“A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos.
Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos.
O que me seduz em Jesus é quando eu descubro que nEle havia uma capacidade imensa de olhar dentro dos olhos e fazer que aquele que era olhado reconhecer-se plenamente e olhar-se com sinceridade. Durante muito tempo fiquei preocupado com o que os outros achavam ao meu respeito. Mas hoje, o que os outros acham de mim muito pouco me importa [exceto caso sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito”.
(Padre Fábio de Melo)
Este pensamento do padre Fábio de Melo tem muito a ver com uma vida de recuperação e de evolução espiritual. Durante anos vivi uma vida de mentiras e de muitas facetas. Pagava uma de bonzinho e por trás disso existia uma outra pessoa. Vivia de aparências, afinal isso a sociedade aceita, se você representa ou aparenta o que lhes agrade está ótimo.
Parei de fazer isso há muito tempo e com isso perdi amigos, se é que algum dia foram amigos. Mas ganhei novos “velhos” amigos, ou seja, os que realmente ficaram ao meu lado e apoiaram minhas escolhas. Os julgadores de plantão ficaram pelo caminho.
Hoje, ando com gente verdadeira e não dou vazão às falácias, pois sei que estou no caminho certo. E os amigos que ficaram e os novos não me poupam de críticas, muito pelo contrário, são os que mais me exigem. Mas neles existe uma coisa boa, eles não representam, são autênticos e verdadeiros.
Quando escolhi uma nova vida sabia o que iria acontecer. Passei a pensar de forma diferente e isso fere as pessoas, que na mesmice não se arriscam, ficam estacionadas em sua insanidade, não fazendo nada e esperando resultados positivos.
Ir à luta é a palavra de ordem na recuperação do comportamento. Errar e acertar faz parte da vida, mas não ter a coragem de mudar porque isso vai desagradar a alguns é uma atitude covarde e não faz mais parte de minha caminhada.
Viver uma vida correta deveria ser corriqueiro e normal. Infelizmente, nos dias de hoje, isto está cada vez mais difícil. Mas sonho com um mundo onde a compreensão impere e com isso haja uma sociedade mais justa e em torno do amor maior.
IMPORTANTE
Este é um dos muitos textos sobre recuperação da dependência química e do álcool que escrevi durante os 20 anos de minha caminhada rumo a sonhada sobriedade. Não sei se alcançarei, sobriedade é muito mais que parar com o uso do álcool e das drogas, mas estou no caminho certo. O projeto é um livro, ele vai sair, se possível, lançado ainda este ano.
Por enquanto, todos os domingos irei colocar um dos textos em nosso site, se ajudar alguém que estiver procurando ajuda, já estarei gratificado.
BOM DOMINGO PARA TODOS!