Infecção viral comum em crianças pequenas tem transmissão rápida. Médico infectologista e professor de Medicina da Ulbra explica cuidados e prevenção
O aumento de casos de mão-pé-boca em escolas e creches tem chamado a atenção de pais e educadores. A doença, causada por vírus do grupo dos enterovírus, costuma aparecer em surtos devido à facilidade de transmissão entre crianças em contato próximo. O médico infectologista e professor de Medicina da Ulbra, Cezar Riche, alerta que os sintomas geralmente surgem entre 3 e 7 dias após o contágio.
Sintomas, riscos e prevenção
De acordo com o especialista, os primeiros sinais incluem febre, mal-estar e falta de apetite, seguidos por pequenas manchas ou bolhinhas na boca, mãos e pés (o que dá origem ao nome da doença). “Essas lesões podem causar dor ao engolir e, embora geralmente sejam leves, exigem atenção para evitar desidratação em casos mais graves”, explica Riche.
A doença afeta principalmente crianças pequenas, já que nessa idade o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e o convívio em creches e escolas facilita a transmissão. Adultos também podem se contaminar, embora seja menos comum. Quando acontece, os sintomas costumam ser mais leves.
Outro ponto importante é que a doença pode ocorrer mais de uma vez. “Existem diferentes tipos de vírus que causam a mão-pé-boca, então a criança pode adoecer novamente em outro momento”, destaca o infectologista.
A transmissão acontece pelo contato direto com secreções da boca, gotículas de tosse e espirro, fezes ou objetos contaminados. Por isso, medidas simples de prevenção fazem a diferença: manter a higiene das mãos, limpar brinquedos e superfícies com frequência e afastar temporariamente crianças com sintomas.
O tratamento é de suporte, com foco em hidratação, controle da febre e alívio do desconforto. A recuperação costuma acontecer entre 7 e 10 dias. Casos mais graves, com complicações neurológicas, são raros.
Educação e saúde lado a lado
A orientação adequada para lidar com surtos como este reflete também a importância da formação médica. O curso de Medicina da Ulbra mantém seus alunos em constante atualização, aliando teoria e prática no acompanhamento de situações reais de saúde pública.