Pauta de extrema relevância principalmente para a Região Metropolitana de Porto Alegre, a situação de crescente preocupação com a saúde de Canoas foi assunto levado pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). Durante reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, nesta quarta-feira (17), o vice-presidente do Simers, Felipe Vasconcelos, solicitou aos deputados a busca por soluções efetivas e urgentes para evitar o colapso na área.
A partir desta quarta, o Hospital Universitário (HU) de Canoas começa a restrição dos atendimentos eletivos, devido a inúmeros problemas, entre eles: dificuldades na formação de escalas, falta de diretor técnico no hospital, atrasos recorrentes nos pagamentos aos médicos e ambiente de trabalho inadequado com falta ou inoperância de alguns tipos de equipamentos e materiais. Os serviços essenciais à vida serão mantidos.
Além das dificuldades citadas, o Simers levou aos deputados a preocupação quanto à contratação dos profissionais, cujo único vínculo hoje é a terceirização ou a quarteirização. “Estamos procurando uma solução para resolver o problema. Nos preocupamos com a categoria médica, mas também com o atendimento da população”, garantiu Vasconcelos durante a fala no Plenarinho.
A situação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Canoas também foi tema da audiência. Elas sofrem das mesmas dificuldades. A restrição nos atendimentos eletivos foi aprovada pelos médicos em Assembleia e inicia a partir desta quinta-feira (18).
A restrição seguirá até que todos os pagamentos devidos aos médicos que atuam nas UPAs e no HU, em Canoas, sejam integralmente quitados, assim como melhorias nas condições de trabalho.
(Fonte Simers)
ENTENDA O CASO
Prefeitura de Canoas propõe pagamento de R$ 2,6 milhões, mas médicos vão restringir atendimentos eletivos no HU
Durante o dia de hoje foi anunciado uma suspensão dos atendimentos eletivos no Hospital Universitário de Canoas a partir das 00 horas desta quarta-feira (17). Os médicos PJ — Pessoa Jurídica — que atuam na casa de saúde iram reduzir os atendimentos.
Conforme o presidente Marcelo Matias do Simers — Sindicato Médico do Rio Grande do Sul — existe um conjunto de contratos distintos e médicos que estão há muito tempo sem receber. Matias diz, que têm profissionais que não recebem desde fevereiro os proventos. Salientou, também, que alguns médicos receberam na última sexta-feira (12) pagamentos referentes somente à produção do mês e não todo o valor devido. “São meses de atraso”, destacou o sindicalista.
Para Matias, a suspensão dos atendimentos eletivos no HU deveria se manter até os profissionais receberem a quitação dos valores em aberto e a melhoria das condições de trabalho.
PREFEITURA AGIU PARA EVITAR A GREVE
Durante a noite o Prefeito Airton Souza ligou para Marcelo Matias, presidente do Simers, apresentou a posição do Governo de Canoas para acabar com o impasse e uma possível parada dos médicos PJ. Para isso foi depositado no dia de hoje R$ 720 mil, amanhã será depositado mais R$ 600 mil e no dia 25 mais um R$ 1,3 milhão para o pagamento dos profissionais, totalizando R$ 2,6 milhões.
ASSEMBLEIA DO SIMERS COM OS MÉDICOS
De conhecimento da proposta do Prefeito de Canoas, o presidente Marcelo Matias se reuniu em assembleia com os médicos para solucionar o impasse, sendo decidido pela restrição nos atendimentos, vejam nota do Simers:
NOTA À IMPRENSA
Restrição no atendimento do Hospital Universitário de Canoas
A partir desta quarta-feira (17), o Hospital Universitário de Canoas (HU) começa a restrição dos atendimentos eletivos, conforme aprovado em Assembleia Geral Extraordinária no dia 01 de setembro.
Entre os fatores que levaram à medida estão:
Dificuldades na formação de escalas: a insegurança em relação aos pagamentos e as condições de trabalho têm afastado profissionais, resultando em carência grave de pediatras e anestesiologistas, entre outros. Há médicos entrando para plantões de 12 horas e ficando 36 por conta da falta de profissionais.
Falta de diretor técnico no hospital, o que é irregular. Medida já foi denunciada ao Cremers.
Atrasos recorrentes nos pagamentos a médicos. Há rescisões não pagas e débitos de honorários desde janeiro.
Ambiente de trabalho inadequado com falta ou inoperância de alguns tipos de equipamentos e/ou materiais, como exemplos:
-Cardiotocógrafo (equipamento que monitora o coração do feto em gestantes)
-Manta térmica (para manter a temperatura de recém-nascidos e lactantes durante cirurgias)
-Fibrobroncoscópio (equipamento para avaliação de vias aéreas)
-Equipamento de Ressonância Nuclear Magnética
-Serra de gesso (para atendimentos ortopédicos)
Serviços essenciais à vida serão mantidos. Os médicos que atuam no HU marcarão suas vestimentas com fitas pretas e adesivos em sinal de protesto.
O Simers reforça que a restrição dos atendimentos não é uma escolha, mas uma consequência inevitável da falta de condições financeiras e estruturais. E o movimento vai seguir, conforme conclusão da assembleia, até que 100% dos médicos sejam pagos e que os profissionais tenham melhores condições de trabalho. É importante salientar que, mesmo antes da decisão dos médicos, os atendimentos já estavam restritos pela falta de equipamentos e/ou profissionais.
Seguimos abertos ao diálogo e à busca por soluções imediatas que permitam o restabelecimento pleno do atendimento e a valorização do trabalho médico.
VEJA O QUE DISSE O PREFEITO