Ontem, em uma sessão que durou quase 10 horas, a Câmara de Vereadores de Canoas esteve reunida extraordinariamente para avaliar três pedidos do governo Airton Souza (PL) e Rodrigo Busato (União Brasil), dois deles tiveram votação da unanimidade dos edis.
A gratuidade do Transporte coletivo foi prorrogada até o dia 31 de março, quando o governo irá avaliar como será, se continua ou não com o sistema da bilhetagem gratuita. Mesmo com críticas ao atual modal de nosso transporte, os vereadores entenderam a necessidade da população em seu momento de reconstrução após as enchentes de maio de 2024.
O outro, e não menos importante, foi a prorrogação do prazo do desconto no pagamento IPTU — Imposto Predial e Territorial Urbano. O prazo, originalmente estabelecido para 2 de janeiro de 2025, foi prorrogado para 31 de janeiro de 2025. No entanto, uma emenda assinada por todos os vereadores estendeu o vencimento para 10 de fevereiro de 2025, com o intuito de oferecer maior flexibilidade aos contribuintes. Esse projeto também não gerou muita polêmica ou grandes debates.
A REFORMA GEROU DISCÓRDIAS, MAS FOI APROVADA
Já o Projeto da Reforma Administrativa, proposto pelo governo, gerou grandes debates e tentativas de emenda, foram sete, todas derrotas em um número que oscilava entre 13 e 14 votos contra as emendas. A reforma acabou passando por 14 votos a favor e seis contras.
Diante de tantos detalhes o projeto gerou longos debates que levaram os vereadores defenderem suas posições e, principalmente, marcar território. Um esboço da nova Câmara começa a se desenhar, votaram contra o projeto os vereadores: pelo PSD, partido do ex-prefeito Jairo Jorge, Daurinei Alt, Jefferson Otto, Neuza Rufatto; os representantes do Federação PT/PV, Gabriel Constantino, Emílio Neto e Cris Moraes.
O vereador Giovanni Rocha (PSD) votou a favor do projeto mostrando o que prometeu, independência para decidir pelo que achar correto, mesmo sendo oposição. Rodrigo D’ávila (NOVO) foi também pela aprovação, mesmo entendendo que o projeto não reflete a economia anunciada pelo governo e, que, só estaria votando junto com a base por entender que o governo precisa começar a sua gestão, seria um voto de confiança, mas apontou vários problemas no projeto do executivo.
Aqui cabe ressaltar a maturidade do vereador Gabriel Constantino (PT), 24 anos, ele defendeu sua postura nos debates com profundidade de um veterano na política. São as novas caras dizendo a que vieram.
Confesso, que essa primeira sessão me impressionou positivamente.
O governo venceu a primeira batalha no Legislativo, mas precisará de mais diálogo com a casa, a relação ainda parece frágil. Os corredores da Câmara burburam descontentamento com uma relação que não está sólida. Existe um grupo forte, o dos 11, que tem membros oposicionistas e governistas, esses querem dar as cartas na casa do povo.
De qualquer forma se esboçou, como disse acima, uma base que oscila entre 13 e 14 vereadores. Vamos ver como serão os novos caminhos legislativo e executivo.
Votaram a favor da reforma os vereadores: PL (Partido Liberal), Abmael, Ezequiel Vargas, Heider Couto; REPUBLICANOS, Alexandre Duarte, Linck; UNIÃO (União Brasil), Dario; PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), Aloísio Bamberg, José Carlos Patricio; PP (Progressistas), Jonas Dalagna, Juares Hoy; PRD (Partido Republicano da Democracia), Leandrinho Moreira; PDT (Partido Democrático Trabalhista) Alexandre Gonçalves; NOVO, Rodrigo D’Ávila e Giovani Rocha (PSD).
Vereador Eric Douglas (União Brasil), como presidente da Câmara não vota, só em caso de empate, que não foi o caso de ontem.
UMA DICA
Vale lembrar aos senhores edis, que a palavra vereador vem da palavra “verea”, que significa vereda ou caminho e se origina do grego antigo.
O vereador, portanto, seria o que vereia, trilha, ou orienta os caminhos. Existe no português brasileiro o verbo verear, que é o ato de exercer o cargo e as funções de vereador. Portanto, o vereador é a ligação entre o governo e o povo. Ele tem o poder de ouvir o que os eleitores querem, propor e aprovar esses pedidos na câmara e fiscalizar se o prefeito e seus secretários estão pondo essas demandas em prática.
É só “verear” direitinho que as coisas irão acontecer, essa é a esperança que a casa do povo nos passou ontem.
O PROJETO DA REFORMA ADMINISTRATIVA
