Falemos da política da exploração da tragédia e do oportunismo dos politiqueiros de plantão, e não só dos líderes, também dos aspones ou títeres, os peões do jogo da enganação.

Quero falar do oportunismo do Cavalo Caramelo na enchente. Todos temos um pouco do quadrúpede da tragédia, durante anos fomos abandonados, assim com nosso herói no telhado cercado pelas águas da enchente.

Não se enganem, se o pobre Cavalo não tivesse a sorte de ser filmado, por acaso, teria morrido, assim como muitos anônimos que pereceram e ninguém se preocupou em saber quem são.

O Cavalo Caramelo deu sorte, foi salvo por forasteiros, mas esses não apareceram nas fotos. Foi só o Cavalo Caramelo pegar uma cor e ser explorado politicamente, com fotos e usado em eventos como a Expointer e a Semana Farroupilha, virou um Cavalo de Amostra.

Já nós, somos os abobados da enchente, vítimas e explorados por políticos que querem nosso voto para manter-se no poder.

Eles se dizem os heróis, só se for o desconhecido, pois na hora da enchente eles sumiram. Quem realmente trabalhou em prol do povo foi reconhecido nas urnas. Os enganadores ficaram pelo caminho, sobraram dois.

É, teremos que decidir quem é o Cavalo Paraguaio ou o tordilho menos pior. Infelizmente, o Cavalo Caramelo, que até de égua foi chamado, está fora do páreo eleitoral. Se fosse candidato iria, certamente, governar no Estábulo Municipal com 90% de aceitação.

A nós, os abobados da enchente, resta a desesperança de mudança. Para a mudança acontecer, a luta não acaba na eleição. Devemos estar atentos o tempo todo.

Nos foi tirado até o direito de mudança, teremos que votar nos mesmos dos mesmos, que já estiveram juntos e misturados. A nós, cabe a tristeza da mesmice do quadro político. Nem à Câmara Municipal de Vereadores conseguimos renovar, foram apenas oito (8) novos eleitos, isso porque quatro (4) não concorreram à reeleição, tivessem concorrido seriam apenas quatro (4) novos edis.

Temos que mudar nossa maneira de pensar a política, ela não deve ser só no período eleitoral. Temos que deixar de ser os abobados abandonados na enchente da corrupção política de Canoas.

Mudar a maneira de agir é fundamental a partir do próximo governo, seja ele qual for, caberá a nós ajudar a transformar a frustração e o desamparo em empoderamento e mudança. Devemos demonstrar resiliência e contribuir para a construção de uma comunidade mais forte, capaz de enfrentar os desafios, com isso, teremos que exigir os direitos que todos merecemos.

A metáfora do Cavalo Caramelo e dos Abobados da Enchente, permite descrever o abandono da cidade por políticos enganadores e da corrupção denunciada por todos os lados.

Não tem santo na Aldeia, nós estamos pagando o preço amargo disso tudo. Fomos negligenciados e desamparados em meio a maior dificuldade de nossa história. Políticos que usaram a crise e o desastre das enchentes para se promover. Mas que mostraram total falta de comprometimento e responsabilidade.

Não temos opções, esta eleição será decida entre velhos aliados, todos sairemos perdendo, a água não lavou a velha política. Devemos votar, sim. Não temos outra opção, não votar é pior ainda.

Mas a tarefa mais importante está por vir, devemos acordar para a vida política, já no primeiro dia de 2025. Comece pelo seu bairro, forme grupos de apoio com os vizinhos e membros da comunidade para enfrentar, de forma eficaz, a situação que está por vir. Fiscalizaremos quem deveria fiscalizar e nunca o fez, os vereadores. Só assim, com resiliência, iremos recuperar os líderes comunitários nos bairros e pessoas que se ajudem mutuamente.

Os planos de governo dos dois candidatos estão ao alcance de todos, eles prometem várias ações, cabe a nós buscar informação, isso é fundamental para exigirmos nossos direitos e recursos para nossa Aldeia destruída pelas águas da corrupção de anos, a enchente só serviu para abrir nossos olhos.

Devemos denunciar todo e qualquer fato errado do novo governante e dos vereadores. Não podemos mais permitir a corrupção e os “acordos políticos”. Rachadinhas e cargos no Executivo, devem ser práticas banidas da vida política da Aldeia, é essa maneira de agir que distorce a verdadeira função do legislativo.

Com os “acordos”, a fiscalização perece e a conivência ressuscita.

Precisamos, também, nos preocupar com futuras eleições, olhar para novas possibilidades para a cidade, promover ações que tragam candidatos novos e íntegros. Com isso estaremos ajudando a promover mudanças positivas e garantindo, assim, que não venhamos novamente a ser os abobados da enchente.

Fico imaginando a saúde mental de quem tudo perdeu e agora está tendo que aguentar os mesmos políticos, que os abandonaram, pedindo votos e dizendo ser a solução da cidade.

Vão contar para outro, jaguaras!