Por | Guilherme Dudek Manfroi

Canoas é hoje uma cidade totalmente urbana! Não possuímos mais nenhuma área rural em nosso Plano Diretor. Somos serviço, comércio e indústria!

Crescemos pela proximidade com a capital gaúcha e muito, talvez até principalmente, por movimentos desenvolvimentistas do Governo Federal que à época decidiram posicionar aqui três importantes marcos: o traçado da BR-116, a refinaria Alberto Pasqualini e a Base Aérea.

E é aí que o título desta coluna toma rumo e propõe o debate:

Toda e qualquer ideia de planejamento urbano de Canoas precisa levar em conta “rever” a questão Base Aérea e “reacomodar” a BR-116!

Canoas será eternamente grata ao desenvolvimento que a presença dos Militares da Aeronáutica trouxe à Cidade. Cresci e estudei com filhos de Militares. Muitos são amigos meus!

Mas hoje o que foi benefício se tornou empecilho: precisamos crescer “para cima” e o tal “cone” de aproximação da pista limita a altura das construções! De que adianta termos a estrutura de seis estações do Trensurb, presença de três universidades, além de estarmos no centro das principais rodovias da região metropolitana se não podemos verticalizar construções e atrair mais pessoas para se beneficiarem de tudo isso?

Assim, perdemos atratividade na construção civil, pois a pouca altura limita o número de unidades e, consequentemente, encarece o valor da terra. Sem contarmos que — num país com tanta necessidade de investimento em infraestrutura, é um grande desperdício não adensarmos uma cidade com tantos benefícios estruturais já instalados.

Será que até mesmo a Força Aérea não está farta de ficar validando todos os projetos que Canoas envia para serem chancelados?

Já a BR-116, que teve seu fluxo frenético amenizado pela BR-448, é outro gargalo urbanístico da Cidade. Nenhum dos municípios à beira da rodovia paga tão cara a conta de ser literalmente rachado ao meio por ela.

E pensar no futuro de Canoas sem buscar a TOTAL integração entre os lados leste e oeste da Cidade é não priorizar os cidadãos. Tudo fica mais difícil de ser acessado! A Cidade vai na contramão ambiental e da qualidade de vida, pois gasta mais combustível e joga fora o precioso tempo da população.

Que se façam túneis, sim — mais de um, e viadutos ligando diretamente os dois lados do município. Precisamos reintegrar a cidade. O Brasil e o Rio Grande do Sul devem essa conta para Canoas!

Planejar urbanisticamente uma cidade exige ideias inovadoras e a revisão de conceitos antigos. É o momento de promover uma Canoas mais integrada, sustentável e preparada para o crescimento contínuo.