Buscando dar voz aos imigrantes locais e construir propostas para dialogar com o Governo Federal, a Prefeitura através da Coordenadoria de Igualdade Racial, Povos Originários e Imigrantes realizou a 1º Conferência Municipal de Migrantes. Canoas se colocou à disposição para dar espaço a um processo de escuta da comunidade migrante, para que possa ser elemento participativo do processo de construção de políticas públicas. O evento tem o objetivo de marcar a aproximação entre o poder público e a sociedade civil, no caso, os migrantes. A atividade ocorreu na tarde desse sábado (23), no Centro Socioeducacional Assunta Marchetti, no bairro Olaria.
Participaram 46 pessoas sendo 22 de outros países, em sua maioria venezuelanas. Foram debatidos seis eixos temáticos: igualdade de tratamento e acesso a serviços públicos; inserção socioeconômico e promoção do trabalho decente; enfrentamento a violações de direitos; governança e participação social; regularização migratória e documental e Interculturalidade e diversidades
Políticas Públicas
“Quando se faz política com essa abrangência de trazer a comunidade, ouvi-la, entender quais são as suas dores, a gente está construindo as verdadeiras políticas públicas. Eu acho que o que está acontecendo hoje aqui em Canoas, a gente pode definir e demarcar como um passo por uma longa caminhada no que diz respeito à construção de políticas públicas que dialoguem com a comunidade imigrante”, ressalta o representante da associação dos angolanos no RS e articulador da comunidade migrante refugiada, Narrador Kanhanga, 41 anos, migrante de Angola e há 18 anos no Brasil.
“Estamos aqui, como observadores, como alguém que está para ouvir e aprender com os migrantes e para ajudar a sistematizar e a dinamizar as discussões, porque para nós, que estamos acostumados a redigir documentos mais formais, fica mais fácil justamente essa tradução em português das ideias dos migrantes que estão aqui. Eles representam toda a comunidade de Canoas e cidades vizinhas”, afirma a Coordenadora do curso PpG memória social e bens culturais do Unilassale, Patrícia Vargas Mangan.
Essa conferência é preparatória para a Conferência Nacional. Dessa etapa saem propostas, que são votadas e vão para o governo federal, segundo a Coordenadoria de Igualdades Racial, Povos Originários e Imigrantes. O evento teve a parceria de entidades como Comigrar, Comirat, Humilitas Scalabrinianas e OIN Onu Migração e ao próprio Centro Socioeducacional Assunta Marchetti, responsável por toda a estrutura.
Texto: Júlio Fontes
Edição: Sibeli Fagundes