Representantes da direção do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) estiveram reunidos nesta terça-feira (18), com dirigentes dos três hospitais de Canoas, além do secretário da Saúde do município, Mauro Sparta. Na pauta do encontro estavam as reivindicações dos médicos das instituições, que sofrem com problemas históricos como falta de condições de trabalho e ausência de pagamentos, cenário nesse momento agudizado pela tragédia das enchentes que assolou de forma expressiva Canoas e seu sistema de saúde. O Hospital de Pronto Socorro (HPSC) foi destruído pela enchente, e suas atividades transferidas para a estrutura do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG).
Marcos Rovinski, presidente do Simers, explica que os problemas, anteriores às enchentes na cidade e agora intensificados, precisam de resolução, pois prejudicam o trabalho dos médicos e geram preocupante desassistência à população. “Os problemas não são de hoje, não iniciaram em maio, vem de muito antes. Nós temos dialogado com frequência com as autoridades locais para resolver a situação com agilidade, mas precisamos de prazos para as devidas resoluções”, enfatiza.
Para o vice-presidente da entidade, Fernando Uberti, as reivindicações dos médicos da cidade são recorrentes, legítimas e acendem um sinal vermelho na questão dos prazos para resolução das demandas. “Entra gestor, sai gestor e as coisas continuam caminhando em passos lentos em Canoas. Agora, com as enchentes, a situação é mais dramática. Precisamos estipular prazos e que estes prazos sejam cumpridos pela gestão do município. Não é apenas o trabalho dos médicos que está em jogo, mas toda uma rede de saúde pública que é referência para centenas de cidades gaúchas. Precisamos conciliar respeito ao médico, condições de trabalho e assistência em saúde de qualidade”, detalha.
Luiz Alberto Grossi, diretor de Interior do Simers, explica que algumas das demandas recentes dos profissionais já foram atendidas, como por exemplo um espaço de repouso adequado para os médicos do HPSC atuando no HNSG, porém é necessário que seja elaborado um documento onde constem demandas atendidas e em aberto, para comprometimento público da Secretaria Municipal de Saúde e avaliação periódica. “Nós somos o Sindicato dos médicos e estamos aqui para garantir uma estrutura mínima para que eles possam atender os pacientes com qualidade”, afirma.
Presente na reunião, o diretor da região Metropolitana, Daniel Wolf, explica que estão sendo enviados pedidos de providências para o Ministério da Saúde e Governo do Estado no sentido de agilizar a reabertura do HPSC. “Estamos enviando ofícios para o Governo Federal e Secretaria Estadual de Saúde, no sentido de mostrar a necessidade da população para a reabertura do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, melhorando o atendimento que neste momento está sendo provisório aqui no Gracinha”, detalha.
Grande preocupação dos médicos do HPSC, é o tempo necessário para que o hospital seja reconstruído e a situação dos atendimentos seja normalizada.