Neste mês inaugurou o Fort Atacadista, rede de atacarejo, e logo trouxe consigo a discussão ideológica de que esse empreendimento não poderia ser instalado ali, em zona nobre, tanto pelo modelo de negócio “atacarejo” ou quiçá pelo seu “estilo arquitetônico”.
Existe uma vida intensa ocorrendo nos centros urbanos, mas ainda persiste uma ideia retrógada de compartimentar os locais da vida nas cidades, dividindo os usos urbanos, como se fossem verdadeiros guetos, aqui isso pode, ali isso não pode e assim por aí. Ainda bem que na última alteração do plano diretor, ainda democrático, no final do governo Ronchetti, os corretores puderam interceder para liberar muitos entreves com relação aos usos proibidos do plano diretor anterior.
VIVA o local que o grupo atacadista escolheu para se instalar, fácil de acessar, junto a tudo e a todos, exatamente no centro urbano leste da cidade.
Permitir que espaços urbanos sejam usados amplamente para as pessoas que vivem nas cidades é o grande desafio. Um atacarejo localizado próximo da grande maioria da população, independente de quem ou do que está em seu entorno, mas levando em conta se a sua localização vai beneficiar as pessoas que vivem em sua cidade é o que tem de mais importante.
Ousar, liberar e deixar que cada vez mais o mercado regule os espaços é o plano mais adequado para o futuro das cidades.
Se o empreendimento é bonito ou feio é uma questão de gosto, na minha opinião o importante é os reais benefícios do empreendimento para as pessoas que habitam na cidade de Canoas.