Vamos nos reerguer juntos

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Por Nelsinho Metalúrgico

Iniciamos o mês de junho, contando os 30 dias da maior catástrofe que o Estado do Rio Grande do Sul e Canoas já enfrentaram. São milhares de famílias que tiveram que abandonar suas casas correndo e deixando tudo para trás. São mais de 170 mortos, e 45 desparecidos.

Nesse mês de maio percorremos as ruas da nossa cidade, tentando levar a nossa solidariedade e o nosso afeto, por meio de uma simples marmita quentinha para os desabrigados. Se por um lado é triste ver o sofrimento de todas essas pessoas, também é possível ver nos seus olhares uma ponta de esperança. Muitos homens, mulheres e crianças sofridos, que se negam a desistir da ternura. Porém, passado esse primeiro impacto, essas milhares de pessoas precisarão de respostas claras para o que aconteceu.

Por que a cidade ficou praticamente 30 dias embaixo da água sem que as bombas estivessem ligadas para reduzir esse tempo de sofrimento?

Por que elas não funcionaram?

Por que os diques se romperam?

Por que não foi feito manutenção?

Por que foram autorizados empreendimentos em áreas alagáveis próximo ao rio? Porque autorizaram fazer aterros nessas áreas alagáveis?

Por que autorizaram tanto desmatamento?

São perguntas, até aqui, sem respostas.

Essas milhares de pessoas estão voltando para suas casas, juntando e jogando na rua todos os seus pertences que ficaram embaixo d’água: móveis, utensílios, roupas, cobertas, fotografias. Histórias de vida. Tudo perdido.  Na cidade do avião ela contam apenas com a solidariedade de amigos, de parentes e familiares. Estão recebendo o auxílio Reconstrução, medida emergencial do Presidente Lula. Elas precisam de tudo. E o que elas estão recebendo da prefeitura? Nada.

Eles autorizaram gastar quase 300 mil para comprar jalecos, para comprar camisetas e não lembraram que as pessoas precisariam de botas, luvas, vassouras, baldes e lava jatos.

A reconstrução é outro momento difícil e de novo, as pessoas só tem como certo a ajuda de familiares e amigos. Onde está o poder público local?

O drama da enchente desmascarou a fantasia do “Voa Canoas”, que não só caiu como afundou nas águas barrentas da enchente.  Essas pessoas não vão mais aceitar respostas simplistas de autoridades, investigadas por desvio de recursos públicos da saúde, da educação, da habilitação. Não vão aceitar mais mensagens midiáticas ou “prefeituras na rua”, que só servem para fotos, selfies e autopromoção e gastança do dinheiro público.

Enquanto aguardamos as respostas, exigindo responsabilização dos irresponsáveis, continuaremos levando adiante o trabalho das nossas cozinhas comunitárias e solidárias. Levando junto com a marmita um abraço, um carinho e muita solidariedade.

2 Respostas

  1. Texto perfeito! Perguntas importantes de serem respondidas com urgência. Por que muitos outros problemas virão em consequência da enchente, e se a prefeitura continuar nessa mesma toada, onde a foto pra Instagram vale mais que a eficácia das ações, a cidade está perdida.

  2. Chega de midiatismo barato às custas do povo . Queremos respostas !!!!
    Canoas afundou .
    Chega de negligência !!!!

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