Acabar com os incêndios no Jorge Lanner é possível. Nossa parte fizemos!

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Os incêndios que estão ocorrendo no Distrito Industrial Jorge Lanner não são novidade em Canoas. Durante décadas, todo e qualquer tipo de lixo era depositado naquela gigantesca área formando verdadeiras montanhas de lixo, maiores que o estádio do Maracanã. Mas daí você pode me perguntar: “mas o que você fez enquanto prefeito da cidade para resolver esse problema histórico do descontrolado acúmulo de lixo e incêndios na área?”. Antes de mais nada preciso deixar claro que durante a minha gestão (2017-2020) também ocorreram incêndios na área. A diferença é o que foi feito durante esse período para terminar, de uma vez por todas, com esse problema. Não se resolve jogando terra ou água em cima dos focos, mas sim com planejamento de médio a longo prazo. Justamente por isso, realizamos uma licitação para implantar na cidade a maior usina de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil (RCC) do Brasil. Fomos em outros estados conhecer as exitosas experiências que já ocorriam e trouxemos o modelo para Canoas. A licitação ocorreu em 2018 e todo o processo de implantação foi realizado em 2019. A usina de RCC entrou em operação, em pleno, em 2020, em meio à pandemia.

Entre outras coisas, o contrato previa que a empresa que assumisse a administração da usina deveria recuperar 144 mil metros cúbicos do passivo existente, em outras palavras, reciclar e acabar com aquelas montanhas de lixos. Em menos de 2 anos, o nosso governo, recuperou 28% do passivo. Naquele ritmo, em 2027, não existiria mais aquele lixo de décadas acumulado, ou seja, os incêndios teriam, no máximo, data exata para encerrarem totalmente, mas certamente ocorreria antes. Mas daí vem a pergunta: o que foi feito entre 2021 e 2024 pela prefeitura para que a cidade avançasse na solução deste problema? Infelizmente pouco avançou nesta área. Acredito que isto ocorreu pelas constantes trocas de prefeitos nos últimos 3 anos, fazendo inúmeros projetos serem deixados em segundo plano.

Foto de 2018: durante décadas assim era o Distrito Jorge Lanner

Além de trabalhar para recuperar toda aquela área, o contrato também previa atuação em outros eixos. Confira:

1) Limpeza de descartes clandestinos e destinação ao Parque Industrial Jorge Lanner seriam realizadas com duas equipes que fariam a limpeza manual e quatro equipes que trabalhariam com limpeza mecanizada.

2) Coleta e destinação de volumosos seriam realizadas por duas equipes para fazer a coleta de forma manual.

3) Administração e operação de Ecopontos. Por mês seriam feitas cerca de 300 remoções de materiais depositados nos Ecopontos da cidade.

4) Administração e operação dos Pontos de Entrega Voluntária – PEVs. Ao todo seriam feitas 320 remoções de materiais depositados nos PEVs de Canoas.

5) Monitoramento de movimentação de caçambas. O serviço seria executado através de sistema de monitoramento e também do trabalho de agentes informantes que atuariam de motocicleta.

6) Disponibilização de maquinário e instalações da Usina. É a disponibilização dos equipamentos da Usina de Triagem e Beneficiamento de Resíduos e Remuneração do passivo. Ao final do contrato, que tem duração de 60 meses, as instalações serão transferidas para o município.

7) Sistema de triagem e beneficiamento de resíduos. Seria nesta etapa que os resíduos da construção civil seriam separados dos demais tipos de materiais coletados para que pudessem ser beneficiados na usina para produção de matéria-prima para as obras da Prefeitura, como areia, pedra e brita, a partir de reciclagem de resíduos descartados.

*Deputado Federal, União Brasil

Máquinas trabalhando na triagem dos resíduos

Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)

Usina de Canoas é pioneira no Rio Grande do Sul

Usina transforma os resíduos em pedra, areia e brita para uso em obras do município

 

RELEMBRANDO A USINA

Dos incêndios do lixão, à esperança para as futuras gerações

MARCO LEITE | Matéria publicada em Outubo de 2019

Sou um sonhador e positivista, durante os anos que moro em Canoas, sempre ouvia e via o sofrimento dos moradores de Niterói e imediações com os constantes incêndios do Lixão do Parque Industrial Jorge Lanner.

