A Prefeitura Municipal, através da Diretoria de Tradicionalismo ligada à Secretaria da Cultura e a Associação das Entidades Tradicionalistas de Canoas (AETC), confirmaram a realização dos Festejos Farroupilhas 2024 no Parque do Gaúcho que será de 14 a 22 de setembro. Neste ano, celebra-se a 30ª edição dos Festejos Farroupilhas (unificados) no Parque Eduardo Gomes, o lançamento oficial acontece com Baile no CTG Mata Nativa neste sábado 07de setembro, animado pelo Grupo Tranco Monarca.
Um breve histórico dos Festejos Farroupilhas em nossa cidade:
Conforme o escritor e tradicionalista Olegar Fernandes Lopes, em seu livro 50 anos Repontando a Tradição, durante a década de 80 até 1991, as comemorações farroupilhas em Canoas, consistiam em cavalarianos conduzirem a centelha da Chama Crioula, entre as Entidades Tradicionalistas, ficando a mesma 24 horas sob a guarda e responsabilidade da anfitriã que desenvolvia a sua programação artística e cultural.
Em 1992 a Ronda da Chama Crioula foi unificada passou a ser em único local, surgindo o primeiro acampamento farroupilha reunindo CTGs.
O CTG anfitrião, foi o Sentinela do Rio Grande da Base Aérea de Canoas em sua sede na avenida Santos Ferreira, quase divisa com o município de Cachoeirinha.
A partir de 1993, por decisão dos patrões com apoio da Associação das Entidades Tradicionalistas de Canoas, as comemorações passaram a ser realizadas no Parque Esportivo Eduardo Gomes.
A mudança para o novo local e sua permanência definitiva só foi possível pelo trabalho de muitas pessoas que não mediram esforços para que isso se concretizasse, destacam-se nomes como Firmo Farias dos Santos, Ivone Frare, Carmo Francisco de Souza, Mariano Kuhn e o Prefeito de Canoas na época, Liberty Dick Conter, o principal apoiador da ideia.
Os primeiros acampamentos foram realizados na área destinada à prática de esportes, como nos campos de futebol 02 e 03 próximos à quadra de tênis, o que desagradava aos frequentadores, pois danificava aos gramados em dias de chuva.
O pioneirismo do evento contou com a boa vontade de quem acreditava no sucesso do novo modelo.
No início, um lonão (tipo circo, com arquibancadas e um tablado) na entrada da área, um palco com mastros para as bandeiras e um local reservado para proteger a Chama Crioula fez parte do cenário que durou aproximadamente nove anos para chegar a situação atual dos galpões permanentes.
Até 2002, o evento era organizado e administrado pela prefeitura, após esse período, um convênio foi firmado com Associação das Entidades Tradicionalistas de Canoas, que durou até 2010, conforme decretos publicados pelo executivo do município, aonde novamente a prefeitura, através da secretaria competente retornou sua administração.
Em 2003, a cancha de laço da área campeira foi construída no governo Ronchetti, pelo secretário de planejamento urbano Luiz Carlos Busato, e passou a fazer parte do cenário do evento, e em 2005, foi sede do 2º Rodeio Internacional de Canoas.
Em 2019, foram iniciadas as obras do multipalco e a cobertura da cancha de laço.
Em 2020 o evento não ocorreu devido aos protocolos de saúde da pandemia.
Em 2021 ocorreu o desmonte dos Galpões na chamada Área Artística (no Interior do Parque) e a transferência para a conhecida Área Campeira (após o Estacionamento) surgindo com a unificação o Parque do Gaúcho.
Autor | Cauê Nascimento | Jornalista 14.124
Diretor de Comunicação de AETC | Participante desde o 1º Acampamento no Parque
Troféu da 1ª CANOA DO CANTO NATIVO/1996
30ª Semana Farroupilha de Canoas? Há controvérsias!
Por Marco Leite
Falo com a propriedade de quem veio de Uruguaiana, viu o surgimento de César Passarinho, como seu Guri, na Califórnia da Canção Nativa. De quem pegou o trem para Santa Maria, na Tertúlia Nativista, e viu surgir um tal de João de Almeida Neto.
Não é pouca coisa né?
