A iniciativa, que segue em 2026, fortalece o vínculo entre universidade e comunidade e mobiliza doações para o Lar Santa Bárbara, em Canoas
Um grupo de alunas do segundo semestre do curso de Medicina da Ulbra levou música, acolhimento e aprendizado ao Lar Santa Bárbara, em Canoas. A atividade integra a disciplina Políticas Públicas e Gestão em Saúde, ministrada pela professora Estela Wazenkeski.
As alunas Sofia Eichelberger Zago, Giovana Salvaro Policarpi, Tainá Cazer e Laura Beatriz de Lima Domingues encontraram no Lar Santa Bárbara um espaço ideal para unir teoria e prática. O capelão da Ulbra, pastor André Cardoso, também participou da atividade e conduziu momentos de louvor e reflexão junto aos residentes.
“Foi uma experiência emocionante e nos fez perceber a importância do afeto, da empatia e da escuta ativa que teremos que exercer na prática médica”, relata Sofia Eichelberger Zago, uma das alunas participantes. “Muitos idosos têm Alzheimer ou tiveram AVC e não conseguem se comunicar muito bem, mas quando o pastor começou a cantar, eles se emocionaram. Mesmo com limitações, acompanhavam as músicas, pediam canções e sorriam. Esses gestos simples mostram o quanto o cuidado humano pode transformar o dia de alguém e o quanto isso também nos transforma como futuras médicas”, finalizou.
Aprendizado com propósito
O projeto prevê visitas regulares ao longo de dois semestres, com foco em ações que estimulem o bem-estar e o cuidado integral das pessoas idosas. A partir da proposta das estudantes, o Lar Santa Bárbara passará a integrar o campo de estágio obrigatório do curso de Fisioterapia Semipresencial da Ulbra, para fortalecer a atuação interdisciplinar entre as áreas da saúde.
Conforme a coordenadora do curso de Fisioterapia Semipresencial da Ulbra, Cristina Fedrizzi Caberlon, é o segundo semestre consecutivo que o curso faz interação com acadêmicos de medicina e a parceria será mantida sempre que possível. “A gente fala muito ao longo da formação sobre a importância da interdisciplinaridade, e poder colocar isso em prática através de ações concretas é um grande privilégio. Quando um grupo de alunos atua fora da sua zona de conforto e busca fazer a diferença, é preciso incentivar. Isso é educação transformadora e com propósito”, destaca Cristina.
A coordenadora do Lar Santa Bárbara, Liane Abreu de Souza, reforça o impacto positivo das visitas na rotina dos residentes. “A presença dos alunos e do pastor é muito importante. Eles trazem alegria, motivam os idosos a participar das atividades e ajudam a quebrar a solidão. É um trabalho muito bonito e humanizado”, contou.
Extensão que transforma
Segundo a professora Estela Wazenkeski, o projeto é desenvolvido em etapas e faz parte de uma metodologia que une teoria, prática e envolvimento comunitário. “Essa é uma disciplina de extensão que segue por dois semestres. Na primeira fase, os alunos escolhem uma política pública e vão a campo para conhecer de perto sua aplicação, identificar demandas e propor intervenções. Na etapa seguinte, eles executam o projeto na disciplina de Práticas Interprofissionais em Educação e Saúde”, explica.
Mesmo antes de chegar à próxima etapa, na disciplina seguinte, o grupo decidiu antecipar as ações por conta do vínculo criado com os moradores do local. “As alunas se envolveram de forma muito genuína com o Lar Santa Bárbara, criaram laços com os idosos e começaram a desenvolver atividades complementares, como a visita do pastor e a parceria com o curso de Fisioterapia. Essa é exatamente a essência da disciplina: formar profissionais que entendam a medicina como um ato humano, social e colaborativo”, conta a professora Estela Wazenkeski
Além do trabalho educativo e das visitas, as alunas estão mobilizando doações de fraldas geriátricas (tamanhos GG e XG) e leite para apoiar a instituição. Interessados em colaborar podem entrar em contato com as estudantes pelos telefones: Giovana (48) 99846-2602, Tainá (54) 99653-3101, Sofia (51) 98682-0222 e Laura (51) 98211-7504.
