A Praia do Paquetá, a chamada “Prainha”, na orla do Rio dos Sinos, é muito procurada por moradores da Região Metropolitana no verão. O espaço de lazer no bairro Mato Grande, em Canoas, chega a reunir duas mil pessoas nos finais de semana de calor. No local, há churrasqueiras, vasto espaço para barracas e, agora, dez banheiros químicos. São quatro masculinos, quatro femininos e dois com acessibilidade para portadores de deficiência, que ficarão disponíveis durante os finais de semana até o Carnaval. A iniciativa é da Prefeitura de Canoas, através da Secretaria de Meio Ambiente, atendendo a um pedido recorrente dos frequentadores.
Quem aprovou a colocação dos banheiros químicos foi Elizabete Dias, moradora há 45 anos no Paquetá. “Essa é uma ação maravilhosa. Isso vai ajudar também os bares. Muita gente usava os banheiros deles nos finais de semana”, ressalta.
A sintonia dos frequentadores com o local é tão grande que alguns resolvem prolongar a estadia. É o caso da família Oliveira do bairro Mato Grande. Dona Selma, 65 anos, diz que os pais eram pescadores “e eu sempre vinha para cá. Tomei gosto daqui. Venho todos os anos com meu marido e ficamos mais de um mês aqui acampados em barraca. Nossos filhos e amigos vêm aos finais de semana também”.
Danrlei dos Santos Pires, 47, (foto) é morador, pescador e empreendedor local. Conta que “quando acaba a temporada de pesca em dezembro, abro o bar, para servir refeições e bebidas ao grande número de visitantes que a “Prainha” recebe. Isso é muito bom para a gente, que ficaria sem trabalho por três meses”.
Seu Luis Carlos Santos,70, do Guajuviras, vai todos os finais de semana com a família para o Paquetá, e diz gostar do clima de amizade que existe, e relata ser bem seguro o local. “ A Guarda Municipal sempre faz ronda por aqui, e é um lugar muito calmo para curtir com a família”.
Balneabilidade do Paquetá
O banho na Praia do Paquetá não é recomendado pelas autoridades. São vários os motivos que o tornam o local impróprio. Conforme Igor Souza, secretário adjunto do Escritório de Resiliência Climática e Defesa Civil (Eclima), o trânsito intenso de embarcações de pequeno e grande porte tornam o local perigoso para a presença de pessoas. “A faixa de acesso é muito pequena, em poucos metros, as águas se tornam profundas e perigosas, com forte correnteza”.
Além disso, a Praia do Paquetá faz parte das águas da bacia do Rio do Sinos, consideradas pela Fepam impróprias para o banho. “Há várias placas de alerta na prainha, que orientam os visitantes, informando sobre os perigos do local. É importante lembrar também que não temos guarda-vidas justamente pela falta de balneabilidade. Contamos com a compreensão dos visitantes para todos tenham um verão seguro”, destaca Souza.
Texto: Júlio Fontes
Edição: Sibeli Fagundes