Proponho tentarmos colocar um pouco de analogia poética na república mal lava chamada Canoas, tivemos a oportunidade de entrevistar os candidatos, uma chamada “sabatina” no PodCICS Canoas Especial Eleições 2024, sem demérito aos outros programas propostos, onde cada candidato podes explanar suas ideias. Foram cinco programas, com os “sabatinados”, Airton Souza (PL), Beth Colombo (Republicanos), Jairo Jorge (PSD), Odirlei Campiol (Novo) e Rodrigo Cebola (PSol). O candidato Márcio Freitas (PRD) também foi convidado, mas não compareceu à “sabatina”.

Tentamos extrair o máximo que se pode em um programa de 1h30min, quem olhar entenderá o que falo, eles estão no site do Notícias da Aldeia, nas plataformas da CICS Canoas, na Agência GBC e no Blog Seguinte. Rodrigo Cebola foi na segunda (19), Odirlei Campiol na terça-feira (20), Beth Colombo na quarta-feira (21), Airton de Souza hoje (22) e amanhã (23) Jairo Jorge encerra uma semana de proveitosas entrevistas, recomendo que assistam, principalmente os indecisos em seus votos.

O DEBATE

Mas ontem assisti o debate do Grupo Sinos, muito bem conduzidos por JP Gusmão, mas que nada trouxe de novo, visto que as ofensas foram a tônica de uma proposta boa, mas que terminou com lavagem de roupa sujas e muito pouco de propostas objetivas para a reconstrução da cidade atingida por todas as formas de tragédias, sendo a última a enchente de maio.

No debate do show de ofensas e ataques, os candidatos esqueceram que Canoas é um paciente terminal, e os eleitores estão procurando escolher um remédio (político) menos pior, que cause menos efeito colateral em uma população que sofre com a má política da cidade. Sim, é o que for menos pior ou a opção de não votar. É triste, estamos na UTI e eles discutindo o sexo dos anjos.

Em minha metáfora “O Debate, uma máquina de lavar roupa suja na república dos devaneios”, vou refletir sobre a falta de objetivos essenciais para a população. Onde se lava roupa suja em vez de propostas, para mim não interessa quem foi processado ou preso, isso é coisa para a justiça resolver. Meu voto irá julgar as melhores propostas para reconstruir a cidade, nada disso foi colocado no debate, não teria tempo né?

É muita sujeira para limpar em um debate fraco de objetivos.

Tem, também, a “república dos devaneios” onde alguns candidatos, talvez por desconhecimento, imaginam soluções utópicas e fantasiosas, que todos sabemos que não irão fazer, as tais “promessas vãs”.

No debate os candidatos fizeram questão de expor os defeitos ou sujeiras uns dos outros, como se o debate fosse como uma máquina de lavar. Até concordaria com isso, caso usassem o processo para mostrar como resolver as impurezas, para esclarecer os mal-entendidos, e dar um rumo ou alento ao eleitor.

O debate deveria servir como um espaço para discutir essas questões, possibilitando o entendimento mútuo e a busca por soluções para os problemas de uma Canoas terminal e quase sem soluções. Estamos cansados de fantasias ou utopia. O momento poderia ter sido um espaço de reflexão, criatividade e construção, mas não, foi um fracasso em exposição de ideias.

A sede pelo poder cega e em nada acrescenta.

O debate só serviu para uma coisa, mostrar a sujeira que nos levou a UTI. Os candidatos deixaram de aproveitar uma bela oportunidade de mostrar seu potencial em busca de soluções, esclarecer ideias, mesmo que divergentes, mas pensando no bem comum. Respeitando as diferentes perspectivas um dos outros, esse é o diálogo democrático. Ele deve ser plural e reflexivo, onde as diferentes perspectivas podem ser consideradas e respeitadas em busca de um entendimento que traga soluções compartilhadas.

Fica uma dica: no próximo debate, lave sua roupa em casa, antes de querer lavar roupa suja em um ambiente que podem surgir soluções para salvar um paciente terminal, nossa Canoas.