Agendada para o dia 5 de abril de 2025, a partir das 14h, a Feira Timbaúva ocorre 11 meses após a enchente que atingiu quase metade do território de Canoas. Três artistas diretamente atingidos participam da organização: os músicos e produtores culturais Luiz “Cisco” Zanovello e Wender Zanon e a escritora Irka Barrios. A feira foi contemplada pelo programa Microcrédito Cultural da Prefeitura Municipal de Canoas.
A Feira Timbaúva terá acesso livre para todos os públicos. A entrada é gratuita. A abertura ocorre às 14h do dia 5 de abril de 2025 e as atividades se encerram às 22h da mesma data. O endereço da Casa das Artes Villa Mimosa é Av. Guilherme Schell, nº 6270, Centro, Canoas – RS. É possível acessar o local de trem (Estação Canoas), ônibus (N161 Mathias Velho/Porto Alegre, N340 Sapucaia do Sul/Porto Alegre, N611 Novo Hamburgo/Porto Alegre, T185 Integração Residencial Guajuviras/Meu Rincão, TM1 Transversal Metropolitana 1) ou carro (não há estacionamento no local, mas há vagas nas ruas ao redor).
Preocupados com a diversidade cultural, os organizadores pensaram em aliar Literatura, Música, Quadrinhos, bate-papos e espaço para comercialização de produtos relacionados à literatura e artes gráficas. A primeira edição da feira também é realizada de forma colaborativa contando com muitos trabalhos e projetos que estão sendo realizados em Canoas, graças às políticas públicas de cultura. Mesmo com as ideias focadas no campo da literatura e artes gráficas, essa primeira edição piloto acaba tendo um caráter de feira multicultural ao somar muitos trabalhos de artistas da área da música do município. E essa soma de manifestações artísticas e agentes culturais dialoga muito com os conceitos do evento. Afinal, utilizar o nome Timbaúva foi uma maneira de (re)pensar os símbolos do nosso município. De acordo com o art. 126 da Lei Nº 4328, de 23 de dezembro de 1998: “Timbaúva (Enterolobium contortisiliquum) é considerada árvore símbolo do município de Canoas, conforme a obra do escritor João Palma da Silva publicada no livro As Origens de Canoas. A madeira da árvore é uma das principais fontes para a construção das canoas. E pensando na estrutura e função da árvore, idealizamos a feira como um espaço de proteção, estímulo e abrigo para a arte produzida na cidade e na região.
Confira a programação completa:
A única atividade que ocorre fora do horário da feira é a Oficina de Produção Cultural, ministrada por Wender Zanon. A atividade tem início às 10h, a entrada é franca e as inscrições são por ordem de chegada. A oficina abordará os variados aspectos da produção, como a definição de um projeto cultural, sua estrutura, o pós-produção e a avaliação do projeto realizado. A atividade será desenvolvida através de um bate-papo, em que o ministrante usará seus próprios projetos como exemplos, além de os participantes apresentarem seus projetos e ideias em aula. Wender Zanon é um dos organizadores da Feira Timbaúva e nos últimos anos participou de projetos como Rock na Praça, This is Canoas not Poa!, Um Filme de BR, Gosto Estranho, Marginália Metropolitana, além de assinar a produção executiva de inúmeros artistas musicais de Canoas e região metropolitana.
Já às 14h a Casa das Artes Villa Mimosa abre suas portas para o público. Dezoito artistas e coletivos estarão expondo e comercializando seus trabalhos na Feira Timbaúva. Os expositores foram selecionados através de um edital de seleção divulgado no início do mês de março pelos perfis das redes sociais da Feira. Os artistas participantes são: Ana Cândida Sommer, Ana Clara Dieter, BANCABERTA, Drika Zimmermann, Projeto Circular Feevale, milli/godartsmorpho, Cisielen C S Arte, Daniel Hogrefe, Fabiano Gummo, Felipe Xavier, Suco de Ralo, Luana Terra, theboddah, Arte Trabalhadora, Fofoletes, Experimentos Impressos, Sergio Rodrigues e Phia Studio.
