Nossos aposentados do Senadinho merecem um banco especial no Calçadão de Canoas

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O Fratello, a G’oots e os aposentados do senadinho já não compõem nossa paisagem do Calçadão de Canoas. Os nossos senadores eventuais e últimos representantes de uma turma que se confunde com a vida urbana de Canoas, atravessaram a rua mais vez, eles estão desalojados do Calçadão da Tiradentes. Hoje o local é palco para todo o tipo de gente, são cabos eleitorais que nem sabem porque estão lutando, vendedores, transeuntes, eventos da Prefeitura Municipal de canoas e outras entidades.

Mas, tiraram os bancos da esquina do calçadão, os velhos do senadinho são obrigados a ficar de pé para seus encontros diários.

A verdade é que estamos nos transformando em um povo sem identidade e que não respeita suas tradições.

QUEM LEMBRA DO SENADINHO?

Creio que o senadinho exista há mais de 60 anos em Canoas, figuras importantes faziam parte da reunião, como: seu Lagranha, Jorge Uequed, seu Ulisses Machado Filho, Dario Capoani, Dario Ferraza, seu Calixto, seu Mussoline La Roque de Quadros, seu Cláudio Schultz, Jurandir Bonacina, Luís Possebon, Acássio Santos, Jesus (Bonito) Pfeil, entre tantos outros.

O grupo sempre foi perdendo membros e se renovando, é um momento de lazer e reuniões informais nas adjacências do Calçadão de Tiradentes com a 15 de Janeiro. E ainda continua, embora tímido, está ali, com o intuito de observar e comentar sobre quem passa, é uma atividade bastante comum em algumas localidades e, em Canoas, muito tradicional.

Geralmente, trata-se de grupos de amigos, conhecidos ou até mesmo desconhecidos que se reúnem para bater papo enquanto observam as pessoas que transitam pela rua. Essa prática pode ser realizada por diferentes motivos, como o simples entretenimento, a curiosidade em relação à vida alheia ou até mesmo como uma forma de socialização e integração com a comunidade de Canoas.

Podemos dizer que é um exercício de observação social, onde se visa entender a dinâmica de nosso centro e suas particularidades. Alguns podem ver, de outra forma, gerar alguns questionamentos éticos. Como, exposição e julgamento das pessoas que passam na rua, sem necessariamente conhecer suas histórias ou motivações. Além disso, pode ocorrer o risco de promover estereótipos, preconceitos e fofocas infundadas.

Porém, historicamente, nosso senadinho sempre teve consciência e respeito pelos direitos e privacidade de cada indivíduo, evitando qualquer tipo de invasão ou exposição indesejada. É sempre importante lembrar, que cada pessoa possui sua própria história e não devemos julgar sem conhecê-la de fato, o encontro em Canoas é uma tradição e merece um assento para seus participantes sentarem.

Nossos senadores casuais fazem parte da história de nossa comunidade, além da tradição, o grupo é fundamental para exercitar a empatia e o respeito ao próximo, valorizando a diversidade e a individualidade.

Nossos “senadores” do senadinho só querem um lugar para sentar no seu lugar de direito

A ESQUINA DEMOCRÁTICA

 No dia 26 de outubro de 2017, foi aprovada na Câmara de Vereadores de Canoas uma proposta dos vereadores Dario Silveira (PDT) e Maria Eunice (PT) que oficializava o cruzamento do Calçadão com a 15 de Janeiro como a Esquina Democrática de Canoas.

Desde então, o que já acontecia, se tornou oficial, as manifestações sempre começam ali e partem rumo ao Paço Municipal ou em praças do centro da cidade, como a da Bandeira e do Avião.

O texto da lei, prevê a utilização do espaço para difusão das expressões culturais, artística, políticas, religiosas e outras da mesma natureza. Segundo os autores, na época da lei, “já existiam concentrações e movimentos frequentes na área, a oficialização por parte da Câmara só assegurou em lei o direito à livre manifestação. ”

Na época os comerciantes e trabalhadores temiam pelo barulho e, que, o local iria se transformar em palanque político, tanto que o projeto de lei chegou a ser reprovado na Câmara anteriormente a sua aprovação. Maria Eunice alegou que poderia ser preconceito pelo projeto ser apresentado por uma mulher. Problemas à parte, a lei foi aprovada e o espaço ali está para às livres manifestações.

Então, vale lembrar, que o senadinho e seus senadores vieram bem antes da lei e ali estão até hoje.  São senhores respeitáveis, que em algum momento tinham um lugar para sentar, conversar e descansar de seu já tão longo andar.

Portanto, uma bancada urgente para nossos senadores!

Colaborou com as fotos, o pesquisador e historiador Edison Barcellos

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