CHEIAS EM CANOAS | Cuidar da saúde de nossas crianças é obrigação do poder público

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O sabiá hoje não cantou, deve ter acasalado, sua fêmea deve estar botando ovos. Vem aí mais uma geração de valorosos sabiazinhos.

Porém, vocês conhecem o pássaro vira-bosta?

É o famoso Chupim, que tem o hábito de fuçar nas fezes do gado à procura de sementes mal digeridas, que lhe conferiu seu nome popular vira-bosta.

Esse bichinho, o chupim, é conhecido por colocar seus ovos nos ninhos de outras espécies aves, para que as mesmas possam chocá-los, criá-los e alimentá-los como se fossem seus próprios filhotes, um processo conhecido como parasitismo de ninhos. Por isso acabou virando sinônimo de aproveitador.  

As madrugadas, além de pensar em pássaros, me trazem na lembrança que fui um ribeirinho em Uruguaiana e convivi com enchentes bem de perto, o que era um sofrimento para a população, para nós crianças era uma festa, não tínhamos noção da tragédia, tudo era travessura que se apresentava.

Mas enfim, naquela época, há 50 anos atrás, as águas das enchentes não vinham poluídas como são hoje e as doenças eram possibilidades bem menores. A saúde não estava em estado de calamidade pública como está hoje, não temos nem o direito de ficar doente, até quem tem plano de privado sofre, imaginem quem depende de atendimento público.

Ontem, no Mato Grande, um bairro que funciona como descarga de tudo que é lixo, quer seja descartes ilegais ou dejetos cloacais de outros bairros, haviam duas crianças brincando nas fétidas águas das ruas alagadas pelas últimas chuvas que assolaram Canoas.

A cena, uma menina dentro de uma caixa de isopor e empurrada por menino no lago urbano do abandono público, plasticamente era bonito de se ver, mas não, hoje as crianças não têm mais direito de brincar na chuva. Pois, irão parecer Chupins brincando, literalmente, na bosta e propensos a todos os tipos de doenças que uma cheia poluída produz para a população.

Vale lembrar, também, que o transporte com uma van para os moradores foi muito bem-vindo, mas era o mínimo que se esperava em um bairro que virou um lago, só transponível por veículos pesados, que insistem em passar ilegalmente, e jogando a água suja para os pátios e dentro das residências das principais vias do Mato Grande. Portanto, não é preciso publicizar e, sim, apenas informar o serviço. Ajudar a população que paga seus impostos é obrigação do município.

Que, com essa grande enchente, sirva de alerta para os governantes a urgência de uma casa de bombas para o Mato Grande e outras providências muito necessária para o abandonado bairro de Canoas.

BOMBAS

Recebemos a informação que chegaram, ontem à tarde, duas bombas elétricas com capacidade de 120 litros por segundo. Elas são emprestadas e serão instaladas hoje, ainda, pela manhã.

DICA

Agora temos que nos cuidar, também, com os pacóvios pássaros inteligentes, que tem o hábito de colocar ovos onde lhes convém, mas são inférteis, pois com aves de mau agouro os ovos tendem a gorar e não criar novas gerações. Mas essa dica é só para alguns, é preciso ter alcance para entender.

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