Canoas, suas canoas e suas enchentes

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O município tem em seu nome, o meio de transporte utilizado para navegar nos rios. Embora cercado pelos Rios dos Sinos e Gravataí, e Arroios Sapucaia e da Brigadeira, sua origem se dá muito por conta de um desastre natural, que assolou seu território, pelo menos três vezes em proporções alarmantes, as enchentes. A primeira, a inundação de 1873, atingiu toda região metropolitana atual e capital. Conforme os anais da Câmara, essas zonas ficaram submersas, atrasando assim a construção da estrada ferro, que cortava a Fazenda Gravataí, ligando Porto Alegre e São Leopoldo.

Desta catástrofe, surgiu, de acordo com depoimentos publicados na obra de João Palma da Silva, o primeiro nome referenciando a estação que fora construída. Sua menção devido à construção de algumas canoas, que foram utilizadas e depois com o baixar das águas, abandonadas próximo de um capão. Surgindo assim a origem do Capão das Canoas.


A segunda enchente que atingiu Canoas, já emancipada, foi em setembro de 1941. Diante dela, a administração municipal decretou a transferência dos moradores residentes nos locais alagadiços para uma área mais saudável, que eram as terras mais altas da cidade, de propriedade de Décio Rosa. Vale lembrar que em 1931, ainda como distrito de Gravataí, foram autorizados a criação de loteamentos em terrenos da várzea junto ao Rio Gravataí. Essa área, caracterizada por um terreno classificado como prado úmido, sujeito ao fenômeno de enchentes periódicas, originou os Bairros Niterói, Industrial e Rio Branco. Nos anos de 42 e 43, o poder público decretou a construção da Vila Popular Mauá, um projeto arquitetônico e urbanístico do engenheiro Rui Viveiros Leiria, que por questões politicas e desacordos, ficaram no papel, o que ocasionou frustrações nos moradores atingidos pelos problemas das enchentes.

A terceira enchente assolou a década de 60, e fez com que a administração municipal, tomasse como prioridade, criar uma estratégia que sanasse o problema das inundações. Para isso foram construídos diques de contenção, nos bairros que faziam limites com os Rio Gravataí e dos Sinos e instaladas casas de bombas para transbordo. Essa medida já era noticiada pela imprensa local, da época desde 1949, mas só se tornou realidade, a partir da década de 70. A partir dessas medidas, diminuiu, de certa forma, a fragilidade que os moradores das áreas atingidas pelas enchentes sofriam. Para isso, era necessário manutenções periódicas nos equipamentos e uma conscientização da população em relação ao descarte de lixos em via públicas.

Além dessas medidas, foi decreta uma lei que não permitia construções de prédios para residências sob o dique de contenção e em área entre os diques e os rios dos Sinos e Gravataí, não sendo liberado licença para as mesmas, o que, em grande medida, não se confirmou. As áreas que foram desapropriadas para a construção dos diques de contenções foram ocupadas para construção de residências, ainda na década de 70, formando nesse local núcleos suburbanos irregulares. As enchentes atuais ainda atingem o município, a Praia do Paquetá, ainda sofre com as inundações, em destaque a enchente de 2015, com a região ribeirinha tentando proteger-se com sua arquitetura de casas palafitas.

Edison Barcellos da Rosa
Historiador e pesquisador

 

SERVIÇO:

Prefeitura distribui lonas para moradores afetados pelo granizo

As fortes chuvas que estão afetando Canoas no mês de setembro continuam. Na manhã desta terça-feira (26), além do temporal intenso, ainda houve o registro de granizo no município. Para as famílias que tiveram suas casas danificadas, a Prefeitura de Canoas está distribuindo lonas em sete locais.

Os locais de distribuição das lonas são a sede da Defesa Civil, as cinco subprefeituras e a Praça da Juventude do bairro Guajuviras. O atendimento ocorre por ordem de chegada. Os ginásios das escolas Paulo VI (Av. Irineu Carvalho Braga, 2781, Fátima) e Thiago Würth (Av. Rio Grande Do Sul, 4240, Mathias Velho) novamente servem de referência para receber eventuais famílias desabrigadas ou desalojadas.

Endereços para retirada de lonas:

Defesa Civil – Rua Bandeirantes, 450, Nossa Senhora das Graças
Praça da Juventude – Rua Maria Faustino Corrêa, 618, Guajuviras
Subprefeitura Centro – Rua Euclides da Cunha, 280, Centro. Fone: (51) 3428-3327
Subprefeitura Nordeste – Av. Boqueirão, 3154, Estância Velha. Fone: (51) 3236-3502
Subprefeitura Noroeste -Rua Candelária, 441, Mathias Velho. Fones: (51) 3466-1660 e (51) 3477-4142
Subprefeitura Sudeste – Rua Marechal Rondon,100, Niterói. Fone: (51) 3475-2525
Subprefeitura Sudoeste – Rua Edgar Fritz Muller, 430, Rio Branco. Fones: (51) 3472-0454 e (51) 3472-0436

Contatos em caso de emergência:

Defesa Civil – (51) 3476-3400 e (51) 99322-5764
Corpo de Bombeiros – 193
Guarda Municipal – 153
Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade (SMTM) – 156

Texto: Gustavo Gerlach
Edição: Carina Jung

3 Respostas

  1. Sou Gilberto Romero Machado, na década de 60, mais precisamente 68 ou 69, morava na Felipe Camarão tive que sair de canoa da residência da minha família, foi uma enchente que inundou o bairro da Rio Branco, felizmente sobrevivemos, mas as perdas foi só material pela MISERICÓRDIA DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO….hoje resido em Salvador BA, mas lembro desse funesto e trágico fenômeno da natureza , hoje sei que a natureza é implacável, e DEUS SABE O QUE FAZ….

  2. No dias das mães aqui no bairro de Valéria salvador BA, organizamos um torneio de futebol beneficente, e solidário ao povo do Rio grande do sul, arrecadamos alimentos, roupas, água mineral, enviemos para a sede central da igreja universal do bairro ,que encaminhou a catedral onde sai carretas de doações para o Rio Grande do Sul….foi um domingo especial e gratificante….e solidário….meu zap 71999877472…tenho parentes e amigos no Sul, mas graças A DEUS ESTÃO Todos bem….só tiveram perca matérias , sei que vai PASSAR….

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