Com fiéis informantes acompanhei a sessão da Comissão Processante, de um lado os acusadores sedentos por cargos e vantagens políticas vindas dos senhores feudais que estão no poder, que na Aldeia a coisa tem sido alternado. Os cavaleiros estão perdidos como uma garrafa pet no Arroio Araçá em dia de alagamentos, a coitada da garrafa não sabe para onde vai e fica perdida.

De qualquer forma, do outro lado, lá estava o ator principal, Dom Quixote de La Mancha, acompanhado de seu fiel auxiliar, o Sancho Pança. La Mancha, que pediu para ser ouvido primeiro e depois para ser ouvido por último, deve ter uma carta na manga para isso, afinal, os últimos serão os primeiros né?

A população sabe que a guerra política da Aldeia é pelo feudo. Temos políticos ali que estão no poder antes de muitos de nossos leitores terem nascido, por exemplo, o nosso De La Mancha, ele nem advoga mais, seu escritório e sua defesa no processo de cassação estão sob os serviços da “Liga da Justiça”.

Mas enfim, quem não tem o rabo preso, que atire a primeira sentença.

Todos, de alguma são réus no processo de impeachment, não existem anjos nessa história de negociatas históricas. Em terras de Moinhos e rachadinhas imaginárias as coisas acontecem as claras e aos olhos da população. Perderam a vergonha na cara, será que tem moral para julgar ou cassar alguém.

Na Aldeia todos os políticos deveriam ser cassados.

Mas primeiro cassaremos Dom De La Mancha, o caçador de gigantes e seus moinhos imaginários. Na Batalha dos Moinhos, onde, empurrado pelos ventos, imaginou estar enfrentando “Frestão”, que havia transformado os gigantes em moinhos. Os cavaleiros e o senhores feudais acharam que Quixote estava louco, então cassemos, afinal, como poderia alguém e sã consciência negar dinheiro para as casas de saúde, deixando a população à mercê da falta de assistência. Mas todos sabem, que a Guerra é pelo feudo e não por crimes que possam ser cometidos.

A loucura de La Mancha é apenas um comportamento com as mesmas ideias de nossa política, são coisas totalmente fora dos padrões da razão. E, quando se defronta com algo fora dos padrões e do cotidiano é preciso pensar que a loucura é geral, para não dizer outra coisa. A classe política da Aldeia está completamente fora da realidade que ela mesma quer nos impor. Tem a empáfia de pregar moral e julgar os mesmos erros que praticam.

Os políticos são todos como Dom Quixote, eles se aprofundaram em um mundo imaginário só deles, estão perdendo a consciência do que fazem, a população não é mais o objetivo, os valores hoje são outros, ou é pelo ego, ou pelo número de cargos. Eles estão pouco ligando se Dom Quixote de La Mancha está vendo gigantes em moinhos ou ficando louco.

O objetivo final é sempre o mesmo, o vil metal!

Triste ver esse show, a cidade sob um forte ciclone, e eles perdendo tempo com Moinhos de Vento, é um circo de horrores, onde ninguém tem moral para cassar quem quer que seja.

Ou, em algum momento, qualquer um desses senhores não levou vantagem do cargo?

As denúncias estão aí, ou é rachadinhas, diplomas falsos, criarem cargos com altos salários, político que prometia não criar cargos ganhando dois salários e ainda colocando a mãe para ganhar mais um pouquinho do feudo. E têm mais exemplos, parentes e agregados furam as filas das casas de saúde na frente de quem espera anos por uma cirurgia ou apenas um atendimento especializado. Fui até generosamente econômico, citei só uma penca deles, são muitos outros.

Quem não tem o rabo preso, que atire a primeira sentença.

Os políticos, do rabo preso, sempre querem encontrar, como La Mancha, uma forma da realidade transformar-se em irrealidade, eles estão em um grande hospício, onde a loucura tem imperado. Seu mundo é tão louco, que são capazes de imaginarem que somos apenas ovelhas em um campo, e eles com seus senhores feudais guerreando por cargos e vantagens na terra das políticas das traições, onde o que mais se faz é pensar em estar no poder a qualquer preço.

Agora querem julgar De La Mancha por sua insanidade, mas quem não é insano nessa história toda?

Ao agir desta forma, eles querem comprovar seu poder, eliminando algo que possa causar mais problemas futuros, que possa incomodá-los em um futuro próximo.

O bom, para todos os políticos que deveriam ser cassados, era refletirem e perceberem seu desgaste com a sociedade.

Se não, irão morrer politicamente e só assim irão sair de sua loucura e cair na realidade.

Talvez seja tarde demais, 2024 é logo ali, talvez a Aldeia precise repensar muito na história que estamos vivenciando hoje.

HISTÓRIA

Em 10 de junho de 1190 durante a Terceira Cruzada, Frederico I Barbarossa se afoga no rio Saleph, um rio no sul da Turquia, enquanto liderava um exército para Jerusalém.

Frederico é considerado um dos melhores, senão o melhor governante medieval do sacro império romano.  Ele morreu aos 67 anos sendo sucedido por seu filho, Henrique VI.

MORAL DA HISTÓRIA:

O bom político, morre afogado no alagamento das vaidades e dos egos exacerbados.