Canoas, acorda mais um dia assolada pelas chuvas e um sentimento de desesperança, passado um ano das enchentes que praticamente destruíram o lado Oeste da cidade, o medo retorna para as famílias que vivem nas localidades do Mathias Velho, Harmonia, Mato Grande, Fátima, São Luís, entre outros bairros.
Todos sabem, que tirando os remendos dos diques, muito pouco ou nada foi feito desde então. Agora as chuvas voltaram e causaram alagamentos, trazendo desespero à sofrida população destes lugarejos. O hidrojateamento chegou tardiamente, ele precisa ser preventivo, não feito dentro das águas das tempestades. Mas pelo menos está sendo feito, mas é preciso mais, existem lugares que esse trabalho não dará resultado. Nova canalização precisa ser feita, só a troca de canos resolverá o problema.
Uma coisa é certa, o perigo de “desabitação” de um lado de uma cidade por problemas de enchentes e alagamentos é imenso, com consequências que podem levar a um colapso social e econômico de Canoas.
E, não se enganem, afetará toda a cidade.
A palavra “desabitação” não existe no dicionário, mas ela está bem presente em nossa realidade, será uma definição de um futuro próximo, se não houver ações concretas do poder público, o lado oeste de Canoas ficará desabitado. Dando lugar a problemas de todos os tipos, mas, principalmente, a falência total de metade da cidade de Canoas.
O texto de hoje não é para criticar governos, nem do passado e nem do presente, é um alerta de um problema que irá acontecer, o colapso social e econômico da Aldeia.
A cada nova chuva, e elas virão, famílias perdem suas casas, resultando em um grande número de pessoas desalojadas ou desabrigadas, que precisam ser realocadas para abrigos temporários ou outras moradias.
Pensem na saúde mental dessa gente, bairros inteiros sendo desarticulados e acabando com o vínculo comunitário de uma vida inteira. O impacto é grande demais, vejo pessoas que não se recuperaram, ainda, do estresse pós-traumático das enchentes de maio de 2024 e, hoje, enfrentam novamente os mesmos transtornos.
Alguns problemas bem comuns, como riscos à Saúde Pública: com água contaminada pelas pelos novos alagamentos, onde aumenta a incidência de doenças como leptospirose, hepatite A e gastroenterites.
Escolas, UPAs, UBSs e outros serviços públicos estão com seu funcionamento comprometido, afetando o acesso da população a educação, saúde e assistência básica.
E o Impacto Econômico?
Os bairros do lado Oeste já vêm há um ano computando perdas materiais e financeiras. Casas, veículos e bens pessoais foram e estão sendo destruídos, gerando prejuízos financeiros significativos para as famílias. Empresas e estabelecimentos comerciais também sofrem grandes perdas, levando a falências e desemprego.
Tudo isso leva a perda de confiança no local e, com certeza, irá afastar investimentos futuros. Com o comércio e a indústria local paralisados, termos a diminuição da arrecadação de impostos e a geração de empregos irá cair.
O poder público precisa entender que recuperar o lado Oeste de Canoas, muito mais que ajudar as pessoas, é um investimento econômico para o Município. A falência, causa pela desatenção, pode ser para toda a cidade, pois a “desabitação” irá gerar uma grande perda financeira para a Aldeia, já cheia de problemas.
Áreas frequentemente atingidas por enchentes sofrem desvalorização de imóveis, prejudicando o patrimônio dos moradores e a arrecadação municipal.
O que o Governo Deve Fazer para Evitar o Abandono e o Colapso?
Para evitar o abandono e o colapso de Canoas, o governo precisa adotar uma série de medidas preventivas, de mitigação e de recuperação. No momento, o principal problema é o escoamento das águas, se faz urgente identificar e mapear detalhadamente as áreas suscetíveis a alagamentos. Só hidrojateamento não irá resolver, pode ajudar, mas existem lugares que só canalização nova será a solução definitiva. Será preciso construção, manutenção e modernização de bueiros, galerias pluviais, canais de drenagem, bem como em casas de bombas com maior eficiência e modernidade.
Outra coisa, e já existe em outras localidades, devemos implementar e manter sistemas de monitoramento em tempo real do nível de rios e do volume de chuvas, com tecnologia preditiva para alerta antecipados.
Em um segundo momento, oferecer suporte psicológico e social para as vítimas, ajudando-as a superar o trauma e a reconstruir suas vidas. Pensar em programas de apoio a pequenos negócios e empresas locais, com linhas de crédito facilitadas e incentivos fiscais para a recuperação da atividade econômica.
São alguns exemplos que estamos sugerindo, que o poder público já sabe ou deveria saber, para auxiliar na reconstrução de um lugar fadado a “desabitação”.
O futuro pode ser mudado para melhor, reconstruir de forma mais resiliente, incorporando as lições aprendidas e reconstruindo com materiais e técnicas que minimizem futuros danos e não repetir os erros de um passado recente.
