A cidade enfrenta mais um pedido de impeachment, reavivando um histórico de controvérsias políticas. Em ocasiões anteriores, investigações contra antigo prefeito não geraram resultado. Recentemente, tentativa de golpe contra o ex-vice-prefeito Nedy de Vargas Marques culminaram em sua absolvição, enquanto pedidos de impeachment contra o ex-prefeito Jairo resultaram em pizza, apesar de diversas acusações gravíssimas que levaram ao seu afastamento judicial em três ocasiões.
No que diz respeito aos vereadores, a história da Câmara é marcada pela escassez de pedidos de impeachment. O caso mais notável foi o do ex-vereador Celso Jancke, que optou pela renúncia para evitar a cassação, além de dois ex-vereadores, Pompeu e Francisco da Mensagem, que foram inocentados de acusações de “rachadinhas”. A cassação de Giovanni poucos dias atrás foi rara e rápida, sob alegações que, embora infundadas juridicamente, refletiam a vontade política de seu ex-aliado Jairo Jorge e interesses pessoais de alguns membros da base do governo atual.
O advogado de Giovanni, Dr. Marcelo SF, previu publicamente que o vereador Ezequiel seria o próximo alvo e acertou. A denúncia contra Ezequiel também carece de fundamentos jurídicos, sem nem cogitar a imunidade parlamentar garantida pela Constituição. O cerne da acusação reside em uma publicação do vereador no Dia das Mães, na qual expressou sua “falta de admiração” por mulheres esquerdistas. Embora sua declaração tenha sido infeliz como de costume, não transgride a legalidade, uma vez que ninguém é obrigado a admirar ninguém.
Outras alegações na denúncia envolvem comentários absurdos e habituais na polarização política atual, com generalizações sobre esquerda e direita que têm irritado a população normal. As afirmações de que o vereador estaria “desprezando a dor alheia” e fazendo “ofensas ideológicas” foram utilizadas para argumentar que ele não possui o decoro necessário para o cargo. O decoro, que vem de corar e significa a capacidade de sentir vergonha, é um conceito subjetivo, e alguns vereadores podem interpretar a conduta de Ezequiel como vergonhosa.
Entretanto, é importante lembrar que, em uma democracia, é necessário tolerar ideias que consideramos absurdas e que não são novidade para ninguém, tanto que Ezequiel foi eleito proferindo o mesmo discurso em campanha que profere agora, enquanto eleito. O verdadeiro desafio reside em entender como alguns vereadores não percebem a falta de decoro em sua recusa em investigar desvios de milhões de reais em dinheiro público. Parece que a prioridade atual é a cassação de vereadores motivada por interesses pessoais e políticos.
Vivemos um momento de intensa politicagem, em que a frágil democracia está constantemente ameaçada por poderosos. O poder, quando nas mãos de uma pessoa, revela seu verdadeiro caráter, e o problema é que ele pode mudar de mãos, alterando os interesses em jogo. Ezequiel, que se sentiu fortalecido ao cassar Giovanni sem base jurídica, agora experimenta a vulnerabilidade de estar na mira.
A pergunta que resta é: quem será a próxima vítima desse oportunismo político? É provável que novos pedidos de impeachment surjam em breve.
Será que teremos mais um novato na mira de um pedido Novo ou irão finalmente mirar em velhos políticos com péssimos hábitos antigos que levaram a nossa cidade a viver o caos atual?
Única certeza é que teremos nosso legislativo ocupado com mais uma discussão menor, frente aos gravíssimos problemas que nossa cidade enfrenta.
Não vejo interesse algum de ninguém em defender o vereador Ezequiel, seja do governo ou da oposição e acredito que a cassação, seja somente mais um jogo de cartas marcadas.
*O autor é Advogado, Jornalista e Colunista do Notícias da Aldeia
VEJA O NOVO PEDIDO DE IMPEACHMENT
Vereador Ezequiel Vargas tem outro pedido de impeachment protocolado na Câmara de Canoas
Uma Resposta
Lembrando sempre que disseminar ódio é sim crime este cidadão é recorrente nisso, e se fosse contra ex-drogado, homosexuaisl,seria crime? Ou teria textão? Aos que seguem dividindo a sociedade, aos que pregam o ódio, sim é necessário que deixem de ocupar espaços de poder , para que quando alguém os ocupe, saiba das reponsabilidades! E o reporter parece que não anda mais tão “isentão” virou “religiioso”?