Fizemos um artigo, semana passada, sobre o perigo de “desabitação” de um lado de uma cidade por problemas de enchentes e alagamentos e que as consequências podem levar a um colapso social e econômico de Canoas.
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CANOAS | Perigo da “desabitação” por enchentes e alagamentos
O artigo de hoje é um pouco diferente, aborda aquele morador que não irá “desabitar” o lado oeste de Canoas. Este terá que conviver com o abandono e problemas de todos os tipos.
A resiliência, que já admirável em um cenário tão adverso, chega a ser inspiradora. Fico pensando, de onde as pessoas dessas comunidades buscam forças a cada nova ameaça de enchentes, estamos convivendo novamente com esta possibilidade.
Como esses heróis anônimos, que não tem para onde ir, como está lidando com o medo e a ansiedade.
Pois seu único patrimônio, é sua casa semidestruída pelas enchentes de maio de 2024. O que lhe restará será a solidão do abandono e a perda da esperança de um futuro digno.
Por favor, as autoridades, olhem e prestem atenção em uma coisa que já está acontecendo. Quem não tiver condições de “desabitar”, passará a conviver, além da possibilidade de as águas estarem sempre entrando em suas residências, com a marginalidade que tomará conta de um lugar abandonado.
Esse morador terá cada vez menos alcance ao comércio, segurança, saúde e escolas, causando assim a falta de infraestrutura, de serviços e de assistência por parte do poder público.
A sensação do abando de hoje já é frustrante, as reclamações não cessão, a água está novamente nos pátios e dentro das casas, e os moradores já não dormem mais. Estamos negando o futuro para essas pessoas, isso é desmoralizante para nossa sociedade, a dor nos olhos das pessoas está latente e elas não têm sequer um alento de sonhar com melhoras.
Não podemos mais esperar, é preciso uma solução, os moradores do lado oeste estão traumatizados. Hoje, falta o básico e amanhã faltará tudo.
Estamos matando a esperança de metade da cidade e, não se enganem, mesmo o lado “seco” da cidade sofrerá consequências catastróficas se não houver uma ação imediatas dos responsáveis para Aldeia.
4 Respostas
E SE FOSSEM OS SEUS FILHOS DORMINDO COM OS PÉS NA ÁGUA?
Hoje fui atravessada por uma dor que não é só minha *é de toda uma cidade deixada para trás.*
Li a reportagem “Não posso desabitar, tenho que ficar, qual será meu futuro?” com os olhos marejados e o coração apertado. Porque essa pergunta ecoa todos os dias entre paredes úmidas, colchões molhados e o medo que a gente já aprendeu a esconder no peito:
*O que será de nós, que não temos para onde correr?*
Enquanto debatem “desabitar”, nós seguimos lutando por sobrevivência.
Não temos planos de fuga.
Temos baldes, lençóis nas janelas, panos nas portas, crianças assustadas e um futuro cada vez mais distante.
Estamos tentando resistir com o que sobrou, ou melhor, com o que *o poder público nos deixou sobrar.*
E o que dói mais do que as perdas é o silêncio.
Um silêncio cruel, *que mata a esperança e grita perguntas sem resposta:*
*Por que o HPS de Canoas ainda não foi reconstruído?*
*Por que os diques de contenção ainda não foram reconstruídos?*
*Por que o governo do Estado não age com urgência diante de uma tragédia que se repete?*
A reconstrução do HPS não é só necessária *é urgente, é vital, é uma questão de vida ou morte.*
Trata-se de um hospital de emergência, num território que vive em estado de emergência há mais de um ano. *Por que tamanha indiferença?*
O que explica essa ausência de vontade política?
O que faz com que um Governo Estadual que recebeu verbas federais *não transforme recursos em reconstrução, estrutura em atendimento, orçamento em dignidade?*
As águas voltaram.
E com elas, o medo, a insônia, o pânico.
Vivemos cercados por esgoto, lixo e abandono.
*E o Estado segue nos tratando como invisíveis.*
Mães não dormem. Crianças vivem com os pés na água e os olhos no vazio.
Idosos contam os dias entre uma enchente e uma enxurrada, esperando por algo que não vem.
*Até quando?*
Estamos cansados de promessas.
Estamos feridos, e agora, também, revoltados.
*Queremos o HPS de volta. Queremos os diques refeitos. Queremos ação. Queremos resposta.*
Não dá mais para esperar. Não dá mais para naturalizar o caos.
Não dá mais para fingir que está tudo bem.
*E você, que está lendo…*
*E se fossem os seus filhos dormindo com os pés na água?*
Excelente. Parabéns. Infelizmente os diques irão demorar para serem reconstruídos, EDUARDO LEITE E LULA , nao sofrem a devida pressão de AÍRTON SOUZA E PREFEITOS DA REGIÃO. Eles querem é hidrojateamento , escondem a lama melhor, se é que entende o que quero dizer. Parabéns pela inconformidade e resiliência. Mas nao espere nada de onde nao virá. O dinheiro público tem outra finalidade quando profissionais da política o enxergam na frente. Triste, mas é assim.
E SE FOSSEM OS SEUS FILHOS DORMINDO COM OS PÉS NA ÁGUA?
Hoje fui atravessada por uma dor que não é só minha é de toda uma cidade deixada para trás.
Li a reportagem “Não posso desabitar, tenho que ficar, qual será meu futuro?” com os olhos marejados e o coração apertado. Porque essa pergunta ecoa todos os dias entre paredes úmidas, colchões molhados e o medo que a gente já aprendeu a esconder no peito:
O que será de nós, que não temos para onde correr?
Enquanto debatem “desabitar”, nós seguimos lutando por sobrevivência.
Não temos planos de fuga.
Temos baldes, lençóis nas janelas, panos nas portas, crianças assustadas e um futuro cada vez mais distante.
Estamos tentando resistir com o que sobrou, ou melhor, com o que *o poder público nos deixou sobrar.*
E o que dói mais do que as perdas é o silêncio.
Um silêncio cruel, *que mata a esperança e grita perguntas sem resposta:*
*Por que o HPS de Canoas ainda não foi reconstruído?*
*Por que os diques de contenção ainda não foram reconstruídos?*
*Por que o governo do Estado não age com urgência diante de uma tragédia que se repete?*
A reconstrução do HPS não é só necessária *é urgente, é vital, é uma questão de vida ou morte.*
Trata-se de um hospital de emergência, num território que vive em estado de emergência há mais de um ano. *Por que tamanha indiferença?*
O que explica essa ausência de vontade política?
O que faz com que um Governo Estadual que recebeu verbas federais *não transforme recursos em reconstrução, estrutura em atendimento, orçamento em dignidade?*
As águas voltaram.
E com elas, o medo, a insônia, o pânico.
Vivemos cercados por esgoto, lixo e abandono.
*E o Estado segue nos tratando como invisíveis.*
Mães não dormem. Crianças vivem com os pés na água e os olhos no vazio.
Idosos contam os dias entre uma enchente e uma enxurrada, esperando por algo que não vem.
*Até quando?*
Estamos cansados de promessas.
Estamos feridos, e agora, também, revoltados.
*Queremos o HPS de volta. Queremos os diques refeitos.
Queremos ação. Queremos resposta.*
Não dá mais para esperar. Não dá mais para naturalizar o caos.
Não dá mais para fingir que está tudo bem.
*E você, que está lendo…*
*E se fossem os seus filhos dormindo com os pés na água?*