A ministra da Saúde, Nísia Trindade de Lima, visitou, nesta terça-feira (28), o bairro Mathias Velho, uma das áreas afetadas pelas recentes inundações em Canoas, e observou de perto da situação dos moradores e do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC). A agenda foi acompanhada pelo secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta, e pela titular da Saúde do Estado, Arita Bergmann.
Nísia elogiou o esforço conjunto na resposta às inundações, destacando a parceria das Forças Armadas e da Administração Municipal para a distribuição de alimentos e a remoção de resíduos. “É uma ação fundamental para melhorar as condições de todos e para a vida voltar, aos poucos, ao normal”, disse. A ministra agradeceu pela colaboração entre Governo Federal, Prefeitura de Canoas, Governo do Estado e todas as prefeituras envolvidas no compromisso conjunto com a reconstrução da região.
No roteiro, Nísia também falou sobre doenças como leptospirose e infecções respiratórias, que podem se agravar após as enchentes e em razão das baixas temperaturas. Segundo ela, devem ser feitas ações nessa área.
O secretário municipal de Saúde, Mauro Sparta, destacou a importância da visita da ministra e a necessidade urgente de reconstrução do Hospital Pronto Socorro de Canoas, fundamental para o município e para o Rio Grande do Sul. “Essa inspeção da Ministério de Saúde é importante, pois mostra a realidade que estamos passando. Somos referência em trauma para 134 municípios. O HPSC não é somente para os canoenses, atendemos muitos gaúchos e precisamos da reconstrução deste equipamento de saúde”, afirmou.
Prefeitura alerta para risco de leptospirose pela exposição à água contaminada
A enchente que atingiu Canoas alerta para o risco de doenças em razão do contato com a água contaminada. A enfermidade que mais causa preocupação é a leptospirose, que se dá pelo contato direto ou indireto com a urina de animais na pele, principalmente, se houver um arranhão ou ferimento. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orienta a população a procurar as unidades de saúde, as UPAs abertas, o Hospital Nossa Senhora das Graças ou um dos hospitais de campanha instalados no município.
O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada, além de mucosas. O período para o surgimento dos sintomas costuma ocorrer entre sete e 14 dias após contato com as águas de enchente ou esgoto.
Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios. A doença pode apresentar letalidade de até 40% nos casos graves.
A leptospirose é uma doença que tem cura, com tratamento e diagnóstico oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento (antibioticoterapia) está indicado em qualquer período da enfermidade. Sua eficácia tende a ser maior na primeira semana do início dos sintomas. Sempre com avaliação de um profissional de saúde, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina na fase precoce.