Ontem, sexta-feira (29), o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da 3ª Promotoria Cível de Canoas, anunciou que ajuizou ação de improbidade administrativa em razão da deflagração de um esquema de “rachadinha” envolvendo a nomeação de cargos em comissão e funções gratificadas na administração municipal de Canoas entre os anos de 2021 e 2024.
De acordo com informações do Ministério Público, as investigações revelam que agentes públicos e particulares se associaram para exigir repasses mensais de parte dos salários de servidores nomeados, como condicionante para a manutenção nos cargos e funções.
Os valores, segundo apurado, eram entregues em espécie ou por transferência via PIX, e teriam sido utilizados para fins pessoais e políticos.
A informação divulgada pelo MP não cita nomes, mas dá indícios claros de quem seriam os envolvidos: “segundo a ação, os atos foram praticados com a chancela do então prefeito de Canoas e da então primeira-dama, com o objetivo de favorecer principalmente seu ‘afilhado político’, que veio a se eleger vereador no pleito eleitoral de 2024, mas que já teve seu mandato cassado no primeiro semestre de 2025, após processo de impeachment”, diz a nota.
OS NOMES RELATIVOS À SUSPEITA
O vereador cassado no primeiro semestre deste ano é o empresário Giovanni Rocha, que se elegeu pelo mesmo partido de Jairo Jorge (PSD), eleito pela terceira vez como prefeito de Canoas para a gestão descrita pelo MP entre 2021 e 2024. Além disso, sempre foi pública a relação de amizade entre Jairo Jorge e sua esposa com Giovanni Rocha.
Outro indicativo de quem seriam as pessoas envolvidas está nos fatos trazidos pela notícia de que o Movimento Assistencial de Canoas (MACA) teria sido usado para desvio de recursos. Giovanni Rocha foi presidente da entidade, indicado por Jairo Jorge.
Diz a nota: “Parte dos recursos ilícitos foi centralizada por meio de uma entidade social com atuação histórica das primeiras-damas de Canoas, utilizada como fachada para arrecadação e promoção de interesses eleitorais e ilícitos. A prática, segundo apurado, foi agravada por ameaças às vítimas e pelo uso indevido da estrutura pública”.
*Com informações do Jornal O Timoneiro