Canoenses se Mobilizam em Protesto por Proteção Contra Enchentes

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Na manhã de sábado, 5 de julho, um grupo de cidadãos de Canoas se reuniu em frente à Cassol, em um protesto emocionado que clamava por ações efetivas contra as enchentes que assolaram a região. A manifestação foi uma resposta à inação das autoridades, que ainda não concluíram as medidas de proteção prometidas.

O foco do descontentamento foi o Governador do Estado, que detém há tempos as verbas do governo federal, mas ainda não as repassou para os municípios afetados. Durante uma cerimônia na Ulbra, o governador havia se comprometido a agilizar esses repasses, mas os prazos estipulados não foram cumpridos.

O Prefeito Airton, em nova reunião com o Governador, recebeu a promessa de que duzentos milhões de reais seriam liberados ainda neste mês. Contudo, esse valor é apenas uma fração do que é necessário. A Prefeitura já investiu cerca de sessenta milhões de reais de recursos próprios, sendo pioneira no Estado ao iniciar obras de prevenção. No total, estima-se que sejam necessários cerca de seiscentos milhões de reais para garantir a segurança da população.

Apesar de o governo federal ter enviado recursos suficientes para cobrir as obras, o governador argumenta que existem questões burocráticas que impedem o repasse. Essa lentidão é vista como uma estratégia que beneficia o caixa do governo estadual, especialmente com a aproximação das eleições do próximo ano, nas quais o governador tem aspirações pessoais, incluindo uma possível candidatura à presidência.

Embora o número de manifestantes não tenha sido expressivo, a razão de seu protesto é válida. Infelizmente o povo reclama muito nas redes sociais, mas não se mobiliza para tomar as ruas e se unir nem quando a causa afeta a todos. A preocupação com a próxima chuva é constante entre aqueles que já sofreram com as cheias, independentemente de bandeira político partidária.

As enchentes não são um problema isolado. De 1991 a 1999, 43.242 pessoas foram atingidas por inundações. Entretanto, entre 2020 e 2023, esse número saltou para mais de três milhões. Se considerarmos o ano de 2024 e a tragédia que devastou o Rio Grande do Sul, o total de pessoas afetadas passa de impressionantes seis milhões e oitocentas mil. Desde 1991, mais de noventa e um milhões de indivíduos sofreram com enchentes, resultando em 4.247 óbitos.

Os dados são da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica e revelam a urgência em prevenir novas tragédias. Canoas, em particular, destacou-se negativamente como a cidade com o maior número de óbitos na calamidade do ano passado.

É essencial que mais movimentos de cobrança e mais cidadãos apareçam, para que os políticos compreendam que a lentidão não é aceitável quando se trata de proteger a vida e o patrimônio das pessoas. A saúde mental e financeira da população ainda está abalada pelo trauma de calamidades passadas, e agir rapidamente é a única forma de evitar que a história se repita.

Uma Resposta

  1. Não adianta encher Canoas de subprefeituras e de ccs que não sabem o que estão fazendo. Tem que reestruturar o município fazer concurso público para operários e parar de tercerizar todos serviço. Enquanto tiver terceirização haverá corrupção e cargo de confiança a mesma situação fazem rachadinhas com políticos sem escrúpulos.

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