Eu me permito | Eu quero, eu posso e eu consigo!

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Permita-se ser mal visto, mal falado, mal avaliado!

Permita que se enganem a seu respeito, que deem risadinhas pelas costas! Permita que julguem, que cochichem, que acreditem saber quem você é! Permita que te “olhem torto”, que se afastem, que te excluam, que te rejeitem!

Deixe sua reputação cair por terra, enfrente seu maior pesadelo!

E veja que SIM, ela acaba em morte!

Morte deste que era escravo “dos que os outros pensam”.

E então viva, viva livre, sem medo. Porque a “outro” não tem mais poder sobre você.”

(Nina Zaboro)

 O tempo passou, eu mudei, mudei muito…

Por *Marco Leite

…durante anos meu complexo de Peter Pan não me deixou crescer.

O personagem criado em 1911, continua atual em nossos dias. O inventor ou autor deste clássico, James Matthew Barrie, foi muito além do que esperava quando considerou criar um menino que se recusava a crescer.

Peter, o Pan, é um grande amigo meu, é com ele que me identifico e reconheço minha maior fraqueza. Sofro do complexo de Peter Pan.

Como passei mais da metade de minha vida drogado ou bêbado, não passei pelo processo de amadurecimento. Tive um processo de crescimento, é claro, profissional e social.

Sou o Peter dos dias atuais. Pessoas especiais para mim até “ralham” comigo, como se eu fosse um menino, e eu ouço calado, mas será que entendo? Ou quero continuar sendo o menino travesso e sem a responsabilidade que um homem de 61 anos precisa ter?

É bom ter um lado infantil, mas a vida sem compromisso nos meus tempos de ativa me deixou preguiçoso para o amadurecimento.

Ser Peter é legal, todo mundo gosta de Peter, mas os mais próximos se preocupam com a infantilidade e até perdem a paciência com ele. A vida é feita de responsabilidades, todos querem seriedade e claro que o Peter incomoda com sua insistência em não querer crescer.

O Peter da atualidade, criado pelo Marco Leite, não é tão divertido assim.

Ele vive em contradição, entre o crescer e o não crescer. Acho que todos temos um pouco deste maravilhoso personagem.

Mas poucos se importam. Eu, como sou um doente do comportamento, tenho que estar em constante vigília, pois o risco de uma escorregada pode me levar a uma recaída.

Nos últimos dias, o Peter está em guerra, ele insiste em não crescer, mas deve. Então, o que fazer?

Já chamei o garoto Peter para uma conversa, tenho passado noites em claro e o guri não afrouxa o garrão. Mas, a coisa está feia e a peleia dura. Já falei para ele tomar jeito e dar um rumo em sua vida, em detrimento de perder o que lhe é mais precioso.

Vejamos se, desta vez, ele entende que na vida todos podemos ser Peter, mas que também devemos crescer de quando em vez. A infância é legal e traz alegria, mas vem recheada de travessuras e de certas irresponsabilidades que devem estar vigiadas.

O complexo de Peter Pan, coisa que todo usuário de drogas e álcool tem, consiste na negação do crescimento e em um desejo de se manter sempre jovem. É por esta razão que tenho que dominar o peralta do Peter, pois com ele passo a esquecer de ser adulto, e acabo por valorizar demais as brincadeiras e esquecer de enfrentar ou não valorizar as dificuldades que se apresentam.

Mas o “Pan” é teimoso e insiste em dominar o Marco Leite, existe uma guerra instalada e dela ainda sairão muitas batalhas. Nesta guerra não existirá um vencedor, quem ganha com isso é a recuperação do comportamento, pois ambos os personagens são do bem, só que um imaturo e o outro querendo crescer.

Este é um problema de todos nós, só que em mim ele se manifesta na sensibilidade de um contador de histórias e que um dia sonha em ser um escritor. (Texto de 2012)

O PAN CRESCEU

Acreditem, estou em paz comigo mesmo, atingi uma maturidade, ainda que tardia, é o meu complexo de Peter Pan. Para quem não sabe o que é, o Peter se recusa a crescer, talvez por temor ou por gostar da infantilidade sem compromisso, afinal, é muito melhor despreocupar-se.

Mas a maturidade me faz perceber as coisas, pressentir, principalmente, os desagregadores.

Como tem gente com esse propósito, eu observo e deixo passar. Se sou importante para alguém, esse alguém irá me dar valor, simples assim.

Meu sorriso, com compromisso maduro, é sempre para quem agrega, não para quem insiste em separar.

*Escritor e trechos de um livro “ainda a ser contado”

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