Canoas, uma cidade digna do filme Alice e o Prefeito, ele fala de um político cansado e que perdeu sua capacidade de pensar, coisa comum na Aldeia, afinal tem gente que está há tanto tempo no poder que, viciado que está, não consegue escapar da rotina da mesmice e de pouca evolução como executor ou legislador.
Canoas é um devaneio que só, imaginem, em um governo, de quatro anos, tivemos três prefeitos. A cidade entrou no colapso e se perdeu pelo caminho. Nada funcionou e ainda tivemos duas catástrofes para complicar ainda mais a situação.
Mas vamos voltar ao filme, no momento em Canoas temos dois prefeitos, um eleito e outro que está terminando sua terceira passagem pelo Paço Municipal. A caminhada de transição, que está em rota de colisão, poderia ter uma Alice e os prefeitos. Isso iria afinar as ideias de quem não consegue pensar pelos vícios e disputa eleitoral, que está latente no sangue dos dois lados, os vencedores e perdedores, é o famoso terceiro turno que nunca acaba.
A contratada para uma transição, na utopia, seria Alice, uma jovem sem qualquer experiência em gestão, mas cheia de ideias e soluções para os prefeitos cansados da mesmice política de Canoas. Ela poderia transformar as maçantes discussões e desembaralhar os problemas políticos para melhorar nossa cidade.
Alice, que de nada entende, mas sabe que a cidade precisa melhorar, só quer trabalhar com honestidade. O entendimento das razões e da prática ela pode aprender, pois tem vontade e desejo de melhorar para todos, não só para políticos.
Alice, chamemos de ousada, seria um Cargo em Comissão, para uma vaga inexistente, e logo em seguida vai para outra. Seria uma coisa comum na prática política de Canoas. Mas a menina mostra capacidade e torna-se uma das pessoas mais próximas do prefeito. Tornando-se, em pouco tempo, responsável por pautas importantes como discursos dele. Canoas precisa de cabeças pensantes como Alice, com interesse em resolução dos problemas mais graves da Aldeia. Uma pessoa, ou mais, que façam o prefeito pensar, afinal não conseguimos nada sozinhos, juntos, sim, somo força.
O perigo para Alice, está em quebrar velhos vícios e camangas de governantes, afinal, eles estão há muito tempo na mesmice da enganação. Ela poderá vir a ter colapsos emocionais com quem irá encontrar e se preguntar, qual o sentido de ter chegado até ali?
Alice, como no filme, teria que lidar com políticos que já deveriam estar se aposentando. Como uma jovem filosófica, com sua visão de fora, poderia mudar às más práticas políticas da Aldeia de Canoas.
Um dos principais temas abordados por Alice é falta total de “modéstia” do prefeito, o se achar é um perigo, e ela o alerta para isso. O filme, que era para ser uma comédia, fala de uma realidade viva em Canoas. Os velhos caudilhos não aceitam a renovação, isso gera um conflito de extremos e visões sobre a vida por conta da distância das gerações.
Me atrevo a dizer, que o filme é um ensinamento, um roteiro impecável, ele consegue achar a essência de como deveria ser a política social. Com diálogos simples, esclarecedores e agradáveis, se fala de como deveria ser a verdadeira política voltada para o bem comum. A modéstia, defendida por Alice, é o mais objetivo contraponto do senso comum da arrogância. Alice e o Prefeito, é uma terapia filosófica que bem poderia ser aplicada na Aldeia Canoas.
A simplicidade e a humildade de Alice, deveriam ser parâmetros para nomeações de Cargos de Comissão, podemos até errar na contração, mas temos ótimas Alices por aí querendo uma chance de mudar a vida de muitas pessoas.
Pense nosso prefeito, sempre tem uma Alice que pode ser a solução da mesmice política canoense.
Mas isso é apena utopia, aqui não é cidade das maravilhas.