Saúde em Canoas | Simers contesta medidas, HU responde e Gracinha suspende atendimentos eletivos nos ambulatórios do SUS

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Tivemos um final de semana movimentado na Saúde de Canoas, o Simers lançou nota onde contesta as 10 medidas tomadas pelo governo e, também, acusa o Hospital Universitário de demitir médicos que reivindicaram melhorias, E alertou que o HU não teria o número suficiente para o atendimento à população no final de Semana, o Hospital negou a falta de demanda em nota (abaixo).

Já o Hospital Nossa Senhora das Graças, o Gracinha, anuncia a suspensão dos atendimentos eletivos nos ambulatórios do SUS a partir de hoje devido à falta de pagamento dos OPME (material médico) e dos honorários médicos. E diz, “após regularização dos mesmos faremos uma reunião para retorno às atividades”.

SEGUEM AS NOTAS E INFORMAÇÕES DAS ENTIDADES

NOTA DO SIMERS

Recentemente, a Prefeitura de Canoas divulgou as “10 Medidas” que prometem solucionar problemas crônicos da saúde.

Aqui, trazemos os dez pontos da verdade sobre a saúde de Canoas.

1) LICITAÇÃO HU

Entre as medidas, a que mais causa estranheza é a que, a partir de 2024, após o encerramento da Intervenção no Hospital Universitário (HU), a instituição passará por uma licitação, onde será definido seu novo administrador. Prefeito Jairo Jorge, sabemos que isto não irá adiantar em nada, pois virá para Canoas mais um “aventureiro”, que se “apossará” do HU de olho na lucratividade e de costas à assistência em saúde pública e bem-estar de trabalho aos médicos e demais profissionais.

A Funam, vencedora da última licitação do HU, e afastada do comando, é o exemplo escrachado de que licitar o HU não é a melhor alternativa. Sem dizer a GAMP, que maculou por completo a imagem da administração pública no comando da saúde da cidade. Até hoje, o Simers luta pela indenização dos médicos trabalhadores do GAMP, sem dizer a situação das gestantes, que trabalharam ao Grupo e foram demitidas, não foram indenizadas nem pelo Gamp, nem pela Prefeitura.  Novamente, licitação não é o caminho.

2) LEILOAR TERRENOS

A previsão da Prefeitura é de arrecadar até R$ 25 milhões. O HU precisa de R$ 15 milhões por mês para operar com estabilidade, tal recurso oriundo após a consumação do leilão daria para pouco menos de 60 dias de operações. Além disso, o recurso precisa cumprir todo um trâmite legal, ocasionando mais prejuízos e atrasos, ampliando o caos numa situação que precisa de solução urgente.

3) PPP

2024 é ano eleitoral, e é público que há uma série de impedimentos legais impostos pela legislação para a realização de Parceria Público-Privadas (PPP). Em um cenário muito otimista, a Prefeitura ficaria apta a conceder à iniciativa privada em, pelo menos 2 anos, ou seja, só em 2025 seria possível a realização de um leilão junto à Bolsa de Valores, o que almeja a Prefeitura. Cumprindo todos os prazos, o novo controlador do HU seria implementado, talvez, a partir de 2026, ou seja, daqui a 3 anos.

3) MEDIDAS DE CONTINGENCIAMENTO

A prefeitura faz essa promessa há muito tempo, mas não apresentou resultados práticos dessa medida essencial para sanear as contas públicas.

4) PLANO DE OTIMIZAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO DE RECURSOS HU

Desde que Jairo Jorge retornou ao comando do Paço Municipal, existe uma Secretaria Extraordinária de Gestão Hospitalar, além de um Comitê Interventor junto ao HU. Até hoje não apresentaram soluções nem discutiram seriamente com entidades e organizações públicas dispostas a atuar em prol da saúde de Canoas.

 5) EMENDAS PARLAMENTARES

As emendas precisam de projetos e, após a apresentação, existe um rito a ser seguido pelo Município, o que pode levar tempo, e a saúde não tem como esperar. Esse processo de busca de emendas é legítimo, mas deve ser um complemento, não há política de saúde do município.

6) FALTAS NAS UBSs

Desde 2019, em vistorias realizadas pelo Simers, UBS’s e UPA’s de Canoas, já se verificou irregularidades, faltas de insumos em UBSs, UPAs.

7) FALTAS NO HU

No Hospital Universitário, os cancelamentos de cirurgias por falta de medicamentos e insumos, falta de segurança e inexistência de equipamentos de proteção se tornaram uma triste e inaceitável rotina.

8) FALTAS NO NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Hospital filantrópico, mas que está sob Requisição Administrativa do Município. Em 2023, o Simers já verificou a falta de remédios, lençóis, itens de higiene e limpeza, e até, falta de alimentos para a dieta de pacientes. No HPSC, já foram registrados atrasos constantes com o corpo clínico, equipamentos, tal como tomógrafos, estragados. No caso do HPSC, se utiliza o mesmo equipamento desde sua inauguração, no início dos anos 2000.

9) ATRASOS NA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE CANOAS

Nem mesmo a Fundação Municipal de Saúde passou ilesa desta crise. Já foram registrados atrasos com médicos que são contratados via Pessoa Jurídica, o que já é uma forma de precarização do trabalho médico. Em 2023, já foram identificados dois atrasos, o que nunca havia ocorrido desde a criação da autarquia em 2010.

10) A SAÚDE DE CANOAS ESTÁ NA UTI

Os médicos querem trabalhar e precisam de condições dignas de trabalho, com equipamentos e insumos apropriados e remuneração justa. Só assim a população de Canoas e os mais de 160 municípios atendidos terão a saúde que merecem.

Simers – Sindicato Médico do Rio Grande do Sul

O que diz a direção do Hospital Universitário

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A nova direção do HU, em face das afirmações do SIMERS, esclarece:

-Estamos há 63 dias na administração do HU;

-Nenhum médico foi demitido por reivindicar;

-Demissões aconteceram por ausência ao trabalho, falta de registro de pontos, produção deficiente ou autodemissão;

-Existe diálogo rotineiramente com coordenadores e corpo clínico, onde são debatidas as reinvindicações e correções;

-A questão dos insumos está regularizada. A direção/ setor de compras acompanha o reabastecimento continuamente;

-A escala dos plantões nos andares e nas CTIs, no Núcleo Interno de Regulação e no administrativo estão funcionando normalmente;

-A direção do HU tranquiliza a população. A reestruturação do hospital segue a busca do bem-estar do paciente.

Gracinha suspende os atendimentos eletivos

Em nota a Direção do Hospital Nossa Senhora das Graças, comunico a suspensão dos atendimentos eletivos nos ambulatórios do SUS a partir de 23/10/2023, devido à falta de pagamento dos OPME (material médico) e dos honorários médicos. E diz, “após regularização dos mesmos faremos uma reunião para retorno às atividades”.

Eles informam também que se mantém as cirurgias de urgência e oncológicas já agendadas para não se ter prejuízo aos pacientes que já se encontram em espera.

O fechamento das consultas eletivas será para não prejuízo da população que acredita que chegando à consulta terá seu problema resolvido. Os retornos de pacientes operados serão atendidos normalmente.

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