Cremers e MP-RS reúnem-se para discutir situação da saúde em Canoas

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Após a Prefeitura de Canoas anunciar a restrição de atendimento de emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) exclusivamente para moradores do município, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Régis Angnes, reuniu-se com o promotor de Justiça Márcio Emílio Lemos Bressani, do Ministério Público em Canoas, para discutir medidas que garantam atendimento adequado à população.

A reunião ocorreu na tarde desta segunda-feira (23) e contou com a participação da segunda-secretária do Cremers Laís Leboutte, do coordenador do Departamento de Fiscalização (Defis), Luciano Haas, da conselheira Maria Fernanda Detanico, além de representantes da Assessoria Jurídica e do Defis.

Como encaminhamento, ficou definido que o Cremers fornecerá ao MP-RS dados sobre a necessidade mínima de médicos para garantir o atendimento adequado no HNSG e no Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC). Com essas informações, o MP-RS deverá encaminhar a demanda ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), solicitando as providências cabíveis para assegurar a assistência à população.

“Ninguém tem dúvida de que Canoas já demonstrou não ter condições de continuar gerindo a saúde do município”, destacou Angnes.

Durante as enchentes que atingiram o estado em maio de 2024, o HNSG passou a abrigar parte dos atendimentos emergenciais. Desde então, o Cremers realizou diversas vistorias, avaliando as condições estruturais, a disponibilidade de insumos e a escala médica das unidades de saúde.

No dia 19 de junho, o TJ-RS determinou o bloqueio de R$ 200 mil das contas da Prefeitura de Canoas para custear as necessidades do HPSC. Os dados que serão fornecidos pelo Cremers ao MP-RS auxiliarão na avaliação sobre a suficiência do valor bloqueado para restabelecer o atendimento à população canoense.

Em reunião realizada na manhã desta segunda, o Cremers decidiu peticionar junto à ação civil pública movida pelo MP-RS contra o município de Canoas, questionando a divulgação, por parte do prefeito de Canoas, e a restrição de atendimento a moradores de outros municípios. (Fonte Cremers)

VEJA O QUE DIZ A PREFEITURA DE CANOAS SOBRE RESTRIÇÃO

A Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, informa que notificou por meio de ofício a Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na noite de domingo (22), e a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (23), sobre a restrição da porta de Emergência do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), por um período mínimo de 72 horas, para pacientes que não são oriundos de Canoas.

Pacientes que procuram a Emergência do HNSG diretamente passam pelo procedimento padrão de triagem de acordo com o Protocolo de Manchester de classificação de risco, que estabelece a gravidade do quadro e a prioridade de atendimento. Pacientes de Canoas trazidos ao hospital pelo Samu também estão sendo atendidos normalmente. A restrição é para aqueles de fora de Canoas que são encaminhados ao HNSG por outros municípios por meio do sistema de referenciamento do Estado.

A Secretaria Municipal da Saúde esclarece que a restrição foi estabelecida em decorrência da superlotação do HNSG, cuja Emergência, na manhã desta segunda-feira (23), ainda estava operando muito acima da capacidade, e a falta de leitos e equipamentos para garantir a assistência. Desde a última sexta-feira (20), até a noite de domingo (22), foram encaminhados ao HNSG, por meio do sistema de referenciamento do Estado, 19 pacientes de fora do município, o que agravou a situação e a tornou insustentável. Na manhã desta segunda-feira (23), a Emergência do HNSG estava operando com taxa de ocupação de 380%, com 38 pacientes internados no espaço onde deveriam haver 10, e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também já estavam operando com excesso de pacientes.

O período mínimo de 72 horas para a restrição dos atendimentos é fundamental para a redução da taxa de ocupação do HNSG, o restabelecimento da rede e o desafogamento das UPAs de Canoas. A Secretaria Municipal da Saúde informa que após este período reavaliará os indicadores da rede do Município para definir se a restrição será mantida ou se o atendimento poderá ser normalizado.

Fonte: Secom | PMC

Uma Resposta

  1. “Ninguém tem dúvida de que Canoas já demonstrou não ter condições de continuar gerindo a saúde do município”, destacou Angnes.

    Se ninguém tem dúvidas e faltam recursos para a Saúde em todo Estado e vemos o apocalipse próximo, por que o Sistema Judiciário ao invés de somente tomar decisões, não contribui moralmente e financeiramente de forma definitiva com a população, deixando a Constituição Federal de lado e seus próprios interesses que, dizem ser legais, mas certamente são mesmo de uma imoralidade imensa, frente ao enfrentamento do Caos, nas contas públicas de todo Brasil???? -Sei que fujo um pouco do tema, mas não podemos enxergar o corpo doente (o Povo e a distribuição equivocada dos nosso impostos) somente pelos pés cancerosos e que não mais permitem a caminhada, se a cabeça do corpo, sã, esquece da base que o faz locomover-se. -Dinheiro existe em todas as esferas de decisão e poderes de nosso Brasil, o que falta é a doação humanitária nesta imoral distribuição de nossos impostos que, decididos por uma cúpula egoísta, (CNJ) retira cada vez mais recursos da pobre população. O país apodreceu. Tudo passou a ser legal, mas de uma imoralidade imensa. A maior parte do povo é que sofre enquanto em gabinetes “decidem” as migalhas para a Saúde Pública, mas tomam os hipócritas o naco maior para si e seu Poder injustificado: Judiciário (todo o sistema) , Legislativo e Executivo. Até quando?

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