Sim, sou prematuro no tal nativismo, talvez pela criação fronteiriça, acompanhei o surgimento na Semana Farroupilha “oficial”, em 1993, no Parque Eduardo Gomes. Participei muito das semanas farroupilhas de Canoas. Fui um dos tantos avulsos dos primeiros acampamentos. Naqueles tempos de gauderiada o parque era da população, sem toda a pompa de hoje. As chuvas eram, quase sempre, presentes nos dias de festas. Muito bati barro no encharcado parque, sem qualquer infraestrutura e, ainda, sem o comando dos Centros de Tradições Gaúchas.
Não vou me apegar a datas, mas os tempos mudaram, o acampamento ficou mais organizado e em primeiro momento dentro do parque e com cada centro de tradições com seus galpões fixos, para permanecer acampados só se fizesse parte de um deles. Nós, os avulsos, passamos a ser visitantes e, como convidados, só poderíamos entrar nos galpões mediante convite dos organizadores.
Agora chegamos a 30ª Semana Farroupilha de Canoas, teve um ano que não houve por decorrência da Pandemia de Covid-19, porém, existe uma contestação, que teve o evento, o que não ocorreu foi os shows, mas e as outras semanas farroupilhas?
Aquelas que eram comemoradas nos CTGs e com memoráveis desfiles temáticos pela cidade, não são consideradas festividades farroupilhas?
Lembro de momentos lindos nos CTGs da cidade para comemorar a semana que relembra nossos heróis e o orgulho farrapo. Hoje temos o majestoso Parque do Gaúcho, confesso que não fui ainda neste novo formato da festa. Já estive por lá com amigos, o lugar ficou muito bonito, mas sempre seletivo.
Neste ano darei uma passeada por lá, ver como é a nossa festa dos dias de hoje, pelas fotos está tudo maravilhoso, o velho charco do antigo acampamento não existe mais. As coisas melhoraram, nem bota tenho mais, portanto não precisarei me preocupar com o barro.
Isso é trabalho e luta dos tradicionalistas, quem não quer ter do melhor né? A 12ª Região Tradicionalista é uma das mais importantes do Rio Grande do Sul e traz muitos prêmios e sucesso para nossa cidade. Também, no Parque do Gaúcho, temos eventos o ano todo e se reúnem famílias tradicionalistas, daqui e fora de Canoas.
Parabéns aos gaúchos e sucesso na Semana Farroupilha e o que importa se é 30ª Semana ou não, tanto faz, o importante é cultuar a tradição.
Mas confesso que sinto saudade, de fandango, trago e mulher!
HISTÓRIA DA SEMANA FARROUPILHA NO RS
A Festa Farroupilha no Estado, este processo de comemorações começou em um movimento estudantil com alunos de diversas camadas sociais e segmentos étnicos, que se levantou em favor das tradições. O objetivo era achar uma trilha diante da perda da fisionomia regional; combater a descaracterização; reagauchar o Rio Grande.
A Semana Farroupilha é um evento festivo da cultura gaúcha, que se comemora de 13 a 20 de setembro, com desfiles em homenagem aos líderes da Revolução Farroupilha. A comemoração relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império do Brasil, de 1835 a 1845. O Marco Inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835.
REVEJAM ALGUNS MOMENTO DA SEMANA FARROUPILHA EM CANOAS
Abertura de uma das tantas Semanas Farroupilhas em Canoas. Na foto, Claudio Schultz, Luís Antônio Possebon, Ivone Frare, Lina Plentz Alves, Marisa Burigo, no CCT Rancho Crioulo, em 1989.
Moradas dos Guapos em um, dos muitos, desfiles farroupilhas pela cidade.
Lembranças das Festas Farroupilhas de Canoas, a direita Olegar Lopes Fernandes
1ª Canoa do Canto Nativo, no Canoas Tênis Clube. Na foto: Carmo Souza, Ivone Frare, César Passarinho, o vencedor do festival e o Prefeito Dick, Liberty Conter. A música vencedora: “Milongueando essas lembranças tuas” — autor: Mauro Marques
O quero quero, nosso pássaro símbolo, no acampamento farroupilha
Semana Farroupilha nos anos 90
Carmo Souza, Ivone Frare e Olegar Lopes Fernandes, em uma abertura da Semana Farroupilha
O Surgimento do Parque do Gaúcho
A cultura gaúcha não tem idade
A dança se confunde com a história tradicionalista
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