A iniciativa partiu do vereador Gabriel Constantino (PT) por meio de requerimento aprovado pelo plenário
Em sessão realizada nesta terça-feira (7), a Câmara Municipal de Canoas prestou homenagem aos 65 anos do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita (STIMMMEC), celebrados no dia 1º de setembro. A iniciativa partiu do vereador Gabriel Constantino (PT), vice-líder da bancada do partido, por meio de requerimento aprovado pelo plenário para uso do espaço do Grande Expediente.
Fundado em 1960, o STIMMMEC surgiu da mobilização dos trabalhadores da indústria metalmecânica, num momento em que Canoas se consolidava como um dos principais polos industriais do estado. Desde então, o sindicato tem exercido papel de destaque na defesa dos direitos da categoria e na luta por melhores condições de trabalho, além de atuar em pautas sociais mais amplas, que impactam diretamente a vida de milhares de famílias da região.
Durante o Grande Expediente, representantes do sindicato estiveram presentes no plenário da Casa e acompanharam as manifestações dos parlamentares, que resgataram o papel histórico da entidade na organização da classe trabalhadora e nas transformações sociais do município.
Ao justificar a homenagem, Gabriel Constantino destacou que esta foi a primeira vez que o Legislativo reconheceu oficialmente o STIMMMEC. Para ele, o sindicato “é muito mais do que uma entidade de representação laboral; é uma referência política e social da cidade”, tendo participado de momentos históricos como a redemocratização, as lutas por moradia e as ações emergenciais durante as enchentes de 2024. “Falar do sindicato é falar da história de Canoas”, afirmou.
Ex-presidente do sindicato, o ex-deputado estadual Nelsinho Metalúrgico reforçou a importância da entidade durante o regime militar. Segundo ele, mesmo sob a repressão da ditadura, o sindicato resistiu e teve papel ativo nas mobilizações por liberdade e democracia. “Naquelas greves nacionais do fim dos anos 1970, os metalúrgicos de Canoas carregaram a bandeira da liberdade. Só isso já justificaria essa homenagem”, disse. Ele também alertou para as ameaças atuais à soberania e aos empregos da categoria, em função de pressões externas sobre o setor industrial.
Com 48 anos de sindicalização, a ex-vereadora Maria Eunice também discursou e fez um amplo resgate da trajetória da entidade. Disse que deixou a direção em 1992, mas “o sindicato nunca saiu de mim”, e relembrou a atuação da entidade em diversas frentes, da luta por saúde e moradia à mobilização feminina pela Constituinte de 1988. “Esse sindicato sempre pensou o desenvolvimento do Brasil, do estado e da cidade, nunca se limitou às pautas salariais”, pontuou.
Atual presidente da entidade, Paulo Chitolina ressaltou que o movimento sindical precisa estar conectado com as novas demandas dos trabalhadores. Destacou ações recentes na formação profissional, em parceria com o SENAI, e nos serviços de apoio oferecidos pela entidade. “Ainda existem fábricas em que as condições lembram a escravidão. Nosso papel é lutar por dignidade e vida para o trabalhador”, afirmou. Segundo ele, a homenagem prestada pela Câmara é um reconhecimento não apenas ao sindicato, mas “a todos os metalúrgicos e metalúrgicas que fizeram essa história”.
A solenidade foi acompanhada por lideranças sindicais, representantes de movimentos sociais, dirigentes da CUT, trabalhadores da ativa e aposentados, além de convidados e assessorias parlamentares.