A frase que dá título a esta coluna pertence à Teresa Surita que diz: “É fácil criticar quando não pisamos nas mesmas pedras.”
Seria mais ou menos o seguinte: Falar é fácil. Fazer também é fácil. Difícil é falar somente o necessário e fazer da maneira correta.
Creio que temos aí um dos grandes problemas administrativos das Gestões que passam pela nossa cidade: falam demais, fazem pouco, não falam o necessário e não fazem da maneira correta. Criticar um ao outro por quê?
Vamos ao caso dos empréstimos para receber o décimo terceiro, realizados esta semana pelo funcionalismo e aposentados. É a quarta vez que procedemos dessa forma para receber o que nos é de direito.
Houve uma diferença organizacional entre elas, acrescentando o prejuízo que a atual administração contemplou a quem antecipou o décimo e teve debitado nas contas em data anterior ao depósito. O prejuízo dos juros de quem antecipou ninguém vai pagar. Ninguém antecipa dinheiro sem propósito.
Voltando a questão empréstimo: Nunca é bom para ninguém pedir empréstimo bancário. Se na vida pessoal é negativo, faça ideia do que representa a um gestor público que apela para este tipo de negócio. Prejuízo na certa. Quem paga a conta é o cidadão.
A diferença entre vida pessoal e gestão pública é uma só: o nosso prejuízo ficará entre quatro paredes e a do serviço público é no atendimento as necessidades da cidade. É muito mais amplo e carece de responsabilidade para quem o faz.
É inadmissível que em pleno século XXI os gestores públicos vão ainda contar com a sorte para administrar, contando com arrecadações futuras para cobrir o prejuízo atual, sem um controle sobre as suas contas. Solicitar empréstimo significa não ter dinheiro para cumprir compromissos ou para operar um tapa buracos no excesso de gastos. E como gastam!
Não podemos admitir que os impostos que alimentam a máquina pública sejam tão mal utilizados a ponto de deveres para com os seus funcionários e cidadãos sejam submetidos a taxas de juros futuras que prejudicarão o andamento de obras essenciais ao desenvolvimento da cidade.
Impossível crer que este ou aquele Governo fez algo melhor ou pior fazendo empréstimos. Os prejuízos são os mesmos, portanto temos uma repetição de um modelo que não traz nenhum benefício ao servidor ou a população. Faltou e vai faltar em algum lugar esses valores comprometidos com o banco.
Preocupa muito a falta de transparência e o futuro das contas municipais a continuarmos a lidar com certas “emergências” sem muita clareza nas explicações.
Espero que a organização bata a porta da administração e que tenhamos um segundo semestre menos instável e que traga tranquilidade aos servidores. É apenas uma esperança, não é uma certeza e isso traz aquela desconfiança de que muita água ainda há de rolar morro abaixo e morro abaixo ninguém segura.
Defendo a ideia de que o executivo deve suspender definitivamente esse vício de ficar se segurando na herança que me deixaram, já que a promessa era de dias melhores. É justamente aí onde paira toda a chuva de críticas que recebe a atual administração. Comparações são inevitáveis, quando alguns procedimentos se repetem, e onde as promessas de melhoria ficaram pelo caminho.