Também às 14h ocorre a Oficina de Canto, ministrada por Paulo Freitas. A entrada é franca e as inscrições são por ordem de chegada. A Oficina de Canto: introdução à técnica vocal e criação musical do projeto “Sintonia” apresenta conceitos básicos de música e voz cantada, introduz ao público a música e o canto como prática de lazer, entretenimento, relaxamento, integração social, criação artística e expressão. Além de noções iniciais sobre saúde vocal e técnicas corretas de canto popular, a oficina tem como objetivo proporcionar um momento de criação artística e exercício da criatividade em grupo. Falaremos sobre aquecimento vocal, melodia, ritmo, tom, afinação e harmonia a partir de canções e da prática do canto. Paulo Freitas é bacharel em música pela UFPEL, além de ter uma carreira solo inaugurada recentemente com o lançamento do single “Andorinha”. O artista também é baixista da banda Vá e professor de música no município.
O lançamento da zine Ravena ocorre às 14h20min. Desenvolvida junto ao projeto Monstros de Canoas, a zine Ravena nasceu como produção dos alunos EMEF General Osório, no Bairro Rio Branco. Fruto da Oficina de Criação Literária ministrada pela escritora Irka Barrios, em dezembro, a zine encampa a produção de oito pequenos escritores. O objetivo da oficina foi estimular a criatividade de alunos diretamente atingidos pela enchente e, através de um processo de ressignificação do trauma, incentivar a criação de um monstro coletivo. O resultado gerou Ravena, a monstra protagonista das oito histórias presentes na zine. O trabalho de edição foi realizado por Irka Barrios e o trabalho de diagramação e capa pela artista Ana Cândida Sommer, que também foi responsável pela identidade visual da Feira Timbaúva.
O bate-papo das 15h terá como tema “A enchente de maio de 2024 e seus impactos na produção literária” e conta com as presenças das autoras Maikele Homrich e Adriana Zwiernik. O bate-papo seguinte, às 16h, reunirá a escritora Taiasmin Ohnmacht e o escritor Matheus Borges que falarão sobre “As crises e os medos: escrever o novo milênio”.
A mediação das atividades fica por conta da escritora Irka Barrios, uma das produtoras da Feira Timbaúva. Irka Barrios é mestre (PUC-RS) e doutoranda em Escrita Criativa (UFRGS). Autora de Vespeiro (Dark Side Books, 2023), Lauren (Caos & Letras, 2019) e Júpiter Marte Saturno (Uboro Lopes, 2022). Recebeu os prêmios Brasil em Prosa (Amazon, 2015), Odisseia da Literatura Fantástica (2022), AGES – Narrativa Curta e Livro do ano (2023), AGES – Narrativa Curta e Livro do Ano (2024), Jacarandá (2024) e Academia Rio-Grandense de Letras (2024). Foi indicada aos prêmios Jabuti em 2020, Academia Rio-grandense de Letras em 2023 e ABERST em 2024. Integra o coletivo Mulherio das Letras RS e é mediadora do Clube de Leitura Escuromeders.
Ainda na programação, às 16h, a terceira oficina do dia, a Roda de Sample com Marcelulose. A atividade é comandada pelo músico e produtor Marceulose e as inscrições são por ordem de chegada. A atividade é inspirada em um evento que ocorre em São Paulo há dez anos. O projeto basicamente consiste em uma atividade de improvisação musical e reúne os participantes para tocar, ao vivo, improvisado e em formato de roda, como são as tradicionais rodas de samba. A atividade é um espaço para experimentações. Marcelulose conduzirá a oficina explicando desde os conceitos mais básicos, e dependendo do público alguns conceitos e termos técnicos para quem tem mais experiência também, e estimulará a criação ao vivo de uma faixa com a participação do público presente.
A partir das 18h até às 22h, a programação conta com os shows dos grupos canoenses Paulo Freitas, Vá, Sul!, Assombroso Mundo da Natureza e Cat Arcade. Os grupos estarão no evento lançando a coletânea “Pra onde ir?”, um registro que reúne bandas contemporâneas da cidade e homenageia através do título um evento cultural que ocorria na cidade no início da década de 90.