Quanto mais me elevo, menor apareço aos olhos de quem não sabe voar. (Nietzsche)

Belo e profundo pensamento nos faz pensar.

Ontem alcei voo e fui para o Piquete Lenço Colorado, onde fomo recebidos pela patronagem da casa de tradição nativista, liderados por Paulo Castro, o Paulinho.

Já é o segundo churrasco que lá fazemos, e parece que veio para ficar, esse encontro reúne uma geração de canoenses. São amigos sessentões e alguns setentões, matamos a saudades, contamos causos e nos divertimos em meio a fumaça e uma boa carne.

Saber voar é um estado de pura espiritualidade.

Após muitos anos de abstinência do álcool, me dei o direito de frequentar alguns ambientes que antes eram um perigo para minha recuperação.

Quando fui em busca da esperança de encontrar um caminho para me afastar das drogas e do álcool, não imaginava que isso seria o início de um grande voo em busca de reencontrar a mim mesmo.

Os medos passaram, o voo que eu procurava no horizonte era interior e não conseguia achá-lo.

Para chegar a esse momento, primeiro tive que curar as sequelas físicas causadas pelo longo tempo de adicção para, aí, sim, poder consertar minhas asas e partir em busca da inocência perdida. Voltei a ser criança para virar um adulto.

E, para isso, tive que reaprender a voar.

Ontem, mais uma vez, não me dei mais o direito de ser totalmente adulto. O ser criança é a inocência do espírito e a sua forma mais pura. A criança carrega consigo o poder de mudar o mundo e ensina isso aos adultos mais ligados nas coisas.
Foi sendo criança que comecei a ser novamente mais responsável, e com isso fui muito mais cuidadoso nesta segunda chance que Deus me deu.

Meus voos são com a consciência tranquila de estar realizando o certo.

Esses desafios de estar em um ambiente desafiador para mim, representa a luta pela melhora do ser. A palavra é desafio, me dei o direito a diversão, coisa que antes eu não me permitia. Deixei de fazer, por algum momento, o necessário e me permiti a felicidade ao lado de amigos queridos.

Aires e Régis os assadores do evento

Em meu voo não quero ser visto mesmo, quero ser pequeno e não procuro ser melhor e nem pior que ninguém.

Quero ser eu mesmo, um lutador, um guerreiro que se vence todos os dias. É assim que reaprendi a viver e não procurar mais voos cegos e prazeres imediatos.

A vida é um voo planejado e a felicidade será o resultado final disso. Portanto, vamos voar e ser felizes sendo pequenos aos olhos de quem não quer voar conosco.

AGRADECIMENTO

Não posso deixar de agradecer a todos que estiveram presentes no Piquete Lenço Colorado, já estamos preparando o encontro do próximo ano, será tão ou mais grandioso que esse, UMA AGRADÁVEL DESORGANIZAÇÃO.

Aconteceu exatamente o que prevíamos, um Churraspão, com carne gorda regada a muitas conversas e lembranças dos bons e velhos tempos.

Uma ressalva especial aos cancioneiros que abrilhantaram a noite, foram todos ótimos e com um repertório para lá de bagual. Aos anfitriões do Piquete Lenço Colorado nosso muito obrigado e um aviso, VOLTAREMOS!