Lembrei-me de Carlos Drummond de Andrade ao me despedir de mais um amigo que nos deixa pelo caminho. Pois é…

Tenho acompanhado sua coluna em O Timoneiro desde o início e seus depoimentos me indicam muitas dúvidas. Não estou crédula de que você, realmente, pratique o Décimo Segundo Passo por completo.

Se fui tocado por Deus? Não sei responder. Sei que, de repente, fiquei sóbrio e caí em prantos. Olhei para trás e vi o que eu estava fazendo com a minha vida.

Nem todas as coisas foram inaproveitáveis em minha vida desregrada e no mundo das drogas. Durante esse período de fugas, encontrei também grandes amigos, pessoas boas e que, como eu, se perderam em algum momento de suas vidas.

Mas bem, no fundo, de minha alma, sei que Deus fez com que meu pai entendesse o que eu queria dizer naquele dia, e ele estava orgulhoso por ver que, pela primeira vez em sua vida, o filho fazia alguma coisa certa. 

Adotei o bem viver para me livrar do mundo das drogas e do álcool. Carrego esse lema desde que saí

O grande problema que vejo nos dependentes é que eles se tornam pessoas tristes e sofrem sem a substância, e é exatamente o contrário que se deve fazer, devemos comemorar uma vida sadia e em abstinência.

E tenho que confessar que o que mais me faz feliz é ter de volta minha vida profissional. Esse último trabalho que peguei me deu a certeza que voltei, não pelo dinheiro que vou receber, até porque nem preço acertei com meu contratante.

Todos sabemos que espiritualidade é muito mais que isso. Espiritualidade é estar bem consigo mesmo e isso se reflete nos relacionamentos.