Estivemos visitando as obras dos diques e conversamos com o Secretário da Pasta,  a segunda com maiores problemas Canoas, a primeira é a Saúde.

Guido Bamberg, que reassumiu a Secretaria de Obras do município, tem uma tarefa nada fácil. A cidade precisa de muito trabalho e a duas principais preocupações são as proteções contra as enchentes e os buracos nas vias da aldeia.

Guido foi secretário de obras no pior momento da história da cidade, as enchentes de maio de 2024, e agora está novamente à frente das obras, sua função é árdua, deixar nossa cidade protegida para que nunca mais tenhamos que vivenciar uma nova catástrofe climática que volte a invadir as casas e bairros de nossa cidade.

Com formação em Gestão Pública, Guido Bamberg atuou como Assessor Parlamentar na Câmara Municipal de Canoas (95 a 2008), na Assembleia Legislativa do Estado (2009) e no Congresso Nacional (2010 a 2011).

Entre suas passagens na área da Gestão Pública Estadual encontram-se as atuações no Poder Executivo da Secretaria de Obras (2011 a 2017) Secretaria de Desenvolvimento Urbano (2021 a 2022) e Secretaria de Habitação (2022 a 2024).

Na Prefeitura de Canoas foi Secretário-Adjunto de Governo (2017 a 2020), Secretário de Obras (2024) e agora retorna para a mesma pasta, reconduzido por Airton Souza, atual prefeito da cidade.

Dadas as devidas apresentações, o Notícias da Aldeia tomou um café com o secretário, além da visita, colocamos algumas questões para Guido Bamberg, veja o que ele disse:

Como o senhor encontrou a Secretaria de Obras quando reassumiu?

Ao reassumir a Secretaria de Obras e Reconstrução no final do mês de agosto, encontrei projetos e programas já em andamento. Busquei implementar uma gestão compartilhada e descentralizada, fortalecendo a parceria com as secretarias distritais e subprefeituras, sempre visando dar mais eficiência na execução dos serviços públicos.

A cidade tem urgência na recuperação das vias. Por que o Tapa-Buracos estava parado e quais providências foram tomadas para acelerar a solução?

Canoas foi uma das cidades mais castigadas pela enchente histórica de maio de 2024. A malha viária do lado Oeste ficou submersa por mais de 25 dias, enquanto a do lado Leste recebeu o impacto da frota de mais de 250 mil veículos por dia. Esses fatores comprometeram de forma drástica nosso sistema viário, o que hoje exige grandes esforços para a recuperação. Já havia em andamento um contrato de pavimentação, mas para avançar, retomamos contratos que estavam paralisados, aumentando assim o número de equipes nas ruas. Além disso, adotamos uma medida paliativa imediata: a utilização de asfalto frio.

O asfalto frio ajudou, mas não é solução definitiva. Existe previsão de consertos permanentes?

O asfalto frio é uma medida emergencial eficiente, indicada para corrigir pequenas imperfeições no pavimento. No entanto, sua durabilidade não é tão prolongada quanto a do asfalto usinado a quente. Nossa equipe técnica já mapeou todos os pontos que precisarão de reparo definitivo, com frisagem, aplicação de massa asfáltica e compactação.

Recentemente Canoas enfrentou dias de chuvas intensas. Como o senhor avalia os trabalhos preventivos no escoamento das águas?

A administração municipal tem dado atenção especial à manutenção do sistema de drenagem pluvial. Todos os dias realizamos serviços de hidrojateamento das redes e limpeza das bocas de lobo. Nos últimos episódios de chuvas fortes, foram identificadosalguns  pontos específicos de acúmulo de água, que exigem obras de infraestrutura mais robustas, como reforço e implantação de novas redes de drenagem. Vale destacar que, em somente três dias (entre 20 e 22/09), tivemos 120 mm de chuva — o equivalente a 80% da média de setembro — e mesmo assim nosso sistema de drenagem respondeu de forma bastante eficiente.

