Mais uma vez Canoas acordou, ontem (23), no noticioso por suas mazelas. A ex-secretária de educação cidade, Sônia Rosa, foi presa por suspeitas de esquema fraudulentos em compras de livros didáticos na Capital Gaúcha no período em que foi a titular na pasta no governo Sebastião Melo em março de 2022 e deixou o cargo em junho de 2023, assim que saíram as primeiras notícias sobre a Operação Capa Dura.
Em Canoas, as notícias das mazelas começam cedo, ainda antes do expediente no Paço Municipal a polícia civil já estava estacionada com suas viaturas nos portões e policiais vasculhando e a apreendendo documentos por conta da Operação Capa Dura e já se falava na prisão da ex-secretária de educação de Canoas. Após a nossa notícia que despertou a Aldeia, o atual governo correu para esclarecer que a operação nada tinha a ver com a atual gestão e que ela teria sido secretário em 2021 quando começou a gestão Jairo Jorge e Nedy de Vargas Marques, deixando o cargo em março de 2022.
A prisão de Soninha, como é conhecida a ex-secretária de Canoas, e mais três pessoas caiu como uma bomba na cidade. As investigações vêm desde 2023, mas ninguém imaginava que acabaria na prisão da educanda. Soninha é muito conhecida no meio do magistério e trabalhou com muitos dos funcionários públicos da educação. Colegas estão impactados com a detenção, falam dela ser de uma excelente e de conduta ilibada. Opositores e políticos já articulam para ligar a acusada com a gestão que venceu as eleições de 2020. O vereador Jonas Dalagna vai mais adiante e quer explicações, para isso protocolará pedido de investigações na Câmara de Vereadores de Canoas, acionar o Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado, ele declara:
“Coincidentemente, a mesma empresa investigada, na qual o empresário também foi preso preventivamente na operação, forneceu materiais em 2021 para a Prefeitura de Canoas. Coincidência adicional: a ex-secretária, que foi presa preventivamente hoje, esteve à frente da educação em Canoas no mesmo ano das aquisições.
Estou elaborando um relatório para solicitar informações do Poder Executivo Municipal em relação às aquisições do período e também encaminharei ao MP e ao Tribunal de Contas do Estado para realizarem uma auditoria nesse processo. Diante dessa situação divulgada nos meios de impressa hoje, é indispensável termos conhecimento de todo o processo e como ocorreu em Canoas”.
ENTENDA O CASO
Após o impacto das viaturas em frente ao Paço Municipal se constatou a prisão de Sônia da Rosa, ela é investigada por fraude e associação criminosa em compra de livros para a rede pública de Porto Alegre, nada consta sobre sua passagem na secretaria em Canoas. Mas, conforme acima, o vereador Jonas Dalagna está solicitando maiores esclarecimentos sobre sua gestão na educação canoense.
Juntamente com Sônia, foram presas mais duas servidoras do executivo canoense, tendo sido cedidas para a Capital no período que a ex-secretária esteve à frente da pasta no governo Sebastião Melo, são elas Mabel Luiza Leal Vieira e Michele Bartzen. Teve mais uma detenção na Operação Capa Dura, o empresário Jailson Ferreira da Silva, foi ele quem forneceu os livros sob investigação à prefeitura de Porto Alegre e é um dos apontados como participante do esquema.
O valor do esquema apontado como fraudulento é de R$ 34 milhões, mas as compras feitas junto às empresas representadas pelo empresário detido ultrapassam os R$ 43 milhões, isso ocorreu enquanto Soninha foi secretária de Educação na Capital do Estado.
As denúncias começaram por meio de uma reportagem que indicava a compra de 544 mil livros que nunca foram usados e estavam estocados em depósitos.
Com as denúncias pela imprensa foram abertas duas CPIs na Câmara de Porto Alegre para apurar as responsabilidades pelo caso e um inquérito restou instaurado pela Polícia Civil.
Ficou constado que antes das compras dos livros, a secretária teria recebido a visita do Jailson, após isso ocorreu o processo de compra dos livros. O termo de referência para aquisição, que deveria ser o ponto inicial do processo, só foi feito depois que os orçamentos já haviam sido entregues à secretaria. A compra, feita por adesão a uma licitação de outro órgão público, ainda foi sustentada por um orçamento de outra empresa pertencente ao mesmo empresário, levantando suspeita de direcionamento.
A prisão de Sônia, de suas ex-assessoras e do empresário são temporárias e expiram em cinco dias.
As consequências políticas maiores são para o governo de Sebastião Melo em Porto Alegre, mas já começou a respingar em Canoas. Pessoas já estão ligando os fatos ao prefeito Jairo Jorge, pois Sônia foi sua secretária no início do governo em 2021.
Embora nada indique uma investigação em Canoas, já existe movimento para remexer no assunto por aqui, tanto que a Polícia Civil esteve no paço municipal.
Resta saber se a Soninha, investigada, é culpada ou não.
Uma Resposta
Culpada ou não, acima de cada secretário está um chefe (no caso, prefeito). É assim em todas as áreas (saúde, educação, segurança, obras, transporte, etc). Aguardemos os desdobramentos.