O lixo que insistia em queimar por cerca demais de 25 anos, com o descarte irregular de toda a região metropolitana. Começou a mudar de realidade em abril de 2019 e em menos de um ano se transformou na maior usina de reciclagem de resíduos da América Latina.

Uma parceria público/privada com a empresa SBR Reciclagem, começou a mudar a vida da marginalizada população que vivia do lixo e recorrendo aos perigos do lixão. Hoje 110 dez funcionários fazem a usina funcionar e a grande maioria deles são os antigos catadores que foram encaminhados à empresa pelo Banco de Oportunidades, uma exigência do município. Conversamos com alguns funcionários (veja o relato de um deles em vídeo) e descobrimos hoje, pessoas que antes estavam na marginalidade, virarem cidadãos, com carteira assinada e todos os direitos que um trabalhador deve ter como férias remuneradas, décimo terceiro, fundo de garantia e uma futura aposentadoria. É a esperança nascendo do lixo e de um sonho real.

MENINA DOS OLHOS

Projeto visa conscientizar a comunidade através das crianças

 

A cereja do bolo da Usina de Reciclagem está na educação das futuras gerações, o projeto Usina do Saber, vai proporcionar às crianças,que através do conhecimento possam transmitir aos seus familiares e assim formar uma corrente do bem, onde o reciclar será o elemento fundamental.

Para isso a Usina conta com dois ônibus, onde ela levará estudantes de Canoas para conhecer suas dependências e muito mais que isso, eles terão a disposição uma pequena usina que dará a ideia de como funciona o processo, saindo do passeio com um conhecimento básico da educação ambiental e de como a vida pode ser melhor com a reciclagem. Vale lembrar, que as visitas e passeio estão suspensos devido a Pandemia, para a segurança dos pequenos.

UMA NOVA FORMA DE CUIDAR DO LIXÃO

Em nossa visita fomos acompanhados pelo Secretário de Serviços Urbanos, Guilherme Santos, e ele gentilmente nos levou para conhecer a estrutura da usina e a área,recuperada, onde antes era um grande lixão e que gerava incêndios por combustão espontânea, ou por queimadas provocadas pelos próprios catadores. Hoje as queimadas não acontecem mais e os incêndios causados por anos de acúmulo de lixo, que causam a combustão espontânea, são 24 horas monitorados pelas brigadas de incêndio. 

Muito mais que números, e eles são de enormes volumes de lixo recebido e reciclado, está à consciência ambiental como é tratado o projeto, tudo é pensado com visão de futuro. É o fazer hoje, pensando nas futuras gerações.

Não sou analista de números apesar de eles serem importantes, mas de resultados, o que vi foi gratificante. Essa nova forma, inédita, de transformar o lixo tem atraído empresas parceiras, cerca de 80, que costumavam descartar anteriormente o lixo irregularmente.

É uma nova forma de pensar nosso lixo, indicando caminhos de como fazer o descarte, como:

1 – Pequenos Descartes de entulhos e caliça (resto de obra)

Levar a um Ecoponto ou PEV, e eles destinam para a Usina.

2 – Grandes objetos: madeira, galhos e móveis

Levar a um Ecoponto ou PEV, e eles destinam para a Usina.

3 – Resíduos Recicláveis

Coleta seletiva de porta a porta pelos caminhões das cooperativas.

4 – Resíduos domésticos orgânicos

Coleta seletiva de porta a porta pelos caminhões de lixo, conforme cronograma dos bairros.

O que antes era um cenário caótico, hoje é uma fábrica de reciclagem de sonhos de uma geração mais consciente e comprometida com a sua comunidade. Das montanhas de que acumulavam materiais de construção, pneus, entulhos, resto de móveis, carcaças de produtos eletrônicos e até animais mortos. Hoje vislumbramos esperança e um complexo, em pleno funcionamento, que recicla e transforma, além de vidas, a sociedade como um todo. isso só se consegue com “educação ambiental” e onde toda a cidade participa, sem a população consciente, seria apenas uma usina e não uma fábrica de sonhos.

