Na noite chuvosa desta quarta-feira (21), o frio não espantou os alunos atendidos pelo Projeto de Extensão Inclui: apoio aos imigrantes na Universidade La Salle. Desde 2018 passaram mais de 100 alunos pelo projeto. Antes da pandemia chegavam a ser 50 atendidos por turma. Atualmente, são cerca de dez imigrantes participando das aulas de língua portuguesa e das oficinas oferecidas por voluntários da Unilasalle.
Para os imigrantes, o idioma ainda é a maior dificuldade. Fundamental para a comunicação certeira, eles buscam aprimoramento na língua e também apoio em relação à documentação, assim como o conhecimento das oficinas sobre violência de gênero, introdução à informática e direitos do consumidor aplicados à prática. Interessados em participar do projeto – tanto como alunos, como voluntários – podem comparecer às quartas-feiras, às 19 horas, na sala 303, do prédio 8 da Unilasalle ou enviar e-mail para nari@unilasalle.edu.br
O projeto existe desde 2018, atende imigrantes de diversas nacionalidades. No início havia predomínio de haitianos. Hoje, atende também venezuelanos, bolivianos e libaneses. Eles chegam com formação em várias áreas do conhecimento. Em comum, o sonho de uma vida melhor.
Médica e enfermeira – Yeniber Vazquez, 30 anos, é médica e veio da Bolívia. Está há cerca de cinco meses se dedicando às aulas de português para prestar o Revalida – processo de revalidação dos diplomas de médicos que se formaram no exterior e querem atuar no Brasil. Já a haitiana Nadege Germinal, 39, mora há seis anos no Brasil. Tem um casal de filhos. No Haiti atuava como enfermeira de maternidade. Aqui é cozinheira, mas atualmente trabalha na área de limpeza por falta de outras oportunidades. “Meu sonho é voltar ao Haiti e montar uma clínica com outros amigos”, revela.
Bendel Estenor, 33, e Walkens Jean Batist, 26, vieram do Haiti há oito e três anos, respectivamente. Trabalham como repositores em uma fruteira. Para eles, o que mais necessitavam era entender corretamente o que as pessoas estavam falando em português. “Nem sempre falam devagar e até em situações de perigo, é muito importante”, anunciam.
Escrever é para eles a tarefa mais difícil em relação à língua. “São muitas regras”, detectam. O sonho dos rapazes é ter um negócio próprio aqui no Brasil. Para Nadege, uma das dificuldades é a pronúncia correta das palavras.
Prazer de ensinar – A professora voluntária de língua portuguesa, Cátia Rosane Würth, deixa clara a paixão pela tarefa. “A gente aprende muito com eles também”, declara. As quatro habilidades linguísticas principais desenvolvidas nas aulas são ler, escrever, ouvir e falar. “Passamos por todos com o objetivo de melhorar e efetivar a comunicação social. Procuro apresentar aos alunos diferentes gêneros textuais, como poemas, crônicas, entre outros, para estimular e desenvolver o gosto e o prazer pela leitura”, explica.
Cátia fala com orgulho sobre os avanços de alunos que passaram pelas aulas de português e agora já estão na graduação. Os que se prepararam no projeto Inclui e passaram em provas como a de proficiência em língua portuguesa CelpeBras e Encceja. “Eles também são preparados para o mercado de trabalho, desde a elaboração de um currículo, por exemplo”, lembra. As habilidades de apresentação pessoal também são desenvolvidas para que o aluno consiga ter êxito para alcançar uma vaga no concorrido mercado de trabalho.
Uma Resposta
Parabéns a Unilasalle e a querida Professora Cátia Würth pelo amor a educação e a arte de ensinar!