Para quem não conhece, daremos uma pequena explanação do mito da caverna de Platão, ela é uma alegoria que visa retratar a condição humana em relação ao conhecimento e à realidade. Segundo o filósofo grego, as pessoas estão presas em uma caverna desde o nascimento, acorrentadas de forma a só conseguirem ver as sombras projetadas na parede. Essas sombras são apenas imagens distorcidas da realidade, criadas por objetos que estão fora da caverna e que são iluminados por uma fogueira.

Na visão de Platão, a maioria das pessoas vive apenas com essa visão limitada das sombras, sem ter acesso ao conhecimento verdadeiro sobre a realidade. Porém, existe a possibilidade de se libertar dessa condição, de sair da caverna e ascender ao mundo exterior, onde se encontram as ideias verdadeiras e os princípios universais. Isso requer esforço, dedicação e uma busca constante pelo conhecimento.

Um amigo, jovem empresário de sucesso, lendo uma entrevista que fiz, me alertou sobre esse mito e de como isso deveria ser aplicado aos políticos de Canoas, o que não acontece, tanto que o comentário dele foi em cima da reportagem.

Carlos diz, “Platão expõe sobre quem consegue sair da sombra projetada e ter contato com a luz do bem, e aquele que se atreve a voltar para tirar os outros da caverna é considerado um político. Então, esta é a definição do filósofo sobre um político, é aquele que se dispõem a voltar para socorrer as pessoas de uma visão distorcida, das trevas ou da escuridão. Infelizmente não é o que a gente encontra por aí no dia-a-dia né”?

E ele continua, “se a gente for olhar o trabalho que tu fazes (referindo-se a mim) no aspecto dos adictos e apoiar os dependentes a saírem do mundo das sombras e, como exemplo, tu saíste e encontraste a ideia do bem. Esse deveria ser o verdadeiro político, talvez por isso que consegues trabalhar e navegar na política no aspecto crítico, afinal, tu descobriste a ideia do bem, então, isso é extremamente importante. O político tem que ter o acesso à ideia do bem, infelizmente a maioria deles são extremamente ignorantes e afeitos ao mal fazer e para isso usam as sombras, tão convenientes para a ilicitude”, conclui o jovem empresário.

A CIDADE CAVERNA DA ESCURIDÃO E DAS SOMBRAS DISTORCIDAS

A ideia de meu texto, com a colaboração do jovem empresário, é aplicar esse mito aos políticos, podemos fazer uma analogia interessante. Assim como as pessoas presas na caverna, muitos políticos estão presos a uma visão limitada e distorcida da realidade. Eles podem estar presos a dogmas, ideologias ou interesses pessoais, que os impedem de buscar o conhecimento verdadeiro e de atuar de forma eficiente e justa. Coisa que muito pouco acontece a nossa Aldeia, eu não preciso pontuar o estado de escuridão política que estamos vivendo, todos estão vendo e não existe ninguém para nos salvar. Existem, sim, falsos profetas que bradam ser salvadores, mas não tem a coragem de entrar na Caverna e salvar a população abandonada.

Para Platão, o governante ideal seria aquele que ascendeu ao mundo exterior, que adquiriu o conhecimento verdadeiro e que tem o poder de agir segundo os princípios universais. Esse governante teria a sabedoria para tomar decisões justas e beneficentes para a sociedade como um todo, em vez de agir apenas em benefício próprio ou de grupos específicos.

É importante ressaltar que nem todos os políticos estão presos à caverna. Existem aqueles que buscam o conhecimento e atuam de forma coerente e justa em suas decisões. Ainda assim, o mito da caverna nos leva a refletir sobre a importância da busca pelo conhecimento, da capacidade de questionar e de ir além das sombras projetadas na parede.

Portanto, aplicar o mito da caverna de Platão aos políticos nos leva a refletir sobre a importância da educação, da formação de governantes sábios e comprometidos com a justiça e o bem comum. Além disso, nos lembra da importância de questionar as ideias preestabelecidas e de buscar a verdade, mesmo que exija um esforço maior.