúde da pessoa. Identificar a causa é o primeiro passo para o tratamento correto”, reforça.
Quando o “hálito matinal” é normal
Durante o sono, a produção de saliva diminui, o que favorece o acúmulo de bactérias e explica o chamado “hálito matinal” — algo comum e passageiro. A situação muda, porém, quando o odor persiste ao longo do dia, mesmo após a higienização.
Prevenção e tratamento
De acordo com a especialista, a prevenção é simples e eficaz: escovar os dentes e a língua após as refeições, usar fio dental diariamente e beber bastante água. O uso de limpadores linguais também é altamente recomendado.
“Manter consultas regulares com o dentista é essencial. Quando a causa é bucal, o tratamento costuma envolver uma limpeza profissional e a orientação sobre higiene adequada”, explica.
Mitos e verdades sobre o mau hálito
– Mascar chicletes resolve o problema? Não. Eles apenas disfarçam o odor temporariamente. O ideal é tratar a causa.
– A halitose vem sempre do estômago? Não. Em cerca de 90% dos casos, a origem é bucal.
– Beber água ajuda? Sim! A hidratação auxilia na limpeza natural da boca e reduz os odores.
Saúde Sesc – O Sistema Fecomércio-RS/Sesc realiza diversas ações voltadas à promoção da saúde dos gaúchos. Desde sua fundação, o Sesc tem na saúde uma de suas principais prioridades, oferecendo iniciativas que abrangem tanto a prevenção quanto o cuidado. São ações multidisciplinares que atuam na área preventiva e curativa, por meio de unidades móveis, como as Unidades Sesc de Saúde Preventiva e o OdontoSesc, além de consultórios odontológicos e Espaços Sesc de Saúde. Essas ações incluem diagnósticos e tratamentos voltados à prevenção e à promoção da saúde em todas as fases da vida. Em Canoas, o Sesc conta com serviço de nutrição, além do consultório odontológico que atende nas segundas-feiras, das 7h às 19h, de terças a sextas-feiras, das 7h às 22h, e, aos sábados, das 9h às 18h.


