Sobre os diques e o sistema de proteção, qual é o balanço das obras e as previsões de conclusão?

Canoas está, sem dúvida, à frente de muitos municípios em obras de proteção. Hoje temos intervenções em todos os pôlderes (sistemas de proteção). Depois dos reparos definitivos nos diques Rio Branco e Mathias Velho em 2024, avançamos com obras de recomposição e elevação de cota nos diques Mathias Velho, Mato Grande, Niterói e na construção do Muro da Cassol, no bairro Rio Branco.

No Dique Rio Branco, o trecho II (entre a Rua Henrique Dias e a V Comar) já está em terraplanagem para elevação de cota. O trecho III (entre a Av. Guilherme Schell e a Rua Henrique Dias) está em fase de projeto, com previsão de início efetivo das obras em dezembro de 2025.

O Pôlder Niterói já tem sua primeira etapa concluída — foi o que garantiu a proteção do bairro durante a enchente. A segunda etapa deve ser retomada em breve, e a terceira, que interligará Canoas a Cachoeirinha, está em fase de elaboração de projetos. Isso dará ao lado Leste proteção completa contra o Rio Gravataí, e servira ainda de via de acesso com o Município de Cachoeirinha.

Já o Pôlder São Luiz está em fase de estudos de projetos hidrológicos, que definirão o melhor sistema de proteção e a quantidade de casas de bombas necessárias para proteger todo o bairro.

O senhor está preparado para recuperar as obras da cidade?

Tenho plena consciência da responsabilidade de conduzir as obras e fazer as entregas que a cidade precisa. Com o apoio da equipe técnica, que é formada por servidores de carreira altamente qualificados, tenho certeza de que conseguiremos entregar serviços e obras de qualidade, como os canoenses esperam e merecem.

É possível apresentar um balanço dos seus primeiros 30 dias na nova gestão?

Dentre várias medidas e ações destes primeiros 30 dias à frente da SMOR, podemos destacar:

• A assinatura da Ordem de Início de Serviços para o alteamento da cota do Dique Rio Branco (trecho entre a Guilherme Shell e Rua Henrique Dias);
• Início efetivo das obras de recomposição de cota e alteamento do dique Rio Branco (trecho entre a rua Henrique Dias até o V Comar);
• Assinatura da Ordem de Início de Serviços para a modernização e requalificação das 8 Casas de Bombas;
• Tratativas para conclusão do processo de contratação da construção das novas Casas de bombas CB9 (na vala da Madrinha no Bairro Mato Grande e CB 10 (perto da empresa Bianchini), e posterior Ordem de Serviços;
• A descentralização da operação tapa buraco com asfalto frio. Com a grande parceria com as Subprefeituras e Secretarias Distritais conseguimos em curto espaço de tempo fechar centenas de pequenos buracos nas ruas da cidade;
• Aumento significativo das equipes para operação tapa buracos com asfalto à quente, com a reativação de contratos que estavam paralisados, dando mais celeridade na recuperação das ruas;
• Retomada do projeto de reativação da Usina de Asfalto do Munícipio.
• Acompanhamento do início das obras do Túnel na BR 116, que interligará os lados Oeste e Leste da cidade pelas ruas Domingos Martins e Sezefredo Azambuja Vieira.

Para encerrar, qual a mensagem que o senhor deixa para os canoenses neste momento de reconstrução?

Minha mensagem é de esperança e compromisso. Sei que a população passou por momentos muito difíceis, mas também sei da força do povo canoense. Estamos, junto com o Prefeito Airton Souza e o Vice-Prefeito, Rodrigo Busato, trabalhando dia e noite para reconstruir a cidade, devolver a normalidade e preparar Canoas para o futuro. Já temos resultados visíveis, e com a continuidade desse trabalho, teremos uma Canoas mais segura, estruturada e com melhor qualidade de vida para a nossa gente.