Um governo, tem que ter ações sociais contínuas, tanto nas intempéries como no tempo de bonança, é justamente nesse momento que um poder público, interessado, tem que agir, na prevenção.
Só assim iremos reconstruir cidade, evitando o abandono, o colapso social e econômico, que pode causar a “desabitação” da Aldeia Canoas.
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8 Respostas
A meses falamos da cidade sentar e discutir seu futuro, ou aprende a minimizar os riscos ou teremos quevem massa abandonar o lado Oeste, infelizmente tanto a prefeitura como a Câmara não tem um plano pra o futuro e os movimentos socuaisvforambsequestrados por mandatos e paixões partidárias, nós do comitê dos movimentos sociais temos tentado romper em todas as instâncias está inanicao, mas faltam líderes que pensem o futuro desta cidade, agora mesmo perdemos o prazo para chamar o congresso da cidade, que seria uma oportunidade de discutir nossa cidade e seus problemas e soluções.
Não tenho o que comentar porque tudo já foi dito neste post,tudo que foi falado infelizmente se não tomarem as devidas providências imediatamente que já deviam ter tomado ainda lá em 2024 no que as pessoas começaram a retornar as suas casas como eu talvez nesta chuva de agora os problemas seria menos.Sou uma cidadã canoense,moro no bairro Harmonia e perdi tudo,agora que estou começando a me reorganizar e vem esta chuvarada de novo,a gente vê o céu escurecer acabou nossa paz,todos nós que fomos atingidos,ninguém consegue viver mais em paz.Será que este pessoal que tem obrigação de realizar estas obras,reconstruir tudo que foi destruído vão ter consciência e imediatamente regaçar as mangas e se aprofundar no trabalho que ja deveriam ter começado lá no ano passado vendo que tudo pode acontecer de novo ou simplesmente vão fazer vistas grossas e tapar o sol com a peneira????
O texto reproduz o que eu e a maioria da população pensa! Falou tudo!
Cadê os gestores públicos?
Para os que viram Canoas crescer, desenvolver, multiplicar bairros, como eu, que há 75 anos resido no bairro RIo Branco que na época era um banhado, hoje um bairro próspero em comércio e indústrias é doloroso testemunhar e sentir na pele sua decadência por descaso público.
Bom dia ,pela primeira vez li uma matéria que mexeu com meu emocional retratando exatamente o meu pensamento e o meu sentimento em relação a minha Mathias Velho querida.Estamos abandonados um bairro de tantas histórias ,risos, brincadeiras vizinhos conversando nas calçadas amigos trocando conversas sem contado para retornar para casa.Hoje vejo um bairro triste de cor cinza e antes um bairro alegre cheio de vibrações, crianças nas praças nas ruas nos pátios nas calçadas com suas brincadeiras e risadas contagiantes.Hoje todos estamos presos dentro de nós mesmos com medo chuva que cai aqui com a chuva que desce da serra.Governantes gostaria de ver vocês atuando em dias lindos de sol limpando boeiros,mantendo nossos bairros Vivos com muitas vidas cheia de amor para dar e não só nos momentos de desgraça e desespero em que muitos ficam paralisados sem saber o que fazer ou pensar desculpa o desabafo mas estou decepcionada com política e políticos.Quero que lembrem dos moradores diariamente,como é feito nas cobranças de impostos,queremos os nossos bairros dignos de morarmos.
Excelente matéria e quem dera houvesse respeito com o Cidadão. O problema não teria acontecido e teria sido solucionado já em 2014 quando a Dilma recebeu o relatório sobre possíveis enchentes na Região Metropolitana de Porto Alegre e nada realizou. Tarso Genro e sua trupe na Fepam não teriam a desfaçatez, mesquinha e contra o capital l, de proibir a singela retirada de areia do rio Guaíba e rios que ali desembocam. Governos irresponsáveis nao levam a culpabilidade pela falta de ação, e nem são acusados dos crimes de (i) respondabilidade cometidos, mas o povo bate na porta a cada dois anos e muitas vezes nao elege quem o melhor representaria. Nao é uma discussão política e sim uma discussão sobre valores humanos. Estamos longe de pessoas com valores humanos que representem o combate ao trauma e busquem a solução verdadeira para o que aconteceu em 2024. A maioria dos que nos representam estão sendo sujos e indignos funcionários de governos. O trauma é inesquecível e, depois, perceber que nada foi feito de 2024 até agora pelo governo estadual e pelo governo federal mostra bem a desatenção e descaso com o gerenciamento das águas, rios e enchentes e qualidade de vida da população.
Em tempo: A prefeitura de Canoas nao pode sair gastando o valor recebido da PPP com a Corsan em obras contra novas enchentes. Deve sim, é pressionar o irresponsável atual governador e o irresponsável governo federal petista para que estes realizem as obras. Afinal , por exemplo, nao podemos definir solitariamente a altura e obra dos diques para Canoas sabendo que se aumentarmos 1 metro de altura aqui a água do Rio dos Sinos irá cobrir São Leopoldo e região.