Devo confessar que sou do povo do papel, diagramei, a nova lei orgânica de Canoas, promulgada em 3 de abril de 1990, não cai de paraquedas na comunicação política da aldeia. Era um tempo em que não se mudava leis ao bel-prazer dos mandatários.

Lembro de alguns governos, o último do Seu Lagranha, o homem do relho, passagem maravilhosa, mas esse capítulo e para outro causo. Do Seu Dick; com Marcos Ronchetti convivi pouco; com Jairo Jorge, trabalhei tanto no jornalismo como em seu governo de 2009 a 2016; com Luiz Carlos Busato tenho até hoje ótima relação, tanto como prefeito e como deputado federal e, por fim, com o prefeito eleito, Airton Souza, me dou muito bem desde os tempos de vereança. Como podem ver, sou respeitado e respeito cada um na melhor forma possível, ótimas convivências.

Mas sobre o que era o assunto mesmo?

A, sim! Sobre a política envenenada de Canoas e de como faremos para evitar que veneno se incorpore, ainda mais, no fermento que só faz crescer o bolo que tem prejudicado, e muito, a população de Canoas.

A cada governo que assume é uma confusão que só, é muita gente querendo sua fatia no bolo, e outros adicionando o veneno político para que as coisas não deem certo. Já existem campanhas nas ruas prevendo um terceiro turno nas eleições de 2024. A população assiste esta guerra sem saber para onde ir, pois na padaria da política, só tem bolo envenenado.

O que fazer para parar com esse processo de envenenamento do bolo político de Canoas? Visto que o veneno age forte na saúde pública da Aldeia.

Devemos começar a parar com a política do revanchismo, tão maléfico para nosso povo, isso alimenta o veneno e ele age de forma implacável, atingindo profundamente quem necessita da atenção pública, a cidade já está internada e em estado terminal devido à ação da política envenenada.

Imaginem, Lagranha, Dick e Ronchetti, se estivessem vivos, sentados com Jairo Jorge, Busato e Airton, todos buscando uma melhor receita de um bolo que não tivesse o veneno da má política. Uma nova Canoas, sem a adição da perigosa peçonha da política canoense, seria a inauguração da Padaria Esperança.

Na Padaria Esperança, a luta seria por uma fatia de um bolo saudável, extinguir a política envenenada, terminar com governos de poder absoluto. O veneno, usado como recursos e influência de grupos distintos, que se dizem inimigos para poder fazer alianças obscuras, traições, e uma série de manobras políticas que podem não ser transparentes ou éticas.

Com o bolo envenenado pela política maléfica, nos levam a desacreditar em governos ou sistema onde a corrupção é endêmica, e as “fatias” que os políticos ou grupos buscam são, na verdade, fruto de práticas desonestas.

Mas, na Padaria Esperança, lutaríamos contra os interesses escusos, eles não beneficiam a população, mas sim um pequeno grupo privilegiado. Com isso, envenenando as questões éticas e a moralidade.

A luta insana pelo poder por anos é a que fermentou o “bolo envenenado”, isso foi e é prejudicial para todos. Só gerou um aumento da desconfiança na classe política, causando a desilusão entre a população em relação aos políticos e instituições governamentais. A apatia, sintomas do envenenamento, causa o desencanto com o processo democrático, já que as pessoas percebem que as disputas não são feitas em benefício do bem comum, basta ver os mais de 95 mil canoenses que se desinteressaram pelo processo eleitoral no último pleito.

Aos novos administradores da Padaria Esperança, sugerimos a necessidade de vigilância e responsabilidades, os venenosos estão à espreita. Nosso novo “bolo sadio” requer transparência, a participação cidadã e a fiscalização, pontos essenciais para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira ética e em prol da população.

As alternativas estão postas, é preciso mudar a forma de fazer o bolo e distribuir com igualdade as fatias. Se o bolo atual está envenenado, mude. Na mudança que sonhamos, será necessário criar um novo modo de governança, onde os recursos sejam distribuídos de forma justa e benéfica para todos, promovendo uma política mais ética e transparente.

É meus amigos, me prolonguei, mas era preciso. A luta é árdua, pois em um sistema com o bolo envenenado temos vícios difíceis de remover. O cenário é esse, de competição pelo poder e recursos em um ambiente corrupto.

Então, é preciso que a sociedade permaneça atenta, exija responsabilidade e busque alternativas que promovam a ética e o bem-estar coletivo.

Somente assim será possível transformar a luta pelo poder em uma ação que realmente beneficie a população e fortaleça a envenenada e terminal Aldeia Canoas.

OS VEREADORES CONSTITUINTES QUE APROVARAM A NOVA LEI ORGÂNICA EM 1990

Luís Antônio Possebon
Presidente.

Sergio Luiz Potrich
Vice-Presidente e Relator

Paulo Cezar da Rosa
1º Secretário

Adão da Silva Santos
2º Secretário e Relator

Jurandir Pedro Bonacina
Relator-Geral.

Claudio Bloedow Schultz
Relator Adjunto

Jairo Jorge da Silva
Relator Adjunto

Celso Pitol
Relator

Luiz Carlos de Vargas Marques
Relator

Alcy Paulo de Oliveira

Antonio Alves da Rosa

Dario Ferrazza

Elton Gilson Cezimbra da Rosa

Guaraci Chaves Talasca

Iran Sebastião Blanke

Iran Vieira Maciel

Jurandir Marques Maciel

Nedy de Vargas Marques

Ney de Moura Calixto

Waldemar Silva de Souza

Wilsolírio de Souza

CURIOSIDADES

• Dos 21 constituintes, temos 11 já falecidos e 10 vivos.
• O vereador Antonio Alves da Rosa, até 202o, era o único representante negro eleito na história da Câmara. O segundo foi o Pastor Duarte que assumiu em 2021. No último pleito, 2024, o jovem Grabriel Constatino tornou-se o terceiro, quando foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores. Tivemos, também, outro negro, o suplente de vereador Sidclei Mancy chegou a assumir por um período uma cadeira no legislativo canoense.
• Claudio Bloedow Schultz, Jairo Jorge da Silva, Jurandir Marques Maciel, Nedy de Vargas Marques e Ney de Moura Calixto assumiram em algum momento como Prefeitos de Canoas.