OS NÚMEROS

Através das secretarias municipais de Serviços Urbanos (SMSU) e de Obras (SMO), a Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (RCC) tem beneficiado o município de Canoas como alternativa de sustentabilidade ambiental e econômica. Construída em uma área de 21 hectares do Parque Industrial Jorge Lanner, no bairro Niterói, a maior usina de reciclagem da construção civil brasileira e da América, garante carteira assinada, assistência social e emprego digno a 110 trabalhadores. São eles que recolhem, separam e beneficiam diversos tipos de resíduos descartados na cidade e que chegam todos os dias ao local.

A Usina também desempenha a importante função de conter a poluição nas ruas, impedir alagamentos e conduzir cada vez mais lixo ao destino correto. Em média, são 150 caminhões que chegam todos os dias com resíduos coletados pela empresa gestora, seja dos 15 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), dos cincoEcopontos espalhados pelo município ou dos materiais descartados clandestinamente em algumas áreas da cidade. Desde a inauguração do espaço, já foram recolhidos o equivalente a mais de 54,4 mil caminhões de madeira, produtos mistos, terra, vegetação e volumosos.

Após passarem por um processo de triagem manual e mecânica, britagem e peneiramento, blocos, argamassa, concreto, terra e areia são reutilizados pelo município em forma de agregados recicláveis (areia, pedrisco e britas) como matéria-prima para pavimentação e obras em espaços públicos. A atual capacidade de processamento da usina é de 15 mil m³ de material em apenas um mês, o que gera a economia de R$ 600 mil mensais aos cofres públicos de Canoas. Estes valores economizados podem ser destinados a outros investimentos, como, por exemplo, reformas e equipamentos necessários para a saúde.

Além do reconhecimento da comunidade canoense e de instituições sustentáveis, a usina gera nova perspectiva de vida aos trabalhadores da reciclagem, que há duas décadas viviam em condições insalubres. Montanhas que acumulavam materiais de construção, pneus, entulhos, restos de móveis, carcaças de produtos eletrônicos, lixo doméstico e até animais mortos formavam o cenário de completo abandono no distrito. Porém, graças aos esforços da Prefeitura de Canoas nos últimos anos, a realidade de funcionários é outra.

Opinião do Prefeito Busato

“O que estamos vendo é uma oportunidade de mudar, de uma vez por todas, a cultura de descarte de resíduos na cidade. Além disso, conseguimos transformar o parque Jorge Lanner, que era um marco do desprezo com o meio ambiente por décadas, nesta referência de reciclagem organizada e de economia de recursos públicos. É o exemplo de um problema que foi convertido em solução”, comentou Luiz Carlos Busato.

 

Opinião de quem ajudou a construir o sonho

Importância da Usina de Reciclagem para as gerações futuras:

Uma Usina de Reciclagem traz benefícios econômicos, ambientais e sociais. A recuperação de resíduos e sua reintegração em determinado processo produtivo asseguram a economia de matéria prima e energia,propiciando a preservação de recursos naturais e a geração de renda e emprego para a classe socialmente mais vulnerável ( inclusão social).

Portanto, quanto mais reciclar mais diminui o custo com a limpeza urbana além de evitar a poluição, reduzindo as emissões dos gases de efeito estufa que provocam as mudanças climáticas global, mantendo o meio ambiente sustentável para as gerações futuras.

Ione Bruhn Gutierres

Professora e Biologa
Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental

Uma Resposta

  1. Conheço bem a Usina de Reciclagem de Mat. de Constr. que tem em Guarulhos, assim como os grande “liquidificadores” da Tetra Pak que desmancham as embalagens e separam material por material (plástico, alumínio, papel), participei de muitas reuniões nacionais que envolviam o Sistema de Logistica Reversa (recolhimento de pilhas, lâmpadas fluorescentes e outros materiais contaminantes), também tratávamos dos lixões das cidades, que tinham/tem prazo para serem encerrados, foi uma excelente experiência e sabia/acompanhava as atividades de Canoas nessa questão da Usina…..uma pena que como tantas outras coisas necessárias para o bem estar humano e do Planeta, não vingam, pois interesses pequenos e que irão, aos poucos, acabar com nossa convivência pacífica com a Terra, estão acima do coletivo.

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