O texto de hoje, após uma noite de chuva, começa com uma historinha que me acompanha há muito anos, eu era guri e entregador de jornais no O Timoneiro, foi o Antônio Canabarro Trois, O Tonito, que me apresentou duas lições e nunca mais esqueci, veja:
Uma história de 4 pessoas
Esta é uma história sobre 4 (quatro) pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.
Havia um importante trabalho para ser feito, e TODO MUNDO tinha certeza que ALGUÉM o faria.
QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM fez.
ALGUÉM se zangou porque era um trabalho de TODO MUNDO.
TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.
No final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM porque NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
O Tonito foi meu mentor, uma espécie de guru, o mestre me deixou outro ensinamento inesquecível:
A cidade é sua casa pelo lado de fora, não jogue o lixo na rua, cuide dela.
Ontem à noite, já adiantada da hora, eu de plantão acompanhando a situação das chuvas em Canoas, uma leitora do lado oeste me chamou com o seguinte diálogo:
— Oiê, como assim, assim notícias falsas?
— Está por tudo, me repassaram, os diques estouraram.
— Te peço desculpas, mas estou nas últimas do desespero.
— Sim, tu sabes, têm muitas pessoas em pânico e eu sou uma delas.
É realmente desolador presenciar essa dinâmica, especialmente quando as pessoas já estão em uma situação tão vulnerável. A sensação de que “nada se fez”, independentemente dos esforços, e a persistência em aterrorizar quem já está sofrendo, são aspectos cruéis da natureza humana que merecem reflexão.
Eu não quero, realmente, crer, na sede de controle e a desumanização do outro.
Procuro, e não consigo, entender uma pessoa querer ver o outro apavorado e sem saída, o que leva alguém querer ter uma sensação perversa de poder e controle?
Se aproveitam de pessoas que estão impotentes, para infligir medo como uma forma de reafirmar uma (falsa) superioridade ou domínio. Isso é especialmente perigoso quando combinado com a força, às vezes maléfica, da internet.
Ao reduzir o outro a um mero objeto de pânico ou a um “inimigo” político, torna-se mais fácil ignorar seu sofrimento e justificar ações maldosas. As narrativas de “nós contra eles” são muito eficazes para isso.
Em um ambiente digital onde a atenção é uma moeda, gerar pânico e desespero (mesmo que com informações falsas) garante visibilidade, cliques e engajamento. Para alguns, a busca por essa atenção, mesmo que negativa, supera qualquer empatia pelo próximo.
Por favor, as pessoas estão “sem esperança”, a desinformação e o terror se tornam ainda mais potentes. A confiança nas instituições e até mesmo nas redes de apoio é corroída.
Estamos em um ciclo vicioso e perigoso, causando o sofrimento, geramos desesperança, abrindo, assim, espaço para a desinformação, que por sua vez intensifica o sofrimento e a desesperança.
Em meio a essa tempestade de dor e incertezas, aqueles que “torcem contra a bonança” não estão somente sendo indiferentes ao sofrimento alheio, mas ativamente buscando prolongá-lo. Não há justificativa para esse tipo de comportamento, especialmente quando se trata de comunidades já tão devastadas.
Este é um lembrete doloroso da importância de nos unirmos, de buscar a verdade e de nos protegermos uns aos outros contra aqueles que buscam lucrar com o medo e a miséria.
Como podemos construir resiliência contra essa maré de negatividade e ajudar a restaurar a esperança?
ATUALIZAÇÃO DAS CHUVAS E DOS RIOS
Domingo, 29/06 (a partir da 00h)
00h–06h → 0 a 3 mm (chuva fraca a moderada)
06h–09h → 3 a 6 mm
09h–12h → 6 a 8 mm
12h–18h → Nublado, pouca ou nenhuma chuva
18h–23h → Sem chuva significativa
*Total estimado para o domingo: aproximadamente 20 mm*
*O monitoramento é contínuo, 24h. A Diretoria de Monitoramento do Clima comunicará alterações com rapidez.
SECRETARIA DE DEFESA CIVIL E RESILIÊNCIA CLIMÁTICA
Diretoria de Monitoramento do Clima
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2 Respostas
Temos que agradecer a Deus que nossos irmãos não sofram desgraças. Quem desejar uma enchente ou inundação, de uma só casa e por inimizade política, está totalmente fora da realidade social e cristã. E anti-cristãos em sua maioria são comunistas e socialistas. E por isto, algum político com acesso ao governador do RS, solicite urgentemente que autorize a Fepam a liberar novamente a dragagem dos rios e do Guaíba encerrada no governo Tarso Genro, (PT – PTB, atual união brasil). -A retirada de areia , com aumento do calado dos rios e do Guaíba , dará maior vazão de água para a foz da lagoa dos Patos, além do que esta “limpeza”, pode e deverá ser feita de forma gratuita, sem custos aos nossos impostos, pela iniciativa privada que possui interesse. Porém sempre temos “ambientalistas”, juízes , promotores e políticos desejando um naco de “mídia”, por assim dizer. – E enquanto a prosperidade através dos rios não navega no transporte de cargas, nas melhorias no turismo e no transporte de passageiros em rios limpos, resta que a maioria seja submetida aos desvios de caráter de alguns .
Ótima reflexão, matéria muito boa, como outras que já acompanhei aqui do bairro, a sensação é que torcem pra acabar com o bairro principalmente o final dele, é incrível o terror humano, terror político, terror psicólogo, Polo pelo Povo sempre .