As escolas de samba brilharam e o público fez a festa durante o primeiro dia do Carnaval Popular de Canoas. Com as ruas cheias no fim de tarde e começo da noite do domingo (10), a corte e as agremiações Escola de Samba Soares, Associação Cultural Recreativa Aquarela do Samba, Unidos dos Guajuviras e Tradição da Niterói abriram a folia a partir das 18h com muita música, dança e alegria.
A edição deste ano é descentralizada, acontecendo nos bairros Niterói e Harmonia. Na primeira noite, o evento foi na avenida Itamar de Matos de Maia, entre as ruas Maranhão e Pará. Temas como a situação e o respeito às mulheres e o aniversário da Banda Saldanha, entre outros, ilustraram os sambas enredos que agitaram a noite.
O prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques e a primeira-dama Sadia Siqueira estiveram presentes no evento. Nedy entregou a chave da cidade ao Rei Momo e prestigiou a festa. Diversos representantes das secretarias municipais também assistiram às apresentações das escolas de samba.
Mesmo com os custos reduzidos, a festa está na rua, como ressaltou o secretário da Cultura, DJ Cabeção. “A dificuldade sempre existe. Lutamos todos os dias para fazer este Carnaval acontecer e é um Carnaval da resistência. Quando as pessoas acharam que era impossível, mostramos que dava para fazer. Também estamos descentralizando o evento, trazendo para o bairro e para perto das pessoas. Estamos muito felizes de ver as famílias e as crianças aproveitando aqui”, observou.
As famílias foram presença marcante no evento. Daniele Correa Machado, 26 anos, foi com o marido e as filhas para conferir as apresentações. É a primeira vez que ela assiste ao Carnaval de Canoas e, para ela, é importante que as meninas participem desde jovens. “O Carnaval está maravilhoso. Essa é a primeira vez que venho e estou com a minha família. Minhas filhas participaram do Carnaval Infantil e acho importante que elas também acompanhem desde cedo a festa”, relatou.
Além de proporcionar diversão para a população, o Carnaval também gera oportunidades de trabalho. Filipe Bica, 29 anos, veio de Porto Alegre para comercializar bebidas durante o evento. Para ele, que é motorista de aplicativo, a festa também é uma forma de complementar a renda. “Está bom trabalhar neste Carnaval. É o primeiro ano que faço esse tipo de serviço e estou conseguindo aumentar a minha renda”, disse.
As dificuldades para a realização da festa, considerada “um Carnaval de resistência”, contudo, também ecoam entre os Carnavalescos. Para a Rainha da Bateria da Unidos de Guajuviras, Gabrieli Vidal, estar nesta edição representa uma grande quebra de paradigmas. “Para nós têm sido muito difícil. É complicado reafirmar a cultura do Carnaval e a cultura negra na cidade, sofremos muito preconceito. Então, este ano, estar aqui hoje é um ato de resistência”, disse.
O Carnaval Popular de Canoas é promovido pela Secretaria da Cultura, com apoio da Associação das Escolas de Samba da cidade e financiamento do Pró-Cultura RS. O encerramento será no próximo domingo (17), na rua Clóvis Beviláqua, 1770, em frente ao complexo esportivo Martin Luther King, no bairro Harmonia. As escolas Nenê da Harmonia, Rosa Dourada, Império da Mathias e Pérola Negra se apresentarão na festa, que começa às 17h.
Texto: Anelise Durlo
Edição: Sibeli Fagundes