A população canoense não pode ignorar a gravidade da situação em que se encontra o Estado em relação às enchentes. A responsabilidade recai diretamente sobre o Governador Eduardo Leite, e não sobre o governo federal ou mesmo a prefeitura. É inaceitável que, diante de um cenário de desproteção, o governante permaneça inerte.
A gestão anterior foi pioneira no Rio Grande do Sul, iniciando obras de prevenção em diques e bombas. A atual administração de Airton, ao assumir, deu continuidade a projetos já elaborados pela gestão de Jairo Jorge, utilizando recursos obtidos na gestão Busato com a PPP da Corsan. No entanto, os investimentos municipais para essas obras são irrisórios, girando em torno de R$ 60 milhões, enquanto o custo total supera a assustadora cifra de R$ 500 milhões.
O que é ainda mais alarmante é que, em dezembro de 2024, o Governo Federal destinou R$ 6,5 bilhões ao Fundo de Apoio à Infraestrutura para Recuperação e Adaptação a Eventos Climáticos Extremos (FIRECE), com o objetivo de financiar obras essenciais. Esses recursos, que deveriam ser rapidamente liberados para mitigar os desastres naturais, estão sendo retidos pelo governador, que parece mais preocupado com sua carreira política do que com o bem-estar da população.
Recentemente, o Prefeito Airton foi recebido por Leite, mas saiu de mãos vazias, somente com promessas vazias. E como se não bastasse, os vereadores de Canoas, que buscavam respostas e comprometimento, foram desprezados pelo governador, que se ausentou do Estado para tratar de sua troca de partido e seu projeto pessoal de ser candidato a Presidente, sem deixar qualquer responsável para receber os nossos vereadores, que foram cobrar de forma unânime. É um desrespeito total com os representantes do povo no Legislativo, que clamam por ação e responsabilidade do Governo do Estado.
A Prefeitura fez sua parte, alocando recursos municipais para garantir que as obras não parem, mas sem os fundos que estão paralisados nas mãos do governador, o avanço é impossível. É fundamental que Eduardo Leite entenda que os recursos públicos não são propriedade sua, e utilizar a burocracia como escudo para sua politicagem é inaceitável. A população gaúcha não esquecerá quem lhe impôs este estado de angústia e insegurança e não adianta reter recursos para largar na véspera da eleição presidencial, acreditando que os gaúchos irão aplaudir esse absurdo.
Enquanto o governador tenta se mostrar competente em meio ao caos, como no lamentável documentário “Todos Nós por Todos Nós”, a realidade é que foi incompetente para lidar com a enchente e está sendo ainda pior ao lidar com a liberação dos recursos, dizendo que pode levar anos, algo que ele tenta justificar com discursos de “responsabilidade”. A diferença entre responsabilidade e inércia é clara, e a população está farta de promessas e falta de ação.
É um clamor por dignidade e respeito. Que o governador comece a agir em prol dos gaúchos, ou que, ao menos, eventos climáticos extremos não voltem a ocorrer. Atualmente, resta-nos a esperança na oração, enquanto a tragédia que completa um ano ainda deixa os gaúchos expostos e vulneráveis.
A Prefeitura, por sua vez, atualiza a população sobre o andamento das obras, destacando o progresso em diversos diques e estruturas de proteção, mas é evidente que isso não é suficiente sem o apoio e a ação decisiva do governo estadual. A luta continua, e a indignação da população é um grito por justiça e proteção.
Caso o Governador continue agindo dessa forma esdrúxula e absurda, as obras irão parar como estão e a Prefeitura enviou para o Aldeia o estado atual das obras, com os seguintes dizeres:
“Dique Mathias Velho: foi concluída a etapa de fechamento definitiva. Estamos na etapa de análise do projeto básico para a recomposição da altura de todo o dique. A estrutura serve para proteger não só o Mathias Velho, mas também o Harmonia e o Centro.
Dique Rio Branco: Atualmente está em fase de execução de projetos. A estrutura, que já teve o conserto definitivo de sua ruptura finalizada, também passará por uma recomposição de sua altura. O dique protege, além do Rio Branco, os bairros Fátima e Mato Grande.
Dique Niterói: Na etapa atual, está sendo realizado o aterro que servirá de base para a pavimentação da rua que passa por cima do dique e que acaba por elevar a estrutura.
Muro da Cassol: A obra foi reiniciada no dia 17 de março, após passar por uma análise detalhada do projeto, uma vez que a estrutura será construída relativamente próxima a dutos da transpetro.
Dique Mato Grande: Atualmente estão sendo executados serviços de escavação, aplicação de manta geotêxtil e aterro com argila. A próxima etapa será o reassentamento das famílias que estão sobre o trecho da obra no lado leste das pontes.
Dique da São Luís: o futuro Polder São Luís está em atualização dos estudos hidrológicos, considerando a enchente de maio de 2024 e a elaboração de projeto básico. Aproximadamente 25% do projeto já foi realizado.”
O QUE DIZ O PRESIDENTE DA CÂMARA DE CANOAS
A fala do Vereador Éric Douglas representa muito bem a indignação de todos os vereadores e canoenses que estão cientes da preocupante realidade que nos assola pela postura repudiável do governador e, por essa razão, veja o que ele diz:
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O autor da matéria é Advogado, jornalista e Colunista do Notícias da Aldeia