Em um momento em que a cidade ainda se recupera das cicatrizes deixadas pela enchente que completou um ano, dois protestos foram agendados para hoje, ambos visando exigir medidas concretas para evitar novas tragédias. No entanto, o que era para ser um ato de união se transformou em um fracasso retumbante, com os grupos optando por se manifestar separadamente, mesmo diante da urgência da situação.
Aldeia tentou intermediar e unir as vozes em um único ato simbólico, onde os manifestantes se encontrariam no meio do caminho, porém a proposta foi rejeitada pelas lideranças dos movimentos. A distância física entre os grupos era mínima, mas a divisão política foi mais forte. O resultado? Um público escasso em ambos os eventos, que juntos ainda representariam uma fração insignificante da população.
É alarmante constatar que, enquanto a solidariedade emergiu no momento da tragédia, a pressão sobre os políticos para tomarem atitudes efetivas parece ter evaporado. O que se observa é um povo apático, que não exige responsabilidade de seus representantes. E a verdade é dura: um povo que não cobra acaba recebendo os políticos que merece.
Quando a alienação reina, por que esperar que os políticos se preocupem em agir em prol da sociedade? Para eles, é muito mais conveniente fazer promessas vazias durante as eleições, distribuir pequenas “benesses” durante a campanha, enquanto a população, encantada com a retórica dos seus “favoritos” e com os “agradinhos”, vota sem qualquer embasamento.
As chamadas “renovações” que surgem a cada pleito não apresentam novidade nem na forma de fazer campanha. Quantos dos candidatos que se dizem renovadores estavam presentes nos protestos de hoje? E, se estavam, qual a real capacidade de mobilização desses indivíduos, que não conseguem reunir pessoas em torno de um objetivo comum?
Surpreendentemente, em meio a essa inércia popular, todos os vereadores decidiram se unir em um protesto em frente ao Palácio Piratini. O motivo? A falta de liberação de verbas federais essenciais para a continuidade das obras no município. Marcaram um ato para a próxima terça-feira, dia 6 de maio, às 15h, em frente à Câmara de Vereadores, seguido de deslocamento até o Palácio na capital.
Quando os políticos se unem em torno de uma causa, suas diferenças políticas parecem menores. Por que, então, a população não consegue fazer o mesmo? É fundamental que aqueles que desejam apoiar os vereadores se juntem a esse protesto. Não basta somente criticar nas redes sociais; é hora de manifestar apoio quando ações corretas são propostas.
Se não houver mobilização, as obras poderão ser interrompidas no próximo mês pela falta de recursos que o Governador se recusa a liberar. Que possamos nos unir antes que uma nova tragédia ocorra, ao invés de esperar que a dor nos una novamente. É hora de agir, de exigir, de lutar por um futuro melhor.
Uma Resposta
Sábias palavras meu amigo Marco, não é hora dr disputa de beleza e sim lutarmos por um objetivo maior, que é as obras de contenção de cheias.