O Centro de Convivência das Mulheres – Casa Lilás “Débora Machado” foi reaberto pela Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania, Mulher e Inclusão (SMCMI), na manhã do último sábado (8), no Dia Internacional da Mulher. Contemplado com melhorias estruturais no imóvel e nas suas instalações, o espaço especializado é uma referência no acolhimento de vítimas de violência doméstica em busca de um recomeço e ainda sedia atividades gratuitas que vão ao encontro da emancipação financeira.
Uma cerimônia pela manhã com presença de autoridades marcou a reabertura da Casa. Já no período da tarde, uma oficina de bolos caseiros marcou a primeira atividade nas dependências do equipamento público. “Aqui nós vamos fazer uma série de cursos e palestras para também profissionalizar esse público feminino. Então, se você, mulher, tem interesse em saber mais sobre a Casa Lilás, procure o local ou a nossa Secretaria, que a gente vai sempre recebê-las muito bem. Os próximos cursos que serão oferecidos aqui na Casa Lilás serão de escovista e de manicure, ambos da área da beleza. Em breve vamos divulgar as datas e o período de inscrições”, adianta a secretária da SMCMI, Camila Nunes.
A Casa Lilás leva o nome de Débora Machado, jovem de 26 anos vítima de feminicídio em fevereiro de 2022, no bairro Mato Grande. A unidade fica situada na Avenida Boqueirão, 2170, bairro Igara. Outras informações sobre o espaço e seus serviços pelo telefone (51) 982550752.
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Iniciativa de Canoas visa combater a violência doméstica através da autonomia financeira para mulheres

O Programa Por Mim, que visa combater a violência doméstica a partir da autonomia financeira das mulheres, através da empregabilidade, foi relançado pela Prefeitura de Canoas neste sábado (8), no Dia Internacional da Mulher. Em um esforço conjunto da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) e da Secretaria Municipal de Cidadania, Mulher e Inclusão (SMCMI), o Por Mim já conta com a parceria de quatro empresas: Integrar (auxiliar educacional), SX Negócios (telemarketing), JBS/SEARA (operadora de produção) e Exatron (diverso).
As mulheres vítimas de violência doméstica, e que precisam romper o ciclo de violência pela independência financeira, serão encaminhadas pela assistência social da SMCMI para a SMDEI, para que possam fazer um currículo e serem orientadas sobre a entrevista de emprego. O ingresso no programa ainda garante para elas acompanhamento psicológico, social e técnico no Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência Patrícia Esber, de Canoas.
Já os empregadores que integram a iniciativa se comprometem com os princípios de empoderamento das mulheres e com os cuidados necessários que essas vítimas de violência necessitam. “Oferecer oportunidades de emprego a essas mulheres é fundamental para romper a violência doméstica e impulsionar seu empoderamento. Estudos comprovam que a dependência financeira é uma das maiores dificuldades no processo de ruptura desse ciclo. Nosso próximo passo é expandir a rede de empresas parceiras através do nosso Banco de Oportunidades, a partir de uma sensibilização dos RHs pela causa”, destaca a secretária da SMDEI, Patrícia Augsten.
O programa foi idealizado em 2019, pela então vice-prefeita de Canoas, Gisele Uequed, mas descontinuado a partir de 2021. Agora, a Prefeitura busca ampliar o número de empresas parcerias e de vagas, sempre com um olhar interdisciplinar e de acompanhamento integral da mulher.
Como funciona o Por Mim?
As mulheres em situação de violência doméstica serão encaminhadas à entrevista de emprego em uma das vagas do Programa. As candidatas passarão por processo seletivo diferenciado, com apoio da equipe técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) e da Secretaria Municipal de Cidadania, Mulher e Inclusão (SMCMI). Elas recebem orientação para montar o currículo e para a entrevista. Além disso, precisam permanecer no acompanhamento do Centro de Referência da Mulher (CRM).
Oficina de bolos caseiros mobiliza mulheres na Casa Lilás

A secretária da SMCMI, Camila Nunes, destacou a importância desse tipo de atividade. “Essa oficina proporciona incentivo para que as mulheres entrem no mercado de trabalho, às vezes, começando devagar uma produção de bolos dentro de casa mesmo, com recursos como um forno, liquidificador e os ingredientes. E assim consigam vender esses produtos para conhecidos, entre os vizinhos e assim ir aumentando a produção”, exemplifica.
A confeiteira Francini Minhos falou de sua participação como uma das ministrantes da oficina. “Eu vim ensinar um pouco do que eu sei. Eu acho bem importante esse tipo de oficina por que é também uma oportunidade de renda. Eu comecei trabalhando em casa aonde eu fazia bolos para vender. Uma dica importante é gostar do que tu faz e ter foco”, revela.
A moradora do bairro Olaria, Joana de Paiva, de 72 anos, deslumbra a possibilidade de colocar em prática os ensinamentos adquiridos e empreender. “Eu gostei das explicações e espero que tenham outros cursos assim. Eu já vim para aprender mais e poder empreender. Eu gosto de fazer o bolo de cenoura”, disse empolgada.